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Fichamento do artigo Governança Corporativa: nível de evidenciação das informações e sua relação com a volatilidade das ações do Ibovespa.

Por:   •  30/3/2016  •  Resenha  •  1.602 Palavras (7 Páginas)  •  445 Visualizações

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Fichamento do artigo Governança Corporativa: nível de evidenciação das informações e sua relação com a volatilidade das ações do Ibovespa.

1 OBJETIVOS

As autoras Malacrida e Yamamoto (2006) realizaram um estudo com 42 empresas componentes do Ibovespa para averiguar se o nível de evidenciação de informações contábeis apresentados por essas empresas influenciam a volatilidade do retorno de suas ações quando negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. A volatilidade diz respeito à variação e oscilação de preço das ações. Esse índice Indica o grau médio de variação das cotações de um título em um determinado período.

Assim, as autoras elaboraram a questão: “O nível de evidenciação das informações econômico-financeiras tem relação com a volatilidade do retorno das ações das empresas que compõem o Índice Bovespa?”. (MALACRIDA; YAMAMOTO; 2006). A resposta que elas entenderam que iriam encontrar era que a volatilidade independia do nível de evidenciação.

2 CONCEITOS ESSENCIAIS

Alguns conceitos presentes no texto são importantes para entendê-lo. Dentre eles estão a os objetivos da contabilidade e evidenciação, a Governança Corporativa, e o conceito de mercado de capitais.

Sobre o objetivo principal da contabilidade, as autoras afirmam, com base em Iudícibus, que o principal objetivo da contabilidade é oferecer informações relevantes aos usuários, de forma que eles tomem suas decisões e realizem seus julgamentos com segurança. A evidenciação das informações contábeis é o caminho para atingir o objetivo da contabilidade. As autoras afirmam baseadas em Iudícibus que “todos os eventos, que afetem, ou que possam vir a afetar, a situação patrimonial, econômica e financeira de uma dada entidade, devem ser evidenciados”. (Iudícubus apud MALACRIDA; YAMAMOTO, 2006). Elas ainda citam, baseadas no IASB - International Accounting Standards Board, que o objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posição financeira, suas variações e sobre os resultados da entidade. Esse objetivo, mais uma vez, tem total ligação com a tomada de decisão e, segundo elas, devem ser úteis para um grande número de usuários. As autoras fizeram uma síntese desses conceitos, como segue:

Há três tipos de evidenciação, segundo as autoras, são: evidenciação adequada (adequate disclosure), evidenciação justa (fair disclosure) e evidenciação plena (full disclosure). Elas afirmam, baseadas em Iudícibus, que não há diferença efetiva entre os três conceitos, para ele toda evidenciação deve ser adequada, justa e plena, pois o sentido da evidenciação é que a informação não relevante deve ser omitida.

Ainda sobre a evidenciação, as autoras citam que uma pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers, que é uma empresa prestadora de serviços de auditoria e consultoria presente em diversos países do mundo. Essa pesquisa questionou quais benefícios para a empresa a melhor evidenciação traz. Como resultado, cinco pontos relevantes foram citados: “aumento da credibilidade dos gestores; mais investidores de longo prazo; maior monitoramento por parte dos analistas; melhor acesso a novos capitais e melhor avaliação do preço das ações”. (MALACRIDA; YAMAMOTO, 2006).

Sobre o aumento da credibilidade dos gestores, o fornecimento constante de informação, nos momentos bons e ruins da empresa aumenta a credibilidade da gerência para com o mercado. O segundo benefício, mais investidores de longo-prazo, tem relação com os grupos de investidores existentes e futuros investidores, ambos precisam de informação que lhes traga maior conforto em realizar seus benefícios de longo-prazo. O terceiro benefício refere-se ao maior monitoramento por parte dos analistas. A empresa deve sempre abastecer o mercado com muita informação para aumentar a possibilidade de investimento de modo a criar oportunidades visíveis aos futuros investidores. O quarto benefício diz respeito ao melhor acesso a novos capitais, ou seja, a empresa que tem maior acesso a novas fontes de capital tem maior oportunidade de obter um custo de capital menor. O quinto e último beneficio, a melhor avaliação do preço das ações, está relacionado com todos os anteriores, pois a partir deles o preço das ações tende a subir. A melhor evidenciação não significa necessariamente aumentar a quantidade de dados disponibilizados pela empresa, mas sim aumentar a sua qualidade.

Sobre a Governança Corporativa deve-se destacar o momento em que os sócios e acionistas delegam a administração da empresa para terceiros, que não são investidores. Neste contexto podem aparecer conflitos de interesses entre as partes interessadas da empresa. Segundo as autoras, a Governança Corporativa surge para controlar o conflito de agência, que pode surgir a partir da separação entre propriedade e gestão. Na perspectiva da teoria da agência surge a necessidade de criação de mecanismos para garantir sintonia entre o comportamento dos gestores e os interesses dos acionistas. A Governança Corporativa surge

para criar mecanismos de controle tanto para os gestores internos quanto para os acionistas para evitar os conflitos de agência que podem surgir na organização.

Por a Governança Corporativa utilizar vários conceitos relacionados à contabilidade há uma interação muito grande entre elas. Dentre esses conceitos pode-se citar a transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, que são utilizados para explicar e solucionar os conflitos entre os chamados stakeholders, que são os usuários da informação contábil.

No Brasil, segundo as autoras, há iniciativas de aperfeiçoamento e estímulo à Governança Corporativa, que são: “a criação do Novo Mercado pela Bolsa de Valores de São Paulo, as linhas de crédito especiais oferecidas pelo BNDES, as novas regras de investimento por parte de fundos de pensão e o projeto de reforma das demonstrações contábeis”. (MALACRIDA; YAMAMOTO, 2006). Há os Códigos de Melhores Práticas de Governança Corporativa que são um conjunto de normas e diretrizes de Governança Corporativa. O Brasil tem um desses códigos, que tem como objetivo central indicar caminhos para todos os tipos de empresas, visando à melhoria de seu desempenho e à facilidade do acesso ao capital.

Um último ponto importante é o mercado de capitais que é em suma um conjunto de instituições e instrumentos financeiros composto por dois grupos: mercado de crédito (operações de curto e médio-prazo) e mercado de capitais (operações de médio

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