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GEORG SIMMEL: UMA RESENHA SOBRE O ESTRANGEIRO

Por:   •  20/10/2020  •  Trabalho acadêmico  •  579 Palavras (3 Páginas)  •  587 Visualizações

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 GEORG SIMMEL: UMA RESENHA SOBRE O ESTRANGEIRO

Julio Bellinello Silva Ferreira

Universidade de Brasília, Introdução a Sociologia

juliobellinellounb@gmail.com

Simmel, Georg. O Estrangeiro. Este texto foi retirado do livro de Georg Simmel: Soziologie. Untersuchungen über die Formen der Vergesellschaftung (Sociologia. Estudos sobre as formas de sociação). Berlim, Duncker e Humblot Editores, 1908, pp. 509 a 512. Tradução de Mauro Guilherme Pinheiro KOURY.

No começo do capitalismo moderno, vários autores discutiram a figura do estrangeiro, todos tendo considerando apenas a sociedade ocidental e o capitalismo como análise, os elementos que o constituem, sua dinâmica evolutiva e os conflitos em termos de aceitação e convivência social. O imigrante, dentro do contexto da sociedade europeia e norte-americana, em geral, mais desenvolvidas, passou a ser objeto de estudo do campo sociológico com o surgimento do capitalismo. As intensas migrações de população em direção aos grandes centros industriais das primeiras décadas do século XX chamavam a atenção de estudiosos das ciências sociais.

Georg aborda em seu texto o viajante, mas de uma forma diferente, não é aquele que viaja e volta para o local de partida amanhã e sim aquele que fica além do amanhã. Este é o chamado viajante potencial, que mesmo que não tenha partido, ainda não superou completamente a liberdade de pode ir e vir. Se envolve com um grupo particular, ou com um grupo cujo limites estão relacionados com o lugar em que esse grupo pertence. Mas a sua posição no grupo é diferente da dos outros integrantes, essencialmente, pelo fato de não ter pertencido a ele desde o começo, pelo fato de ter introduzido qualidades que não existiam no grupo e nem poderiam ser criadas.

O estrangeiro é uma categoria genérica, pois ela não leva em conta as suas multiplicidades, diversidades e singularidades. Não existe um estrangeiro específico. A própria palavra tem várias variações no mundo contemporâneo: exilados, refugiados, turistas, profissionais, estudantes, imigrantes voluntários, cônjuges portadores de culturas diferentes, no geral, são pessoas que não pertencem a uma certa região, cidade, estado, classe, meio, grupo, família.

O estrangeiro está preso na relação de distância e proximidade pelo fato de estar presente no local, mas se sente e é tratado com indiferença por não pertencer a esse ambiente. O estrangeiro participa e provoca um cenário de união de sentimentos contrários: pertencimento e não pertencimento, alteridade e desejo de participar, distância e proximidade, socialização e dessocialização; um sujeito próprio da modernidade, que provoca mudanças e sustenta a existência social. Por isso que o estrangeiro, nesse sentido, é um sujeito-síntese (como o é a modernidade), uma configuração entre familiaridade e estranhamento.

Na economia o estrangeiro também sofre dificuldades, onde esse está exposto ao risco econômico tanto no mercado de trabalho quanto na lógica do dinheiro. Já que além de possuir diversas barreiras por ser estrangeiro, ainda não possui vínculos afetivos, parentais e nem culturais, é móvel. Sendo assim ainda mais frágil e de risco a sua situação, porém isso pode lhe conferir liberdade, objetividade e exposição aos limites, o que podem ser pontos positivos em determinadas situações. No geral pode representar a mobilidade que intriga e pode invejar, mas ao mesmo tempo difícil de lidar.

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