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Ética e Cidadania

Por:   •  12/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.543 Palavras (7 Páginas)  •  186 Visualizações

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Ética e Cidadania I

4º. EXERCÍCIO DE AVALIAÇÃO CONTINUADA

Sobre o tema: História e Evolução da Categoria Trabalho, a partir dos textos de Max Weber (“O Conceito de vocação em Lutero”) e de Richard Sennet (“A corrosão do caráter: conseqüências pessoais do trabalho no novo capitalismo”). Valendo nota: 4,0.

QUESTÕES COM GABARITO.

1ª. Questão:

No texto do sociólogo alemão, Max Weber, “O Conceito de vocação em Lutero”, o autor chama a atenção para o sentido religioso que ambas as palavras, Beruf, em alemão, e calling, em inglês, têm em comum. Que sentido é esse e como ele vai influenciar uma mudança radical no conceito de trabalho? Quem foi o responsável por essa mudança?

Resposta: tanto a palavra “Beruf”, em alemão, como a palavra “calling,” em inglês, têm o mesmo significado que é o de Chamado. Na tradução luterana da bíblia, a palavra “beruf” ressoa uma conotação religiosa de uma missão dada por Deus, no sentido de uma posição na vida, de um ramo de trabalho definido.  Weber observa que, esse sentido da palavra antes ignorada pelos povos católicos está, contudo, presente nos povos protestantes. Isso decorre das traduções da bíblia, segundo o espírito do seu tradutor. Esse tradutor, responsável por conferir tal sentido religioso à palavra foi Lutero, o pai da Reforma Protestante. Com isso, o trabalho passa a ocupar um lugar central nas relações sociais que antes não existia, nem na tradição filosófica, nem na tradição religiosa católica, nem entre os nobres, que consideravam o trabalho como algo degradante para o ser humano e fruto do pecado original. Com o novo sentido, o trabalho passa a ser visto como virtude e um meio de servir a Deus. A partir daí, ganha expressão o dogma central de todas as denominações protestantes. Esse dogma reconhece que o único meio de viver que agrada a Deus não está em suplantar a moralidade intramundana pela ascese monástica, mas sim, exclusivamente, em cumprir com os deveres intramundanos, tal como decorrem da posição do indivíduo na vida, a qual por isso mesmo se torna a sua “vocação profissional”.  Passa-se, então, a valorizar o “cumprimento do dever no seio das profissões mundanas como o mais excelso conteúdo que a auto-realização moral é capaz de assumir.” (WEBER, M. 2004, pp.71-2).

2ª. Questão:

Segundo Weber, mesmo Lutero tendo conferido um novo valor a categoria trabalho ele continuou com a visão tradicionalista da Igreja Católica. Qual era o conteúdo dessa visão tradicionalista das Igrejas Católica e Luterana com relação ao trabalho?

Resposta: a visão tradicionalista corresponde à idéia de “destinação” num sentido conformista e um tanto fatalista. Seu conteúdo é consiste em que “o indivíduo deve permanecer fundamentalmente na profissão e no estamento (classe social) em que Deus o colocou e manter sua ambição terrena dentro dos limites dessa posição na vida que lhe foi dada.” Essa visão traduz a posição da igreja católica de condenação da usura e da ambição humana. (IDEM; pp. 76-7).

3ª. Questão:

Porque, segundo o autor, o calvinismo foi considerado - desde o início até os nossos dias - o verdadeiro adversário da visão tradicionalista dos católicos e luteranos sobre trabalho?

Resposta: desde o início, “o catolicismo considerou o calvinismo como seu verdadeiro adversário.” A razão dessa repulsa reside na peculiaridade da ética calvinista. “Aqui se produziu uma relação entre vida religiosa e ação terrena de espécie totalmente diferente da visão católica e luterana”: valoriza-se aí a vida intramundana (dentro do mundo) como missão. O cristão deve se envolver com as atividades lícitas do mundo, contribuindo para disseminar o reino de Deus através do seu exemplo e ação.

 

4ª. Questão:

Que conseqüências indesejadas pelos reformadores calvinistas a ética do trabalho protestante trouxe para o capitalismo moderno? Quais os valores morais dessa ética?

Resposta: Weber é bastante claro ao afirmar que a sua análise das relações entre a ética do antigo protestantismo e o desenvolvimento do espírito capitalista “não deve ser compreendida como se esperássemos que algum dos fundadores ou representantes dessas comunidades religiosas tivesse por objetivo de seu trabalho na vida, seja em que sentido for, o despertar daquilo que aqui chamamos de “espírito capitalista””. As conseqüências que resultaram do desenvolvimento do espírito capitalista, tal como o conhecemos hoje, caracterizado pelo “ganho de mais e mais dinheiro” como um fim em si mesmo, jamais foram pensadas pelos reformadores, nem mesmo tiveram algum valor ético. Seu objetivo era puramente religioso. A ética social calvinista se fundamenta em três pilares: honestidade, trabalho como vocação e economia ou poupança e, se, a combinação desses três princípios resulta, pela graça divina, no enriquecimento de alguns, isso não deve ser usado para deleite próprio. Visava, basicamente, prover uma velhice digna (prudência) e a filantropia (piedade). (IDEM, pp.78-83).


5ª. Questão:

No prefácio da sua obra, “A Corrosão do Caráter: as conseqüências pessoais do trabalho no novo capitalismo”, o sociólogo norte americano, Richard Sennett denuncia os males que, na economia moderna, o chamado “capitalismo flexível” exerce sobre o caráter do trabalhador. O que esse novo capitalismo exige dos trabalhadores?

Resposta: “pede-se aos trabalhadores que sejam ágeis, estejam abertos a mudanças a curto prazo, assumam riscos continuamente, dependam cada vez menos de leis e procedimentos formais.” (SENNETT, R. 2000, p. 9 – prefácio).

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