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A BANALIDADE DO MAL

Por:   •  15/2/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.030 Palavras (5 Páginas)  •  294 Visualizações

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Dr. House

“BANALIDADE DO MAL”

                O termo “Banalidade do Mal” aparece na obra de Hannah Arendt, na figura de Eichmann, um homem de pouca inteligência, com uma personalidade marcada pela incapacidade de pensar, tecnocrata, cumpridor do dever.

Vemos no seriado, a “Banalidade do Mal’ expressa de várias maneiras, quando a dignidade da pessoa humana clama por justiça, onde quer que ela esteja, em uma escola, hospital ou presídio, não importando sua classe social, ao concordarmos com o desrespeito à supremacia da sensibilidade do ser humano, estamos negando-lhe essa qualidade, é, acima de tudo, abrindo mão de qualquer sentimento moral, negando ao homem o direito de existir.

Assim, podemos dizer que o banal se refere, a aparência do mal, quanto fenômeno que se dá a aparecer. Por isso, Hannah Arendt diz que as aparências não só revelam; elas também ocultam, ou seja, as aparências expõem e também protegem da exposição e, exatamente porque se trata do que está por trás delas, a proteção pode ser sua mais importante função. Isto significa que a aparência de banalidade tem justamente a função de ocultar o verdadeiro escândalo do mal.

Logo nos perguntamos por que o Dr. House se empenhou tanto no atendimento de um preso que estava sentenciado a morte?

Porque fez pouco caso quando sua colega de equipe solicitou uma verificação de diagnóstico referente a uma cidadã cumpridora de seus deveres, uma pessoa de bem, que necessitava um pouco só de atenção, afinal ela também estava no corredor da morte?

Para entendermos sua opção precisamos analisar a estrutura da banalidade do mal, podemos dizer que ela esta pautada em três pilares segundo alguns autores, a necessidade, a irrealidade e a ausência do pensamento.

Ao destacarmos a necessidade seria como se existisse um sistema que intima cada um de nós a aderir, através de sua função ou de seu posto, de modo que acaba por perder a identidade pessoal, bem como a não reivindicação da responsabilidade de seus atos.

Este pilar é bem demonstrado quando o Dr. House faz sua opção por tratar o criminoso, não medindo esforços na tentativa de salvar um paciente que pelo estado já estava condenado à morte, a final é obrigação do estado zelar pela sua saúde, a fim de que se possa cumprir a sentença a qual fora condenado.

Vemos assim, presente o segundo pilar a irrealidade que é a ignorância deliberada das solicitações da realidade. O discurso adotado pelo Estado, através de frases prontas, dos códigos de expressão padronizados e convencionais serve para teoricamente proteger os indivíduos da realidade levando-os a viver e agir em um mundo totalmente irreal.

A ausência de pensamento, seu terceiro pilar, faz com que, os indivíduos que pertençam ao sistema, reajam mecanicamente assim, ao afastarmos a realidade e abandonarmos a necessidade, acabamos por reforçá-los e preparamos o caminho para qualquer cidadão de bem realizar o mal.

Sob a ótica médica de pesquisa científica, para o Dr. House, era muito mais importante descobrir os motivos dos sintomas que desencadeavam as crises no seu paciente criminoso, do que tratar a paciente cujos sintomas levavam a um diagnóstico já conhecido pela medicina.

Transferindo para a realidade brasileira, é maravilhoso viver num país que tem uma Constituição que garante a todos – sem distinção – o direito à saúde, mas quando um cidadão cumpridor de seus deveres adoece e precisa de tratamento e medicamentos modernos, tem que buscar na Justiça os seus direitos. Nos últimos anos, milhares de ações desse tipo transformaram os juízes em “autorizadores” de tratamentos médicos.

Sabemos que na prática, a tentativa de salvar um paciente de câncer terminal pode comprometer a distribuição de remédios baratos contra a hipertensão que poderiam salvar centenas de outras pessoas. Perguntamos-nos, qual interesse deve ser respeitado: o da coletividade ou o individual?  

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