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A IMPORTÂNCIA DO RECOLHIMENTO REGULAR DO FGTS E AS CONSEQUÊNCIAS PELO SEU INADIMPLEMENTO NA ESFERA TRABALHISTA

Por:   •  10/12/2021  •  Dissertação  •  1.430 Palavras (6 Páginas)  •  95 Visualizações

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A IMPORTÂNCIA DO RECOLHIMENTO REGULAR DO FGTS E AS CONSEQUÊNCIAS PELO SEU INADIMPLEMENTO NA ESFERA TRABALHISTA.

Instituído  em  1966,  o  Fundo  de  Garantia  do  Tempo  de  Serviço  (FGTS)  sofreu diversas  modificações  desde  a  sua  criação  e,  atualmente,  é  regido  pela  Lei  nº 8.036/1990.  Como  é  sabido,  os  empregadores  têm  o  dever  de  efetuar  o  depósito mensal  da  quantia  em  conta  bancária  vinculada  a  cada  trabalhador,  de  acordo  com o  que determinam os artigos  151  e 182  do  mencionado  diploma  legal.   Embora  se  trate  de  obrigação  legal  em  vigor  há  vários  anos,  a  questão  ganhou especial  relevo  nos  últimos  meses  em  virtude  da  entrada  em  vigor  da  Medida Provisória  nº  763/2016,  que,  entre  outros  assuntos,  passou  a  disciplinar  a possibilidade  de  saque  dos  valores  existentes  em  contas  vinculadas  a  contratos  de trabalho  extintos  até  31/12/20153. Com  isso,  milhares  de  trabalhadores  buscaram  as  agências  bancárias  da  Caixa Econômica  Federal  (agente  operador  do  sistema)  para  levantarem  o  montante depositado  e  utilizar  livremente  os  valores,  sem  estarem  vinculados  às  restritivas hipóteses legais.

Todavia,  vários  foram  os  casos  noticiados  pela  imprensa  atestando  o  depósito parcial  do  FGTS  e,  até  mesmo,  a  falta  do  recolhimento  regular  da  verba  pelas empresas4,  gerando  enorme  frustração  aos  trabalhadores  que  buscavam  –  sem sucesso  –  a  movimentação  do  valor  a  que  imaginavam  ter  direito. Diante  de  tal  cenário,  reacendeu-‐se  a  discussão  acerca  da  importância  da verificação  do  correto  pagamento  da  rubrica  por  parte  das  empresas  e  seu  impacto direto  na  manutenção  do  contrato  de  trabalho  celebrado  com  os  seus  empregados, posto  se  tratar  de  obrigação  legal,  cujo  descumprimento  pode  ensejar  até  mesmo  a ruptura  do  pacto  laboral  com  severas  consequências  para  o  empregador. A  Consolidação  das  Leis  Trabalhistas  (CLT)  trata  expressamente  da  possibilidade de  rescisão  do  contrato  de  trabalho  pelo  empregado  na  hipótese  de descumprimento  pelo  empregador  de suas  obrigações5.   Apesar  de  entendimentos  contrários  emanados  por  diferentes  tribunais6  ao  longo dos  anos7,  a  hodierna  diretriz  jurisprudencial  é  no  sentido  de  que  o  não recolhimento  do  FGTS  ou  o  seu  pagamento  em  valores  inferiores  ao  que determina  a  legislação  configuram  descumprimento  do  contrato  de  trabalho e  confere  prejuízos  ao  trabalhador,  possibilitando  o  encerramento  do contrato  de  trabalho.   Trata-‐se  de  falta  grave  da  Reclamada,  suficiente  a  ensejar  a  rescisão  indireta  do contrato  de  trabalho  prevista  no  artigo  483,  d  da  CLT,  conforme  se  verifica  nas diretrizes  fixadas  pelo  Egrégio  Tribunal  Superior  do  Trabalho  em  repetidos julgados  (destacamos): RECURSO  DE  REVISTA.  RESCISÃO  INDIRETA.  IRREGULARIDADE  NO RECOLHIMENTO  DOS  DEPÓSITOS  DO  FGTS.  O  não  recolhimento  ou o  recolhimento  a  menor  do  FGTS  autoriza  a  rescisão  indireta  do contrato  de  trabalho,  nos  termos  do  art.  483,  d  ,  da  CLT. Precedentes.  Recurso  de  revista  de  que  se  conhece  e  a  que  se  nega provimento.  (RR:  1241-‐69.2010.5.15.0081,  Rel.:  Min.  Kátia Magalhães  Arruda,  Julg.:  22/08/2012,  6ª  Turma) RESCISÃO  INDIRETA.  O  entendimento  que  prevalece  nesta  Corte é  o  de  que  a  ausência  dos  depósitos  do  FGTS  ou  o  depósito irregular  é,  por  si  só,  suficiente  para  a  configuração  da  hipótese descrita  no  art.  483,  alínea  d,  da  CLT  (-‐não  cumprir  o  empregador as  obrigações  do  contrato-).  Recurso  de  Revista  de  que  se  conhece  e a  que  se  dá  provimento.  (RR:  961-84.2010.5.15.0118,  Rel.:  Min.  João Batista  Brito  Pereira,  Julg.:  15/05/2013,  5ª  Turma,  Publ.:  DEJT 24/05/2013) Desta  forma,  uma  vez  confirmada  a  falta  (grave)  do  empregador  pelo  não recolhimento  do  FGTS  durante  o  pacto  laboral,  o  trabalhador  pode  pleitear  a rescisão  indireta  do  seu  contrato  de  trabalho,  com  os  mesmos  direitos  a  que  faria jus  se  houvesse  sido  dispensado  sem  justa  causa,  quais  sejam:  (i)  indenização  de 40%  do  FGTS;  (ii)  saque  do  FGTS;  (iii)  aviso  prévio;  (iv)  13º  salário  proporcional; (v)  férias  vencidas;  (vi)  férias  proporcionais  e  (vii)  seguro-‐desemprego  (caso atenda  aos  requisitos  estabelecidos  na  legislação  própria  do  benefício). Para  aqueles  trabalhadores  que  já  não  têm  mais  vínculo  formado  com  o empregador  responsável  pelo  pagamento  do  FGTS,  o  ajuizamento  de  ação trabalhista  objetivando  o  recebimento  de  tais  verbas  seria  alternativa  viável. Nesses  casos,  se  os  depósitos  não  foram  feitos,  o  trabalhador  poderá  cobrar  até  os últimos  05  (cinco)  anos  de  FGTS  não  depositados,  conforme  decisão  proferida  pelo Supremo Tribunal  Federal.

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