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Contexto Histórico: Positivismo

Por:   •  4/12/2016  •  Seminário  •  4.426 Palavras (18 Páginas)  •  2.606 Visualizações

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1. Contexto Histórico

        O século XIX (1801 a 1900) é um período histórico marcado de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Nesse período ocorreu também, o colapso de muitos impérios (como o do Sacro Império Romano-Germânico, Francês e Espanhol) e o crescimento da influência dos impérios Britânicos, Russo, Alemão, Japonês e dos Estados Unidos.

        As Guerras Napoleônicas (1792-1815) marcaram início da supremacia mundial do Império Britânico que, após derrotarem o Império Francês e seus aliados, passaram a controlar um quarto da população e um quinto do território do mundo. Nesse período de Pax Britannica (“paz britânica”) houve incentivo ao comércio, a luta contra a pirataria, o desenvolvimento nos campos da matemática, física, química, biologia, eletricidade e metalurgia, sendo precursores dos avanços tecnológicos ocorridos no século XX. A Grã-Bretanha dominava as principais rotas comerciais marítimas.

        A Revolução Industrial, muito presente no século XIX, teve seu início no século XVIII e marca a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas além da substituição da madeira, e de outros biocombustíveis, pelo carvão. Este evento foi um marco mundial, pois todos os aspectos da vida cotidiana da época foram influenciados de alguma forma por esse processo. A população começou a experimentar um crescimento sustentado sem precedentes históricos, com uma boa renda média.  A revolução impulsionou uma era de forte crescimento econômico nas economias capitalistas e existe um consenso entre historiadores econômicos de que o início da Revolução Industrial é o evento mais importante na história da humanidade desde a domesticação de animais e a agricultura.

        Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Europa, produziu uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914).

        Os avanços medicinais, o conhecimento da anatomia humana e a prevenção de doenças que ocorreram no século XIX, foram responsáveis pela rápida aceleração do crescimento populacional no Hemisfério Ocidental. A população europeia dobrou durante o século XIX, de cerca de 200 milhões para mais de 400 milhões. A introdução de ferrovias, o primeiro grande avanço no transporte terrestre por séculos, melhorou o modo de vida das pessoas e favoreceu os grandes movimentos de urbanização nos países ao redor do globo. Várias cidades ultrapassaram populações de um milhão ou mais, durante esse século. Londres transformou-se na maior cidade do mundo e na capital do Império Britânico. A sua população expandiu de 1 milhão, em 1800, para 6,7 milhões até o final do século.

        Muitas terras, ainda desconhecidas, foram descobertas ao longo deste século, principalmente terras na África e Ásia.

         O liberalismo tornou-se o movimento de reforma proeminente na Europa. Este movimento começou a se fortalecer em meados do século XIX, após as décadas de 1830-1840, teve sua maior representação na França. Se juntou mais tarde à ideia no Nacionalismo, onde foi usado como pilar da Unificação da Alemanha (1864-1870 - Otto von Bismarck) e a Unificação da Itália (1848 - Mazzini e Garibaldi).

        O século XIX se caracteriza por romper definitivamente com a fusão que a História havia tido com a literatura. As reflexões sobre a sociedade de Saint-Simon produziram as tendências que modificariam as tendências historiográficas: o positivismo e o materialismo histórico, também influenciado pela dialética hegeliana. Ambas entendem que o comportamento da história se encontra submetido a leis.

2. O Positivismo

 

        O Positivismo é uma corrente filosófica que surgiu na França no começo do século XIX. Os principais idealizadores do positivismo foram os pensadores Auguste Comte (1798-1857) e John Stuart Mill (1806-1873). Esta escola filosófica ganhou força na Europa na segunda metade do século XIX e começo do século XX. É um conceito que possui distintos significados, englobando tanto perspectivas filosóficas e científicas do século XIX quanto outras do século XX.

        De acordo com Ferraz Jr., “O termo positivismo não é, sabidamente, unívoco. Ele designa tanto a doutrina de Auguste Comte, como também aquelas que se ligam a sua doutrina ou a ela se assemelham. Comte entende por ‘ciência positiva’ coordination de faits. Devemos, segundo ele, reconhecer a impossibilidade de atingir as causas imanentes e criadoras dos fenômenos, aceitando os fatos e suas relações recíprocas como o único objeto possível de investigação científica”. (BITTAR, 2015, p. 224).

        Conforme Maria Helena Diniz (2008, p.102), o termo “positivismo” não é unívoco pois designa tanto o positivismo sociológico (ou sociologismo eclético), de Augusto Comte, como o positivismo jurídico.

        A palavra “positivismo” teve seu sentido mudado radicalmente ao longo desses anos, incorporando diferentes sentidos, sendo muitos deles opostos e contraditórios entre si. O positivismo herda do Iluminismo o culto às ciências e ao empirismo. Se inicia como uma reação ao Idealismo transcendental de Hegel, ao formalismo e ao apriorismo, exigindo maior respeito para a experiência e os dados positivos. A principal ideia do positivismo era a de que o conhecimento científico devia ser reconhecido como o único conhecimento verdadeiro. O pensamento positivista também defende que a ciência é cumulativa, ou seja, que é transcultural, atingindo toda a humanidade, não importando em qual cultura surgiu ou se desenvolveu.

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