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Diferença Entre Prazeres

Por:   •  11/6/2018  •  Relatório de pesquisa  •  962 Palavras (4 Páginas)  •  123 Visualizações

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MILL, John Stuart; A liberdade utilitarismo - São Paulo: Martins Fontes, 2000.

Tema: Diferença entre prazeres.

Questão central: O que torna um prazer mais nobre que outro

Tese: Não há outra forma mais verídica de se determinar qual dentre duas dores é a mais aguda ou dentre duas sensações a mais prazeirosa, senão o sufrágio universal dos que conhecem as duas sensações.

  1. Dor e prazer (§ 1-2)

        Não se pode encontrar a teoria da utilidade a partir do certo e do errado, em sua simples distinção. De Epicuro a Bentham, a teoria da utilidade não procurava algo que contrastasse com o prazer, mas o prazer em si mesmo, bem como a ausência de dor. É preciso entender que não se pode levar a palavra prazer ao seu amplo sentido, mas como uma forma de felicidade. A fundação moral que sustenta ações corretas na medida em que tendem a promover a felicidade e erradas conforme tendam a produzir o contrário, e por felicidade, entende-se prazer e a ausência de dor; por infelicidade, dor e a privação do prazer. Para clarear o padrão moral estabelecido, é preciso saber o que está incluído nas ideias de dor e prazer e em que medida esse debate é uma questão aberta.

2. Diferença entre prazeres (§ 3-4)

        Epicuristas representam a natureza humana sob uma luz degradante, acusando que os seres humanos são incapazes de sentir um prazer distinto do que sentem os suínos. Se caso essa acusação fosse verdadeira, a regra da vida que é suficientemente boa para os primeiros seria suficientemente boa para os últimos. Os prazeres dos animais não satisfazem as concepções humanas de felicidade. Os seres humanos possuem faculdades mais elevadas do que os apetites animais, e uma vez que tomam consciência delas não consideram como felicidade algo que não os satisfaça. É muito compatível com o princípio utilitarista admitir que algumas espécies de prazer são mais desejáveis e mais valiosas que outras.

3. Senso de dignidade (§ 5-6)

        Se dois prazeres forem colocados em questionamento, e a vasta maioria escolhesse um deles, mesmo tendo experimentado ambos, ele seria o mais desejável. Entretanto, aqueles que estão familiarizados com os dois prazeres e têm competência para julgá-los colocam um deles tão acima do outro que chegam a preferi-lo, mesmo que seja diferente do preferido pela maioria, esse tem uma superioridade qualitativa, pois a quantidade foi subestimada de tal modo que se torna pouco importante.

        Os capazes de desfrutar de ambos os prazeres escolhem aquele prazer que dá vida a suas faculdades mais elevadas. Poucos seres humanos aceitariam se transformar em animais inferiores sob a promessa de se satisfazer plenamente os prazeres animalescos. Apenas imaginam essa possibilidade nos casos de infelicidade extrema, que para se livrarem dela, trocariam sua sorte por quase qualquer outra, por mais indesejável que fosse a seus olhos. Um ser provido de faculdades superiores exige mais para ser feliz, pois não será qualquer coisa que satisfará sua refinada preferência, é possível até que ele experimente um sofrimento agudo. Mas isso pode ser explicado, com por exemplo o orgulho, mesmo sabendo que algo lhe fará feliz e você não o faz por orgulho, você está tirando proveito de seu senso de dignidade, que todos os seres humanos possuem sob uma forma ou outra, e que para alguns corresponde, embora não em proporção exata, a suas faculdades superiores.

        O sofrimento daqueles que desfrutam grandes prazeres é somente uma pequena imperfeição, ele pode aprender a suportá-la, de modo que as tornem suportáveis, e não invejam aqueles que nem se dão conta das imperfeições. É melhor ser uma criatura humana insatisfeita do que um porco satisfeito: é melhor ser Sócrates insatisfeito do que um tolo satisfeito. E se o tolo ou o porco têm opinião diversa, é porque conhecem apenas um lado da questão: o seu. A outra parte, em compensação, conhece os dois lados.

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