Distinção entre labor e work para Hanna Arendt

As perspectivas sociais emergem de amplas estruturas sociais que posicionam similarmente muitas pessoas, quer elas gostem ou não. Isso confere às perspectivas sociais um caráter básico que muitos interesses e opiniões não possuem. Interesses e opiniões podem ser compartilhados com muitas outras pessoas ou podem ser bastante idiossincráticos. Muitos são voluntariamente formados e organizados, e é potencialmente vasta a quantidade de interesses e opiniões numa dada sociedade.

representação proporcional provê maior oportunidade para a representação diferenciada do que um sistema baseado em distritos com membro único, em que o vencedor leva tudo

Hannah

the word "la- bor," understood as a noun, never designates the finished product, the result of laboring, but remains a verbal noun to be classed with the gerund, whereas the product itself is invariably derived from the word for work, even when current usage has followed the actual modern development so closely that the verb form of the word "work" has become rather obsolete

O labor significava ser escravizado pela necessidade, e essa escravização era inerente às condições da vida humana. Porque os homens eram dominados pelas necessidades da vida, só podiam ganhar sua liberdade através da dominação daqueles a quem submetiam à necessidade pela força

O animal laborans é de fato apenas um, na melhor das hipóteses, o mais alto, das espécies animais que povoam a terra.

Labor e work (ponos e ergon) são distinguidos em Hesíodo; só o work é devido a Eris, a deusa da boa luta (Obras e Dias 20-26), mas o labor, como todos os outros males, saiu da caixa de Pandora (90 ff.) e é uma punição de Zeus porque Prometheus "o astuto enganou-o. "

a distinção entre trabalho produtivo e improdutivo contém, ainda que de maneira preconceituosa, a distinção mais fundamental entre work e labor.

teorias de Marx21 - a distinção entre labor e work teria desaparecido completamente; todo work teria se tornado labor porque todas as coisas seriam compreendidas, não em sua qualidade objetiva e mundana, mas como resultados da força de trabalho viva e funções do processo da vida

Do ponto de vista da natureza, é o work, e não o labor, que é destrutivo, já que o processo de work retira a matéria das mãos da natureza sem devolvê-la no curso rápido do metabolismo natural do corpo vivo.

O naturalismo consistente de Marx descobriu a "força de trabalho" como o modo especificamente humano da força vital que é tão capaz de criar um "excedente" quanto a própria natureza

A verdade bastante desconfortável da questão é que o triunfo que o mundo moderno alcançou sobre a necessidade se deve à emancipação do trabalho, isto é, ao fato de que o animal laborano era autorizado a ocupar o domínio público

Labor = trabalho

work = obra

O conceito de trabalho (labor) se refere a nada mais do que as atividades intrínsecas ao processo biológico, necessárias para a sobrevivência dos indivíduos e da espécie humana.

O conceito de obra é a atividade de transformar coisas naturais em coisas artificiais, como por exemplo, transformar a madeira das árvores em casas, camas

obra não é intrínseca e constitutiva da espécie humana, po rtanto, não é parte da essência do ser humano. A obra é uma atividade que o ser humano impôs à sua própria espécie, como resultado de um processo cultural. Assim, esta atividade não é ontológica, tal como se apresenta em Marx.

Estes conceitos estão relacionados com o conceito de vita activa . Para a Antiguidade grega, a vita activa era ocupação, i nquietude, desassossego. O ser humano, nesse sentido dos gregos antigos, só é capaz de tornar - se verdadeiramente humano quando se distancia da vita activa e se aproxima da vida contemplativa. E é justamente nessa perspectiva, que os gregos não consideravam cidadãos a s pessoas na condição de escrav izadas, como no caso do s estrangeiros . A pessoa escravizada , ao ocupar a maior parte de seu tempo com as tarefas que visavam a sobrevivência dos outros e dele próprio, era destituído do conceito grego de “homem”, mesmo não deixando de ser humano.

encontra - se a distinção entre trabalho produtivo e trabalho improdutivo e, com a glorificação do trabalho por sua produtividade, autores como Karl Marx e Adam Smith menospr ezavam o trabalho improdutivo, que seria uma espécie de perversão à atividade do trabalho.

m, enquanto a teoria antiga desprezava o trabalho, a teoria moderna o glorifica, enaltecendo - lhe a produtividade.

c aráter das coisas que produz. Portanto, a distinção entre trabalho e obra torna - se uma diferença de grau quando não se leva em conta o caráter da coisa produzida, nem sua localização, sua função e a sua duração de permanência no mundo.

Comparando os conceitos de trabalho e obra , Arendt afirma que, enquanto no trabalho o animal laborans se “mistura” com os materiais, na obra o homo faber se “faz” e literalmente “trabalha sobre eles”, e assim fabrica a infinita variedade de coisas cuja soma total constitui o artifício humano. Em sua maioria, essas coisas são objetos destinados ao uso e dotados de durabili dade e, devidamente usadas, não desaparecem, e emprestam ao artifício humano a estabilidade e a solidez sem as quais não se poderia esperar que ele servisse de abrigo à criatura mortal e instável que é o humano.

Poder - se - ia então, pontuar que as principais características da atividade do trabalho são: mover - se sempre no mesmo círculo imposto pelo processo biológico do organismo vivo; provê os meios de consumo, que seguem unidos, quase chegando a constituir um único movimento (que quando mal ter mina, deve começar novamente) ; é responsável pela manutenção da vida, numa luta constante e interminável contra os processos de crescimento e declínio mediante os quais a natureza permanentemente invade o artifício humano, ameaçando a durabilidade do mundo e sua prestabilidade ao uso pelo h umano; e tais características também tornam a atividade do trabalho um esforço doloroso para o humano, pela repetição presente nesta tarefa.

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