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Etnografia

Por:   •  3/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.672 Palavras (7 Páginas)  •  215 Visualizações

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MIGRAÇÃO PARA ESTUDO: CHOQUE CULTURAL EM PELOTAS

RESUMO

Este trabalho foi direcionado a análise de um grupo seleto desta cidade de Pelotas, refere-se aos migrantes de outros Estados do Brasil, que enxergam nesta cidade um local adequado e promissor para estudar. A pesquisa será focada em divergências culturais das quais os pesquisados sofrem ou observam quando começaram a residir em tal lugar. Muitas vezes vindos de tão longe para um local estranho, dado que a maioria é de pouca idade, e diversas vezes pouca maturidade, tanto para enfrentar as dificuldades de ingressar em uma faculdade, de se sustentar, mas principalmente de se adaptar em um local que muitas vezes não é nem um pouco parecido com sua cidade de origem. O local observado se trata de um pensionato localizado na Rua três de maio, n°930, Bairro Centro em Pelotas, onde 5 interlocutores vindos dos locais mais variados do Brasil estão estudando em diversos cursos da Universidade Federal de Pelotas, o trabalho foi desenvolvido através de pesquisa de campo realizada uma vez por mês desde 13 de maio de 2015 até dia 09 de outubro de 2015. O principal objetivo da pesquisa é analisar as dificuldades passadas pelos migrantes e tentar apaziguar tal situação.

Palavras-chave: Choque cultural. Migração

1. INTRODUÇÃO

O estudo refere-se migração de estudo para pelotas, delimitada ao choque cultural sofrido por estes.

É de conhecimento geral que Universidade Federal de Pelotas oferta diversos cursos de graduação, em várias áreas e para inúmeros gostos, além de ser uma instituição de ensino renomada e conhecida por todo o Brasil. Assim, dado que a cada ano o número de vagas e a quantidade de cursos só aumentam é natural que na mesma proporção a cidade receba mais migrantes, ou seja, pessoas que desejam cursar graduação, e em alguns casos pós-graduação vindos de outras cidades e de outros Estados.

Muitos destes estudantes que se deslocam, muitas vezes do outro lado do país, até Pelotas acabam encontrando em pensionatos e repúblicas locais mais acessíveis para se morar e poder dar a devida atenção aos estudos. É o caso do pensionato localizado na Rua três de maio, em geral se pensaria que haveria mais pessoas dos cursos localizados ali perto da residência, como por exemplo a faculdade de direito, porém está não é a realidade.

No pensionato já mencionado, residem 5 pesquisados, sendo 3 homens e 2 mulheres, Tomás com 18 anos, Lucas com 20 anos, João com também com 18 anos, das mulheres estão Sophia com 23 anos e Laura com 22 anos.

2. RELATOS E ANÁLISE

Tomás, estuda ciências biológicas na UFPEL, e é de Caxias do Sul, mesmo estando no mesmo estado, afirma que encontrou aqui algumas diferenças culturais, quanto a comida sente falta das pizzas de Caxias do Sul também de agnoline e tortei, mas afirma que o que mais gostou quanto a gastronomia local foi os doces tradicionais de Pelotas. Em diversas conversas foi mencionado a diferença quanto a fala e gírias do Pelotense com os demais locais, e Tomás relata que pereceu a mudança de conjugação dos verbos como “visse”, “entendesse”, também notou o frequente uso do “Tchê” e por fim o “merece” para a reposta “obrigada”. Quanto as gírias recorda que o que lhe causou mais estranheza foram as palavras: “atendesse” e “arrumasse”, e pelas crenças e músicas acredita que sejam muito parecidos com Caxias pois não notou diferenças, mas quanto a costumes percebeu que há mais pessoas com trajes gaúchos e tomando chimarrão do que em sua cidade de origem, em contrapartida reclama que os pelotenses jogam muito lixo no chão e assim afirma que falta para o pelotense educação ambiental.

Sophia faz o curso de química forense na UFPEL, é de São paulo, capital, em relação a gastronomia que mais sente falta de sua cidade são: das coxinhas de frango, cuzcuz paulista, virado paulista, pastel de feira, pão na chapa, feijão carioca, pão de queijo, pamonha e açaí. Porém relata que conheceu comidas aqui que gostou muito, como os “baurus” e “xis” vendido nas lancherias de Pelotas e trouxinha de nozes, conta que as carnes têm gosto diferente, gostou também de cuca, ambrosia, churrasco típico e o pavê alemão. Quanto a fala notou diferenças nas expressões do dia a dia, como “fazer um rancho”, “trovar”, “Prende o grito”, “ratiar”, “Barranquear ovelha”, “fulano é um quadro”, “te desse” e assim como Tomas notou o tão famoso “Merece” e o tradicional “Capaz”, “magrão”, “Guri/guia”, além do mais reparou que em Pelotas carne moída é guisado, mixirica é bergamota, sinal de trânsito é sinaleira, suspiro é merenguinho.

Quanto aos costumes relata que viu que as lojas fecham ao meio dia e só abrem as duas horas da tarde, o que seria impossível em São Paulo, pois torna o horário de comércio reduzido, notou assim como Tomás que se joga muito lixo nas ruas, a falta de educação também é grande, em contrapartida os carros param para os pedestres atravessarem na faixa de segurança. Comenta que também percebeu que muitas pessoas palitam os dentes após as refeições, tomam muito chimarrão e andam com os trajes típicos,

Sobre as músicas relata que constatou que muito se houve músicas gauchas, com muita participação do sertanejo, tendo nas danças a participação essencial do CTG. Quanto as crenças conta que notou disparidade com São Paulo, pois há uma variedade de religiões, principalmente com matriz afro, tendo principalmente a valorização da umbanda. Por fim diz que os hábitos alimentares do Pelotense mudam muito com as estações, diferente de São Paulo, pois o clima nesta cidade é muito úmido e muito diversificado, fazendo com as coisas mofem rapidamente. Recorda que o povo as vezes passa um pouco do limite quanto ao seu orgulho de ser gaúcho, porém a cidade em si é bem antiga, tantos os edifícios quanto ao traçado urbano, o que talvez favoreça que no verão o pessoal coloque as cadeiras de praia na rua a tardinha para tomar chimarrão.

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