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O Longo Amanhecer – Uma Cinebiografia de Celso Furtado

Por:   •  25/11/2018  •  Resenha  •  1.084 Palavras (5 Páginas)  •  272 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA

Documentário: O Longo Amanhecer – Uma Cinebiografia de Celso Furtado

        O documentário “O Longo Amanhecer”, uma cinebiografia de Celso Furtado, foi dirigido por José Mariane e conta através de trechos de vídeos históricos a vida e o pensamento do grande economista. O documentário conta com um depoimento do próprio Celso Furtado e de parceiros intelectuais como Maria Conceição Tavares, Francisco de Oliveira e João Manuel Cardoso de Melo.

        A grande chave do documentário é o depoimento de Celso Furtado no ano de 2004, cerca de 5 meses antecedentes a sua morte. O economista fala sobre temas estudados e discutidos durante a sua vida, especialmente na necessidade de superação das desigualdades sociais no Brasil em direção ao desenvolvimento.

Celso Monteiro Furtado, Nasceu em Pombal, Sertão Paraibano em 26 de julho de 1920, se formou em Direito pela Faculdade Nacional de Direito e cursou Doutorado em Economia pela Universidade de Paris e esteve por trás de inúmeras ideias e projetos para o desenvolvimento do Brasil, especialmente a partir dos anos 1950.

O documentário relata a trajetória de vida de Furtado, desde a formação deBacharel em Direito na UFRJ, sua viajem em 1946 para a França, onde realizou doutorado em Economia.Retornando à América Latina Furtado, passa a integrara Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), em Santiago do Chile se tornando um dos principais colaboradores.

Retornando ao Brasil, na década de 1950, Furtado presidiu o Grupo Misto CEPAL-BNDES, e elaborou um estudo sobre a economia brasileira que serviria de base para o Plano Metas, um importante programa de industrialização e modernização levado a cabo na presidência de Juscelino Kubitschek (JK).

Furtado é convidado por JK para compor a diretoria do BNDES, e a condição para sua aceitação era que fosse criado no Banco um setor especializado em políticas públicas para o Nordeste. Furtado então se torna o mentor de planos de desenvolvimento regional, como o surgimento da SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), se tornando essa política como prioridade do governo de Juscelino.

Trabalhar com o Nordeste seria primordial para definir as bases para uma verdadeira política na região. Para tanto era necessário considerar a seca como parte do sistema ecológico nordestino. Com a nova política Celso pretendia abandonar a velha estratégia de combate as secas e tentar reverter o fenômeno natural através de obras. A estratégia era não fazer da seca o centro estratégico da remontagem da economia do Nordeste.

Outro ponto, era que deveria ser feito no Nordeste o que se fazia no Brasil, incentivar a industrialização para que se promova vagas de emprego, a produção de novos bens, mecanismo de ampliação do mercado interno e de fazer a renda crescer. E ainda vale destacar a necessidade de desmontar a estrutura fundiária da região, que segundo Celso as causas dos problemas econômicos sociais decorrentes da seca são atribuídas a estrutura da propriedade e não ao fenômeno natural. Dessa forma, o que faz com que a economia do interior do Nordeste seja frágil é o latifúndio, pois é o latifúndio que obriga as populações a produzirem produtos divergentes da ecologia da região.

Dentre as diversas obras de Celso, destacamos “A interpretação do Desenvolvimento Econômico Brasileiro e a História Econômica do Brasil” que versava a originalidade brasileira sobre os ciclos econômicas, por exemplo o ciclo do ouro, o ciclo do café, o ciclo da cana de açúcar, fazendo parte da manifestação do fenômeno do subdesenvolvimento.

Também destacamos o livro "Formação Econômica do Brasil", até hoje considerado uma obra essencial para a compreensão do país. O livro juntou a teoria macroeconômica e história para realizar um a dinâmica das estruturas que vão construindo progressivamente o capitalismo no Brasil. E o Livro “Desenvolvimento e Subdesenvolvimento” que aborda o modelo subdesenvolvido brasileiro, destacando oferta ilimitada de mão de obra, a absorção do progresso técnico importado de forma lenta, oferta abundante de mão de obra da economia de subsistência, levando a concentração de renda, conservação do subemprego e injustiça social.

Celso Furtado atuou no Governo não só de Juscelino Kubitschek, mas se tornou Ministro pela primeira vez na gestão de João Goulart, quando ocupou a pasta do Planejamento. É na condição de Ministro do Planejamento que apresenta ao país o plano trienal. Nas palavras da economista Maria da Conceição Tavares, entrevistada no documentário, era a primeira vez que o Brasil poderia superar o ciclo do subdesenvolvimento através das reformas estruturais propostas.

Depois do golpe de 1964, Furtado foi cassado por dez anos, exilando-se primeiro no Chile, depois viajando pela Europa e os Estados Unidos, onde se tornou pesquisador na prestigiada Universidade de Yale.

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