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Resenha Crítica "O lado negro do chocolate"

Por:   •  20/9/2018  •  Resenha  •  1.103 Palavras (5 Páginas)  •  3.017 Visualizações

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MISTRATI, Miki. "O Lado Negro do Chovolate".

Resenha Crítica

O documentário "O Lado Negro do Chocolate", apresenta a investigação do jornalista Miki Mistrati e sua equipe, no qual investigam supostos boatos de que as indústrias de chocolates ocultavam o tráfico de crianças e o trabalho infantil em fazendas produtoras de cacau, na Costa do Marfim, localizado a oeste da África.

A equipe jornalística inicia a averiguação em uma feira que ocorre anualmente na Alemanha, onde as maiores indústrias de chocolate expõe e vendem seus produtos. Ao indagarem os representantes das empresas sobre o crime ocorrido em cacauzais, a maioria nega ou alega não saber da ocorrência.

Porém, ao chegarem na África, deparam-se com uma triste realidade vivenciada frequentemente por quem mora ali, a existência de crianças entre 11 e 14 anos, enganadas e aliciadas por traficantes, na sua maioria em Mali e levadas de ônibus até a cidade fronteiriça de Zégoua. Onde essas são covardemente contrabandeadas pela fronteira e vendidas como mercadorias a donos de fazendas produtoras de cacau na Costa do Marfim, esse que é o maior produtor de cacau do mundo. Já nas fazendas, são encontradas crianças escravizadas, sem a mínima condição de dignidade, onde manipulam facões, são expostas a pesticidas e trabalho pesado, o que parece normal para as pessoas que vivenciam esse crime.

Ao final do documentário, empresas que se beneficiam com essa prática ilegal na produção do cacau, como a Nestlé, Mars e Cargill, entre outras, foram questionadas sobre que medidas tomavam para combater o crime. Porém, as mesmas se recusaram a dar declarações e se omitiram de qualquer culpa, ao manifestarem em nota que não tinham controle da prática laboral por não serem donos das plantações, ocultando toda e qualquer responsabilidade com os fatos apresentados.

Lamentavelmente, enquanto a maioria das pessoas que vivem em países desenvolvidos saboreiam o doce sabor do chocolate, muitas crianças africanas sentem o amargo sabor deste. A triste realidade enfrentada pelas crianças da África existe em consequência de um mundo em sua maioria capitalista, que visa acima de tudo o lucro, ignorando a vida e a dignidade humana.

Observando o documentário expondo a situação existente na África, pode-se afirmar que o trabalho infantil também tem recorrência no Brasil. Sendo assim é pertinente trazer o debate dessa atividade ilícita para o contexto do país.

Primeiramente o termo "trabalho infantil", refere-se às atividades econômicas e/ou atividades de sobrevivência, com ou sem finalidade de lucro, realizadas por crianças ou adolescentes em idade inferior a 16 (dezesseis) anos. (FNPETI, 2017). Pelo conceito evidenciado, atualmente no Brasil o trabalho infantil é uma prática ilegal preservada pela lei 10.097/2000, que prescreve em seu artigo 406: "É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos".

No entanto, o trabalho infantil não é um problema recente no Brasil, já que vem ocorrendo desde a colonização deste. É um problema social persistente no país, pois surge em sua maioria no grupo familiar, onde a criança para ajudar a família, atua como babá, auxilia na lavoura, faz atividades domésticas e em função disso perde sua infância.

As crianças que vivenciam desde muito cedo o trabalho, sofrem graves consequências no decorrer de toda sua vida, já que essa prática:

Ameaça o desenvolvimento físico, aqui compreendida a saúde como um todo- resistência física, visão, audição, coordenação motora; danifica o desenvolvimento cognitivo – desde a alfabetização, o aprendizado e a aquisição de conhecimentos; perturba o desenvolvimento emocional, no que se refere à constituição da auto-estima, da compreensão dos sentimentos de amor, aceitação, dos elos familiares. (CUSTÓDIO;VERONESE, 2007, pág. 105).

Pode-se considerar que trabalho na infância limita o desenvolvimento pleno, principalmente no quesito educação, já que muitas dessas crianças abandonam a escola e, com ela uma fase importante de sua formação intelectual.

Apesar da resistência dessa triste violação dos direitos da criança e do adolescente à uma infância saudável e inquestionável, o Brasil vem evoluindo no combate desse delito por meio de programas criados pelo governo. Um deles seria o projeto PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), que:

Tem por objetivo retirar crianças e adolescentes do trabalho perigoso, penoso, insalubre e degradante, bem como possibilitar-lhes o

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