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Resenha: Mulheres, raça e classe, da autora Angela Davis – Racismo no movimento sufragista feminino

Por:   •  14/12/2017  •  Trabalho acadêmico  •  573 Palavras (3 Páginas)  •  678 Visualizações

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Resenha: Mulheres, raça e classe, da autora Angela Davis, capítulo 4 – Racismo no movimento sufragista feminino.

Luis Jardim - Estudos Diversificados II

Thiago Dalla Nora Silva - NºUSP 10282821

O texto inicia-se com uma carta de uma mulher branca, escrito após a Guerra Civil Americana, que faz questão de ressaltar que a luta pelo voto feminino (e branco) é mais “legitima” que a luta pelo voto negro. Isto se dá, devido a sérias questões em uma convenção sobre a proposta que unia a causa das mulheres pelo sufrágio feminino com a causa negra pelo sufrágio negro. Esta união traria benefícios mútuos tanto para negros quanto para as mulheres, porém, a influência do racismo na mentalidade da “américa branca” demoraria a perecer. Havia a ideia de que, após o fim da guerra civil, homens negros se “igualaram” a mulheres brancas, porém com o sufrágio de homens negros, tornaria esta população “superior” as mulheres brancas, o que na mentalidade deles (tanto homens como mulheres brancas) era inaceitável.

Devido a adoção do discurso abolicionista por mulheres brancas pertencentes aos estados do Norte, com o fim da guerra  existia a ideia de que o “prêmio” por seu apoio seria o direito ao voto. Entretanto, não foi isto que aconteceu, o confronto entre norte e sul foi muito mais uma guerra entre elites industriais do Norte contra elites agrárias do Sul do que uma guerra contra a escravidão, só porque lutavam pela abolição, não quer dizer que a burguesia do Norte via os negros como seres humanos. O sufrágio do homem negro era uma jogada para garantir os votos desta população ao partido republicano.

Fixou-se a ideia de que “A escravidão não terá sido abolida até que o homem negro possa votar. ” Porém esta ideia tinha bases sólidas, sem o voto os negros seriam incapazes de alcançar o tão sonhado avanço econômico. As mulheres brancas não podiam alegar que sem o direito a voto a sua vida e família estariam ameaçados, diferentemente dos homens negros, onde após os sulistas terem sido derrotados, transferiram sua ira contra o governo federal para as pessoas de cor. Desta maneira o voto negro não seria apenas uma maneira de angariar votos ao partido republicano, era mais que isso, era um meio de garantir a vida de milhões de negros no Sul.

O partido democrata representava os interesses da elite sulista, o partido era contra o sufrágio negro, porém a favor do sufrágio feminino como uma medida contra seus oponentes republicanos. “Primeiro a mulher, por último, o negro” era o slogan de um famoso democrata.

Os ex-escravos e ex-escravas sofriam uma opressão e violência que diferiam dos constrangimentos das mulheres brancas de classe média. Contudo, nota-se que o discurso do sufrágio negro, englobava apenas os homens negros, ou seja, com a conquista do voto pelos homens negros, e não para as mulheres negras, estes se tornavam superiores a estas.

A população negra realmente necessitava do direito ao voto, ainda que houvesse a falta de representação feminina (tanto branca quanto negra), a subsequente década da Reconstrução Radical do Sul se apoiou na extensão do direito ao voto dos negros, porém a que custo, devido a não adoção do sufrágio feminino encorajou o severo racismo das feministas na defesa do voto feminino, que só passou a valer em todos os Estados da União em 26 de agosto de 1920, e o racismo institucionalizado só começou a ser combatido depois de anos de protestos na segunda metade do século XX.

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