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Resenha do ensaio pesquisas em cadeia

Por:   •  2/7/2017  •  Resenha  •  440 Palavras (2 Páginas)  •  306 Visualizações

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Resenha do ensaio Pesquisas em Cadeia

Aluna Mariana Freesz - 201304025

O texto inicia-se fazendo alusão ao sistema de manicômios brasileiros e sobre as pessoas que lá permanecem esquecidas pela própria família e a sociedade, perpassando alguns dados estatísticos sobre aqueles que ali permanecessem sem necessidade.

Ao longo do texto, reflete-se sobre a perda de identidade do indivíduo esquecido dentro dessas instituições por tanto tempo, pois tornam-se, aos olhos daquele que chega, um indivíduo sem passado, uma lenda, que não necessariamente possui ligação com a realidade, que surge pela própria falta de conhecimento da história verdadeira, um passado lacônico a ser preenchido pela imaginação popular.

A partir desse momento, o texto menciona Zefinha, uma idosa esquizofrênica acusada de lesão corporal que permanece internada por quase 40 anos, em razão do abandono e esquecimento do judiciário. Um exemplo de até quão longe o judiciário pode ser negligente em relação aos seus assistidos, e como os manicômios são uma camada ainda mais profunda disso.

Em seguida, a autora relata um pouco sobre suas experiências nos presídios femininos, como em pesquisa não conseguia realizar perguntas diretas às encarceradas, e por isso teve que ficar como ouvinte dentro dos núcleos de saúde desses presídios.

Analisa as chamadas cadeias de papel, que é são unidades socioeducativas de educação para mulheres que cometem delitos, tanto que uma a cada quatro mulheres que já foram presas passaram por esse reformatório, que tem esse apelido pois é como se fosse um projeto de uma prisão. Ressalta o papel da escrita dentro desses reformatórios, onde grande parte da comunicação se dá via bilhetes, cartas, formulários de autorização, refletindo até que ponto isso seria uma ferramenta usada conscientemente pelo sistema, por ser a escrita um meio de expurgação, uma maneira de recontar o que foi feito, fazendo com que elas “admitissem” ou refletissem sobre as atitudes que as fizeram estarem lá.

A autora por fim, conclui que apesar da sua urgência, ainda não sabe bem como trataria e desenvolveria o tema cadeias de papel em suas obras futuras, mas que sobre uma perspectiva já estava certa: queria trazer o gênero feminino ao tratar sobre a temática. Comenta que quando a academia ou a arte abordam o tema cadeia ele possui gênero, pois se dá majoritariamente pela visão masculina, falando dos crimes em si, de “bandidagem”, criminologia e castigo, opção que a autora rejeitou, e preferiu seguir para o lado do “encantamento” porém “não falo poesia, não reclamo isso de linguagem poética sobre o horror da cadeia. Peço o encantamento de quem faz desaparecer o medo para dar lugar ao reconhecimento: escritura evidência importam para tornar visível o escondido ou desaparecido.” como pontuado pela autora.

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