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Resenha do livro A Civilização do Espetáculo

Por:   •  5/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.654 Palavras (7 Páginas)  •  114 Visualizações

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Resenha do livro A Civilização do Espetáculo

No livro a civilização do espetáculo o autor Mario Vargas Llosa faz varias ressalvas sobre interpretações da cultura contemporânea.

 Para o autor a cultura era uma espécie de consciência que impedia que virássemos as costas para a realidade e hoje a cultura atua como mero mecanismo de distração e entretenimento, ele acredita que é uma idéia ingênua de que através da educação se pode transmitir cultura à totalidade da sociedade, pois a única maneira de conseguirmos a democratização universal da cultura é empobrecendo-a, tornando-a cada dia mais superficial.

Podemos ver ao longo da leitura que a cultura esta prestes a desaparecer. Tendo em vista que a sociedade só está interessada no entretenimento, na diversão, nos assuntos do momento, no que é banal mesmo.

O jornalismo perdeu o seu caráter crítico e investigativo e passou a ter como valor supremo o entretenimento e o sensacionalismo, que alterou a noticiabilidade dos fatos onde a economia, a política e a cultura perderam o seu espaço, escândalos e espetáculos ganharam. Veículos de comunicação sobre pessoas públicas e sobre a vida alheia são conseqüências da civilização do espetáculo.

Como podemos ver as revistas da atualidade só estão à espera de um deslize dos famosos, como um caça ao tesouro, para fazerem suas manchetes escandalosas e chamativas, para instigarem a curiosidade do leitor que para saber o desfecho da manchete acaba comprando a revista apenas para saber da vida alheia.  

O bem-estar proporcionado pelo avanço da qualidade de vida, a democratização da cultura através da disseminação de um denominador comum, a substituição da crítica especializada pela publicidade, a massificação dos indivíduos, entendidos a partir de agora como um todo. Nos leva para um entendimento equivocado do que é cultura.

Houve um desaparecimento do intelectual, que antes possuía grande influência. Em seu lugar, artistas famosos das mais diversas áreas se tornaram mentores políticos. Essa inversão é resultado de uma sociedade em que as idéias perdem espaço para imagens, que requerem menor esforço mental. No campo das artes, o desaparecimento de consensos mínimos sobre valores estéticos criou problemas em definir ou que é belo talentoso e artístico ou não.

  A nossa política passou por transformações e se tornou regida pela publicidade, e não mais por ideologias e doutrinas. Sua transformação está ligada à frivolidade, característica de um conteúdo determinado por sua forma. A política também é um grande espetáculo que a mídia faz questão de repercutir cada momento ao tele espectador. A operação lava-jato (investigação de corrupção e lavagem de dinheiro, recursos desviados dos cofres da Petrobras) é um dos maiores escândalos políticos pelo qual o Brasil esta passando. Embora seja uma operação importante para a história da política Brasileira, o escândalo tomou conta da investigação. Tornando-o assim um grande espetáculo.

A literatura também foge do convite a reflexão (seja ela sobre o comportamento humano em um romance ou sobre questões sociais de nossa época). As obras literárias de nosso século são sempre lights, com o intuito de distrair o leitor em sua viagem de metrô ou na fila do banco.

Na sexualidade, houve emancipação de preconceitos e tabus, além de liberdade sexual. Por outro lado, o sexo foi banalizado e o erotismo (sexo como obra de arte) perdeu espaço. Na sociedade contemporânea, a liberdade sexual é reforçada através de variadas práticas. O efeito colateral, contudo, que podem surgir de algumas delas é a banalização do sexo como um ato instintivo. A destruição de determinados formalismos do ato sexual não acaba com os preconceitos, mas faz o ato sexual retornar a ser o que era antes de sua humanização. O autor reconhece os avanços dos movimentos sociais que buscaram a liberdade sexual de minorias, a queda de tabus religiosos e preconceitos como suas saudáveis conseqüências, mas afirma ser um regresso o ato sexual se banalizar através dessa liberdade conquistada pelas novas gerações, pois ele teve um importante papel na civilização do indivíduo e na criação de sua personalidade.  

 A cultura era inseparável da religião e sofreu influências da filosofia, do direito, da literatura e das artes, era uma soma de fatores e disciplinas. Atualmente, a noção de cultura se ampliou e perdeu forma, pois a antropologia considerou cultura tudo o que um povo diz, faz, teme ou adora e eliminou as diferenças de importância entre elas, a sociologia incorporou a cultura popular (incultura) ao conceito de cultura clássico. As fronteiras entre cultura e incultura foram abolidas e todos se “tornaram cultos”. Sem parâmetros para defini-la, porém, tudo passa a ser cultura e nada é cultura. A cultura interligava sociedades que se afastavam pelo processo da especialização, estabelecia hierarquias e preferências no campo do saber, e permitia a influência moral para que o progresso se mantivesse numa dada finalidade.

Llosa aborda a educação. Para ele, esse é o maior problema cultural da atualidade. E sem duvidas é. Muitos pais não ensinam o mínimo do que é cultura ou que era cultura para seus filhos e acham que é obrigação dos professores lhes ensinares, em parte até é, mas o ensino básico vem de casa.

Um breve comentário sobre cultura e política. O autor afirma que a cultura não depende da política, mas é natural que se relacione com ela, para exercer sua influência. A cultura do espetáculo, contudo, contribui para desmoralizar a política, que deixa de ser realizada a partir de idéias para se tornar mera publicidade. A política é caracterizada como uma busca pela superação dos males da sociedade e sofre influência das pessoas que a realizam, pessoas decentes contribuem para a   moralização da política, enquanto as indecentes, o contrário. A desmoralização promovida pela cultura do espetáculo e pelas pessoas que fazem mal uso do poder gerou um desinteresse pelo fazer político. O jornalismo irresponsável e sensacionalista, que amplifica e exagera os aspectos negativos da política, contribuiu para a apatia e o apolitismo. A raiz do problema, diz Llosa, está na cultura. Os agentes corruptos não corrompem, são, na verdade, corrompidos pelo próprio contexto sócio-cultural que adormece os sujeitos cívica e moralmente, que os casos de corrupção e abuso de poder passam a ser aceitos como meros fatalismos do fazer político. Uma segunda razão para o problema está nos baixos salários de funcionários públicos, que são evitados pelas pessoas de talento e competência, permitindo que sujeitos menos qualificados realizem o serviço público.  

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