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A Crise financeira internacional de 2007-8 e Grande Depressão: Uma análise crítica

Por:   •  15/5/2018  •  Resenha  •  2.685 Palavras (11 Páginas)  •  349 Visualizações

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Análise crítica sobre o texto A crise financeira internacional de 2007-8 e Grande Depressão: uma análise crítica

A Crise Financeira de 1929

Houve na década de 1920 uma retomada do padrão ouro pelas principais economias mundiais, justificando essa retomada pela alta instabilidade e se apoiando nos ideais do liberalismo clássico. Porém a retomada não obteve sucesso, visto que a convertibilidade não era mais plena e naquele momento não havia algum país que a pudesse garantir. Segundo, Kindleberg (1978), “os EUA não conseguiram liderar conforme a Inglaterra durante o auge do padrão ouro, e a falta de experiência e liderança no pós Primeira Guerra mundial e a fragilidade do “padrão ouro” criaram algumas condições para a crise”; já para Eichengreen (2000), “a crise de 1929 foi causada pelas imperfeições do padrão ouro, mas não exclusivamente pelos EUA”.

Havia uma assimetria entre as taxas de câmbio e os fluxos de pagamentos que se referiam às reparações e dívidas de guerra, em consonância com a instabilidade dos fluxos de capital, essa combinação ajudou a aprofundar os desequilíbrios entre os países.

Antes da Primeira Guerra Mundial havia credibilidade que haveria conversibilidade da moeda nacional em ouro. Essa credibilidade era reforçada pela cooperação entre países, seja por meio de empréstimos ou via movimentação de taxa de juros. Mas após o período da Primeira Guerra Mundial com a elevação da taxa de juros dos EUA, que drenou capitais do mundo todo, juntamente com sua não credibilidade em manter o sistema do padrão ouro em funcionamento, agravou-se a liquidez internacional gerando uma grave crise financeira.

Esses desequilíbrios ocorreram em um momento em que havia uma assimetria hegemônica entre os EUA e o resto do mundo. Após a Primeira Guerra Mundial, os EUA se tornaram o maior credor do mundo, um dos motivos foi porque durante a guerra eles estavam em pleno desenvolvimento, a produção da indústria era grande e eles exportavam

em altas quantidades, principalmente para Europa. As reservas de ouro dos EUA passaram de 26,6% em 1913 para 45,7% em 1924, sua participação na produção industrial mundial passou de um terço em 1913 para 45,0% em 1929, ultrapassando a participação de Reino Unido, França e Alemanha juntos, que somavam 28,0%.

Ao final da guerra os países europeus continuaram importando em grande escala dos EUA para a reconstrução das indústrias e cidades. A situação mudou no final da década de 1920, pois as cidades e industrias europeias já estavam reconstruídas, e, assim eles diminuíram drasticamente suas importações de produtos industrializados e agrícola dos EUA. Entre 1926 e 1931, foi transferido para os EUA cerca de 1 bilhão de dívida de guerra, porém além disso muitos empréstimos foram concedidos a Europa e outras regiões do mundo, em sua maior parte por meio de novas emissões de títulos para tomadores no exterior. Segundo Hobsbawm (1994), “alavancar a economia desta forma foi o fator principal e precedente da Grande Depressão”.

Para Eichengreen (2000), a ausência de um market maker (agente de liquidez, facilitador de liquidez, promotor de negócios, especialista) internacional regulador contribuiu para a instabilidade dos mercados, e por conseguinte, para a crise da economia mundial de 1930, para Galbraith houveram as seguintes contribuições:

  1. a concentração de renda;
  2. a estrutura corporativa precária;
  3. a péssima estrutura bancária e inerentemente debilitada, com unidades independentes e práticas duvidosas;
  4. os desequilíbrios no balanço de pagamentos, entre credores e devedores do após a guerra e
  5. a falta de “inteligência” econômica do Estado foram fatores fundamentais para os desdobramentos da Grande Depressão.

No final da década de 1920 não foram criados novos bancos para atuar com instrumentos de especulação. O que se desenvolveram foram consórcios e companhias de investimentos, onde existia uma gama de títulos; consórcios e outras instituições financeiras criavam mais consórcios gerando assim um processo de alavancagem através dessa cadeia de títulos. A expansão dos empréstimos dependia da alta continua dos preços

das ações no mercado, porém com a diminuição das exportações dessas empresas que possuem ações na bolsa, houve uma queda drástica no preço das ações. E, quando o preço começou a despencar muitos dos consórcios que possuíam ações de baixo valor tiveram que se desfazer de títulos “bons” para cobrir seus empréstimos à margem, o que culminou em um processo cumulativo de queda geral dos preços.

Com a crise, os empréstimos externos norte-americanos foram suspensos, evidenciando a vulnerabilidade da Europa, especialmente da Alemanha, face aos fluxos de capitais internacionais. Em conjunto, houve uma redução no volume dos depósitos bancários em diversos países como Áustria, Alemanha e Reino Unido. A reversão e a instabilidade dos capitais de curto prazo levaram a uma cadeia de sucessivas crises bancarias e de balanço de pagamentos.

Conhecida como a Grande Depressão, essa crise atingiu diversos países que mantinham relações comerciais com os EUA, vale ressaltar que foi uma crise do liberalismo clássico, que prega a teoria econômica da auto regulação. E, para solucionar esse problema da crise, houve uma forte intervenção do Estado na economia com Roosevelt, foi colocado em prática o New Deal, que surgiu com base no pensamento keynesiano.

A Crise Financeira Internacional de 2007-2008  

 

A crise financeira internacional de 2007 e 2008 iniciou nos EUA e está relacionada à dinâmica do processo de globalização do capital. Teve sua origem nas relações assimétricas de poder e dominação internacional. Foi fruto das políticas de liberalização e desregulamentação dos mercados e alavancada pela adoção do sistema de taxas de câmbio flutuante. 

O fim das taxas de câmbios ajustáveis entre as economias desenvolvidas fez com que o setor privado passasse a assumir os riscos cambiais, estimulando o mercado de câmbio e derivativos. Por outro lado, o processo de desregulamentação financeira, a livre mobilidade de capitais e a flexibilidade e volatilidade das taxas de juros e câmbio reduziu a capacidade das políticas macroeconômicas, elevando a fragilidade financeira do sistema. Os argumentos favoráveis a adoção de controle de capitais, como a redução do efeito contágio de crises financeiras, foram ignorados em defesa da liberalização financeira. 

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