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O Sistema Financeiro Internacional

Por:   •  19/9/2018  •  Resenha  •  3.240 Palavras (13 Páginas)  •  268 Visualizações

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2 – SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL

  • CAPITALISMO COMERCIAL MERCANTILISTA (XIII – XVIII): desenvolvido a partir do fim da Idade Média, o sistema capitalista em voga na época baseava-se na crença de que a riqueza assentava-se na quantidade de metais amoedáveis que uma pessoa, ou um país, poderia possuir. Por isso, quanto mais comércio um agente econômico fizesse, mas este acumularia, primitivamente, o capital. Segundo os mercantilistas europeus, a economia deveria ser controlada pelo governo, que distribuiria monopólios para comerciantes, para corporações de ofício manufatureiras, para ferreiros, para navegadores, etc.    
  • CAPITALISMO LIBERAL (XIX – XXI): a partir da Revolução Industrial inglesa, entre 1760 e 1800, os homens de negócios europeus perceberam que os produtos manufaturados e industrializados (maquinofaturas) são muito mais valiosos, por serem provenientes de processos em que o trabalho humano está envolvido: é o chamado valor agregado. Adam Smith, em Riqueza das Nações (1776), argumenta que a melhor forma de enriquecimento é a liberdade dos agentes econômicos e a atividade mais produtiva é a que utiliza a divisão do trabalho. Por isso, a concepção de riqueza passa a significar a possibilidade de acesso a bens manufaturados.
  • Socialismo Científico: a análise e a teorização do capitalismo feitas por Karl Marx e Friedrich Engels, em meados do séc. XIX, chamou a atenção dos europeus para os aspectos injustos e humanamente perversos do capitalismo. Muitos movimentos e eventos desde então foram criados ou inspirados pelo Socialismo Científico (um estágio de desenvolvimento social em que não mais haveria a exploração e a luta de classes, os pilares do capitalismo). Segundo os autores, a única maneria de atingir o Socialismo seria por meio de uma revolução e da ditadura do proletariado, receituário que ficou conhecido como marxismo.  
  • Sindicalismo: apesar de ter surgido na primeira metade do século XIX, o sindicalismo foi muito influenciado pelo marxismo.
  • Partidos Comunistas: os mais relevantes foram os do Império Alemão e do Império Russo.  
  • CAPITALISMO FINANCEIRO E MONOPOLISTA (XIX – XXI): em meados do séc. XIX, o capitalismo enfrenta sua primeira crise de graves proporções. A partir de 1857, as empresas que outrora concorriam entre si, passaram a sofrer fusões (truste) e a dominar completamente alguns mercados (monopólio). Trata-se da Segunda Revolução Industrial. Alguns dos maiores acionistas das novas indústrias de base (siderúrgicas, petroquímicas, de construção civil, de energia) eram grandes bancos (holdings), que controlavam vários segmentos industriais. Além disso, descobriu-se a possibilidade do acordo de preços mínimos (cartelização) quando os concorrentes eram poucos (oligopólio). A segunda grave crise do capitalismo (1873-96) provoca a redução dos lucros dos grandes capitalistas que procuram novas fontes de renda que não estejam submetidas à concorrência europeia, como o investimento de capitais em outras potências e também na América.
  • Imperialismo: a chamada “corrida pela África e pela Ásia” é considerada uma das grandes responsáveis pelo aumento das tensões entre as potências que estavam em pleno processo de industrialização. Apesar das justificativas religiosas e darwinistas, as potências que estavam em pleno processo de industrialização (Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Japão, EUA e Alemanha) tinham intenções mais práticas:
  • Investimento em infra-estrutura
  • Busca por novos mercados por meio da expansão do capitalismo
  • Extinção do escravismo na África
  • Exploração de mão-de-obra semi-escrava
  • Demonstração de poder
  • Nacionalismos: Fragmentação X Unificação
  • Paz Armada
  • Alianças Militares entre as potências

Século XX: a reinvenção do capitalismo

  • PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-18): as rivalidades imperialistas na África e os nacionalismos na Europa do Leste foram as principais causalidades que redundaram na Grande Guerra. Durante o conflito, partidos comunistas se enfraqueceram na Europa, mas a derrubada do czar russo (Nicolau II) dá ensejo à primeira e mais importante revolução comunista da história: a Revolução Russa (1917). A partir de então, os principais representantes dos dois sistemas sustentavam clara rivalidade:  
  • O Capitalismo Liberal: EUA, Europa, Japão
  • O Socialismo/Comunismo: URSS

CRISE DE 1929: depois de recuperada as indústrias europeias, os industriais dos EUA ainda acreditavam que, assim como propunha Smith, toda oferta produz sua demanda. A superprodução foi acompanhada na queda dos lucros e do refluxo das ações das empresas de capital aberto, que tiveram que ser recompradas a preços baixos, gerando prejuízos para todos acionistas e o estouro da Bolsa de Nova York. A quebra teve repercussões imediatas em todo o mundo capitalista, principalmente no maior parceiro comercial dos EUA: a Europa, onde os partidos autoritários expandiram sua popularidade com a proposição de soluções ditatoriais, violentas e, aparentemente, fáceis para salvar a economia capitalista do desemprego e da recessão.

  • CAPITALISMO INTERVENCIONISTA/KEYNESIANO: a década de 1930 foi marcada pela reação do sistema capitalista contra a crise e a crescente popularidade do socialismo. O desenvolvimento URSS estimulava a popularidade dos partidos comunistas do Ocidente e a intervenção direta do Estado na economia foi a maneira pela qual tanto as democracias outrora liberais (EUA, França e Inglaterra) quanto os fascismos (Itália, Alemanha, Japão) tentaram copiar parte dos procedimentos econômicos soviéticos. Tais procedimentos tinham no inglês John Maynard Keynes o seu maior teórico e, desde então, chama-se keynesianismo o conjunto de políticas voltadas ao estímulo da economia pelo próprio Estado.

  • SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-45): quando Alemanha, Itália e Japão (fascismos) fazem uma aliança (Pacto Anti-Komintern) para expandir territórios pela Europa e pela Ásia e as democracias capitalistas (EUA, França e Inglaterra), unidas à grande potência socialista (URSS) unem-se  para enfrentá-las na maior guerra da história da humanidade. Paralelamente à guerra, os dois grupos já começavam a disputa por espaços de influência no mundo do pós-guerra: era o início da Guerra Fria (1945-91).
  • SISTEMA DE BRETON WOODS E A HEGEMONIA DO DÓLAR (1944): depois da II Guerra Mundial, os países capitalistas continuaram se afastando do liberalismo ao instaurar o Estado de Bem Estar Social, resultado do intervencionismo estatal keynesiano. A prática foi incentivada pelos EUA, que, através do Plano Marshall, usava seu poder financeiro para conter a expansão do comunismo pela Europa e pela Ásia. Além disso, os EUA pretendiam regulamentar o sistema financeiro internacional à sua imagem e semelhança e conseguiram, através dos acordos de Bretton Woods, transformar o dólar na moeda internacional de comércio. Para que isso fosse possível, o dólar foi lastreado no ouro (US$ 35 por onça – 30g – de ouro, com os EUA se comprometeram a trocar todos os dólares emitidos pelo Federal Reserve) e foram criados organismos internacionais para estabilização desse sistema. O economista britânico John Maynard Keynes, apesar de ter seu nome associado às novas práticas capitalistas, queria que fosse criada uma moeda internacional e perdeu a contendo contra os norte-americanos, que conseguram impor o dólar.  
  • FMI: o Fundo Monetário Internacional tem a função de prover dólares a países com dificuldades na balança de pagamentos. Para isso, porém, o Fundo, controlado pelas economias maiores economias do planeta, faz exigências que favorecem as grandes economias do mundo.  
  • BANCO MUNDIAL: A missão inicial do Banco Mundial, até então somente o BIRD, foi de financiar a reconstrução dos países devastados pela Segunda Guerra Mundial. Com o tempo a missão evoluiu para a de financiamento do desenvolvimento dos países mais pobres e de auxílio financeiro.
  • GATT (1947): O Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio ou Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (General Agreement on Tariffs and Trade) foi estabelecido para liberalizar o comércio internacional, combatendo práticas protecionistas em geral. Em 1995, foi criada, enfim, a OMC (Organização Mundial de Comércio), organismo planejado desde as negociações do pós-guerra.  
  • FIM DO SISTEMA BRETTON WOODS (1971 - 73): depois de alguns anos envolvidos em uma guerra com péssimos resultados (Guerra do Vietnã), os EUA rompem unilateralmente com o sistema e a única garantia para os detentores da moeda e dos títulos americanos passa a ser o grau de confiança sua economia.  
  • Crise de estagnação econômica e de inflação nos EUA e na Europa: durante a década de 1970, o modelo keynesiano dá sinais de esgotamento e o mundo desenvolvido sofre com as duas crises do petróleo (1973 e 1979). O Estado de Bem Estar Social é acusado de marxista por economistas da Escola de Chicago, sob a influência de Milton Friedman.
  • Crise e do modelo socialista: concomitante à crise do keynesianismo, o modelo socialista de desenvolvimento não conseguia participar dos avanços tecnológicos do Ocidente capitalista. Isolados das leis do mercado e das inovações da robótica, da informática e dos meios de comunicação, a URSS e os outros países socialistas não tinham a capacidade inovativa para produzir sua própria revolução tecnológica.
  • NEOLIBERALISMO E FIM DA GUERRA FRIA (1980 – 92): durante mais de dez anos, a crença de que o Estado não deveria interferir na economia nacional foi, novamente, o paradigma mais respeitado na Europa e nos EUA. Apesar das resistências da social-democracia keynesiana (abrigo das esquerdas ocidentais), os maiores representantes do neoliberalismo - o presidente americano Ronald Reagan e a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher – usaram a nova ideologia como instrumento de combate ao socialismo, o que ficou conhecido como a II Guerra Fria, da qual participaram também outros presidentes neoliberais e o Papa João Paulo II. Em 1992, a URSS se desintegra e o avanço inevitável do capitalismo retoma a disputa ideológica sobre a sua melhor forma: o liberalismo ou o keynesianismo.
  • MULTIPOLARIDADE ECONÔMICA E IDEOLÓGICA: desde o final do séc. XX, o debate entre clássicos (neoliberais) e keynesianos se dá em termos teóricos e práticos. Enquanto alguns governos (como a Argentina, o Reino Unido e o México) vendem estatais, retiram investimentos sociais e deixam de intervir no mercado, outros constroem um verdadeiro capitalismo de Estado, em que as leis do mercado são vistos com certa desconfiança (China, Índia, Rússia, Coréia do Sul, etc). Por isso, o séc. XXI, ao contrário do que se pensava no início da década de 1990, tem sido de intensa disputa ideológica entre as duas correntes econômico-políticas, com a direita se refugiando sob o signo do liberalismo e a esquerda, sob o keynesianismo. Na verdade, os governos misturam medidas que podem ser consideradas de ambas as correntes, dependendo da situação que enfrenta.
  • Exemplo: ao mesmo tempo que o governo dos EUA quer implementar o atendimento de saúde para todos (medida que visa o bem estar social), o governo cubano dispensa milhares de funcionários públicos sob a alegação de conter os gastos do governo com folha de pagamentos (medida que pode ser considerada neoliberal).  

2 - Questões de Concursos

1) INSTITUTO CIDADES - 2009 - UNIFESP - Analista de Tecnologia da Informação 

O Estado contemporâneo é um bom exemplo das relações entre política e economia. Ele ajudou a economia a sair da crise internacional dos anos 30. Há anos, assiste-se ao fim do keynesianismo e do Estado interventor. A contradição é que hoje, em certa medida, os neoliberais pregam o funcionamento livre do mercado, mas, ao mesmo tempo, falam de um Estado regulador. Acerca desse tema, analise as afirmativas abaixo:

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