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Reflexões sobre investimentos

Por:   •  8/12/2015  •  Dissertação  •  1.135 Palavras (5 Páginas)  •  538 Visualizações

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Reflexão Sobre Investimentos – parte I

Um Ano Difícil

Os gestores do segmento de previdência complementar fechada receberam no início de 2013 uma tarefa árdua e perigosa. A combinação da redução da taxa básica de juros com a determinação exarada pelo CNPC promovendo alterações nas Resoluções CGPC 18 e 26, que entre outras medidas determinou uma redução gradual da meta atuarial, resultou em uma equação complicada.

De um lado o costumeiro ambiente de negócios do gestor de investimentos sofreu uma significativa mudança, com a acentuada queda na remuneração dos investimentos, uma vez que a zona de conforto dos papéis soberanos não mais existe, e as entidades e dispositivos de investimento tradicionais não mais estão oferecendo sequer a manutenção da meta atuarial.

De outro lado o gestor do passivo viu crescer a exigência de uma reserva submetida a um crescimento descolado da realidade atuarial, por conta da tabela regressiva da meta atuarial em no mínimo 0,25% ao ano, o que implica na reversão de reservas de contingencia ou especial, reajuste de contribuições ou até na redução de benefícios.

Gestão de Risco

A posição da Previc de executar uma supervisão baseada em risco impõe as Entidades Fechadas de Previdência um conceito da gestão baseada em risco, e os gestores dos Fundos de Pensão são incentivados a desenvolver maior “apetite ao risco”.

Além do discurso oficial, das afirmativas dos consultores de investimento e da disposição das entidades bancárias ou não, que se propõem a receber e gerir os nossos recursos, há um abismo enorme entre o risco a ser assumido pelas EFPC, e o risco efetivamente assumido pelos receptores primários (ou seriam intermediários?) de nossos recursos.

As agencias classificadoras de risco continuam a cumprir seu burocrático papel de avaliar a saúde financeira atual e futura dos gestores e administradores dos nossos investimentos, com base em documentos que podem ser (e tem sido) manipulados, maquiados ou mal avaliados sempre com enormes prejuízos para os investidores.

O mercado de capitais via Bovespa ou fora dela tem se mostrado incapaz de atender com qualidade e quantidade a demanda crescente por investimentos que conjuguem um adequado nível de risco, com uma remuneração suficiente para o atendimento das metas atuariais, mesmo com a redução imposta a partir da Resolução MPS/CNPC Nº 09, de 29 de novembro de 2012, para vigorar a partir de 01 de janeiro de 2013, apesar de publicada no DOU apenas em 23 de janeiro de 2013.

Os Donos do Dinheiro e o Seu Custo

O conflito se torna claro quando se compara as extremidades do fluxo de capitais nas entidades bancárias ou assets de investimentos. O tomador de recursos (pessoa física ou jurídica) que recorre às entidades bancárias ou não, se submete a uma taxa de juros (custo do dinheiro) que incorpora de forma bem severa todos os riscos identificados no mutuário, no empreendimento ou na empresa financiada.

Os agentes financeiros cobram pelo capital, taxas que incorporam o crescente pessimismo da classe empresarial, e o ceticismo do mercado, resultando em um custo do dinheiro muito semelhante à época anterior ao atual período de redução de taxa SELIC, e que na realidade já mostra uma clara tendência de retomada da tendência de elevação.

O conjunto formado pelas EFPC opera uma sólida poupança de longo prazo, e suas reservas tem um significativo peso no mercado de capitais. O capital próprio dos bancos é muito inferior ao do segmento previdenciário fechado.

Os agentes financeiros nos oferecem um “pacote” que contém uma ou várias “expertises” contratadas para uma suposta ou efetiva qualidade das decisões a serem tomadas ao investirem os nossos recursos. A diversificação dos investimentos também é oferecida como uma garantia efetiva quanto à mitigação do risco inerente à atividade de investir.

Estes “serviços” oferecidos que são apresentados como atitudes complementares às normas prudenciais, justificando o “spread” cobrado por todos eles, e por consequência a baixa taxa de retorno ao verdadeiro dono do capital. Na realidade os agentes financeiros são apenas intermediários que cobram alto por um risco de mercado que na realidade nos é repassado, sem a contrapartida do consistente lucro obtido belos bancos e seus congêneres.

O Desnível em Números

Os produtos oferecidos pelo mercado as EFPC’s para quatro anos de maturação estão na faixa 9,70% ao ano, e para quatro anos o retorno oferecido chega a 10,21%. Quando comparamos com retorno recebido pelos bancos em operações normais de crédito, fica evidente que esta relação precisa ser revista, ou novos caminhos devem e podem ser trilhados dentro desta conjuntura adversa.

O resumo que mostraremos a seguir foi obtido no site do Banco Central em 09/07/2013 e usaremos como referencia apenas entidades bancárias de maior porte, ou seja:

Banco do Brasil # Itaú

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