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Resenha de Economia da China “Origem e Dinâmica da Ascensão Chinesa” do livro “Adam Smith em Pequim: Origens e Fundamentos do Século XXI”

Por:   •  12/2/2021  •  Resenha  •  950 Palavras (4 Páginas)  •  352 Visualizações

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Giovanni Arrighi, professor da Universidade de Binghamton, renomado economista e sociólogo, produziu o livro “Adam Smith em Pequim: Origens e Fundamentos do Século XXI” publicado no ano de 2007. Na obra, Arrighi apresenta os termos, motivações e argumentos que capacitam uma breve comparação do processo de crescimento chinês a partir do governo de Deng Xiaoping com as filosofias e pensamentos econômicos apresentados por Adam Smith no século XVIII.

Ao introduzir a relação entre o neoliberalismo e a China regida por Deng Xiaoping, o autor faz considerações que desmistificam a construção deste laço. Um dos pontos mais relevantes citado é a forma na qual a RPC aderiu às instruções fornecidas pelo Consenso de Washington para a reestruturação econômica. A China não aceitou cegamente nem aplicou bruscamente, como no caso de Margaret Thatcher com o Reino Unido, as recomendações, fazendo análises e adaptações críticas baseadas em sua própria realidade social dando assim uma “Reforma com características chinesas”, como dito por Agarwala Ramgopal (2003).

É importante ressaltar ainda na reforma, o cuidado e a seletividade da China na entrada do capital estrangeiro, permitindo somente a vinda daquilo que seria de interesse do Estado. Arrighi reflete que essa política não enfraqueceu o desenvolvimento pela criação de competição para com as estatais, mas sim, somado aos investimentos em estruturação e capacitação local, acelerou. Considerando estes pontos, é notável a diferença entre o processo de privatização e reforma neoliberal da China com os demais países, sendo o processo chinês gradual e extremamente controlado, visando manter o controle do Estado.

Arrighi destaca o grande desvínculo das atitudes da China nos conceitos marxistas, aproximando-se mais aos conceitos neoliberais. Entretanto, durante toda essa troca, não só do know-how e da abertura para empresas, a República Popular da China manteve total controle. Esse controle confluiu não só na desmonopolização, mas também para a “superacumulação constante do capital e a pressão de queda do lucro que foram caracterizadas como capitalismo selvagem chinês” (ARRIGHI, 2007, p.365).

Outro fator relevante para a análise crítica das semelhanças e desacreditações da doutrina smithiana na China é a qualidade e o valor da mão-de-obra. Contrariando as crenças neoliberais, em momento algum o governo chinês abriu mão do bem-estar do trabalhador para reduzir o valor e maximizar o lucro, muito pelo contrário, os investimentos na educação superior e as duras políticas do contrato culminaram num fim cada vez mais próximo para a mão-de-obra barata chinesa, já que esta é cada dia mais especializada.

Como sugerido por Smith em suas obras e realizado no território chinês, um dos grandes acertos da gestão de Deng Xiaoping foi o incentivo constante ao crescimento da produção rural. Com a flexibilização de diversas arregimentações e cerceamentos que impediam uma grande obtenção de lucros por parte dos produtores rurais e a criação das EAMs (Empresas de Aldeias e Municípios) o desenvolvimento foi acelerado em medidas jamais esperadas pelo próprio governo. As EAMs possibilitaram fatores que foram importantes globalmente na economia chinesa, como evitar o êxodo rural e ocupar constantemente trabalhadores excedentes das produções rurais, gerando assim muitas vagas de emprego.

Em critério comparativo às grandes empresas ocidentais, o modelo chinês agrega-se muito mais às opiniões de Adam Smith sobre o valor final do produto em relação à soma dos custos de produção. Na economia chinesa, a mão-de-obra instruída, e relativamente mais barata que algumas como a estadunidense agregam ao excluir a necessidade do alto custeio de força administrativa e dos custosos maquinários.

Ao introduzir sobre a razoabilidade do porquê dos

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