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Resenha do Capitulo 2: “Empresa, Industria e Mercados”

Por:   •  7/2/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.863 Palavras (8 Páginas)  •  352 Visualizações

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Resenha do capitulo 2: “Empresa, Industria e Mercados”

Alexis Dantas, Jacques Kertsnetzky e Victor Prochnik

Falar de economia industrial e não falar de empresas, indústria e mercado é faltar com pontos muito importante para a dinâmica da economia capitalista. E como esses pontos são inerentes desta abordagem, sabe-se de quem vem de uma tradicional visão neoclássica e como todo um conceito que perdura por tempos, tem-se sua evolução.

Começando com empresa, que não tinha propriamente esse nome pela escola clássica, mas que nela estavam presentes classes sociais, que eram os trabalhadores, proprietários de terras e capitalistas, em um sistema até nos dias atuais é bem conhecido, tendo os “chão de fábrica”, um local onde ficam os funcionários e máquinas que de fato produzem os produtos de uma indústria ou empresa, sendo uma das áreas de maior importância em uma indústria, já que é o coração do negócio. Desse modo, a empresa da escola clássica se identifica com o capitalista, acumular capital, pois ela também traz consigo um ambiente competitivo representado por um sistema capitalista em expansão.

E nesse sistema, cabe ainda mencionar que desde a escola clássica, existiu elementos desenvolvidos para a expansão e as ampliações das atividades, que são as teorias da produção, as leis dos rendimentos. Essas leis procuravam relacionar a ampliação da atividade econômica à produtividade e que eram apuradas tanto individualmente na produção, como em conjunto na atividade. Dessa maneira, Adam Smith percebeu que quanto mais amplo o mercado (e maior a produção), mais profunda poderia ser a divisão do trabalho, propondo a lei dos rendimentos crescentes. A mesma didática, Ricardo percebeu que poderia aplicar na agricultura, pois com a expansão da atividade produtiva com terras adicionais, atenderia o aumento da população e a demanda de alimentos.

Destarte, empresa tendo o conceito de que sempre foi um local onde se combinam os fatores de produção de maneira a gerar os produtos, estando sujeitas sempre às leis dos rendimentos, desde que o mundo é mundo, mostrando que rendimentos são a base para a construção das curvas de custo médio, curto e longo prazos e que esse conceito só veio se aprimorando com os passar dos anos, evidenciando sempre que empresa é uma organização hierárquica.

Já na visão de Ronald Coase, empresa é vista como um arranjo institucional que substitui a contratação constantemente renovada de fatores de produção por uma contratação duradoura, que possui vínculos legais entre os participantes. Assim, Coase apresenta a existência de duas formas teóricas de alocações de recursos: uma através do mercado, com as decisões de produção e contratação guiadas pelo sistema de preços, e outra através da formalização por contratos, hierárquica, onde há rigidez contratual para o fornecimento do serviço acordado. Conquanto o uso de contrato possa implicar em custos rígidos para o empresário, sua vantagem seria a diminuição dos custos de transação com fornecedores de insumos/fatores de produção.

O contraponto existente ao processo de hierarquização das empresas é a existência de ineficiência gerencial, proporcional ao número de contratos realizados pela firma. Assim, numa perspectiva marginal, o número ótimo de contratos seria aquele que iguala a ineficiência gerencial à eficiência de se diminuir os custos de transação. Portanto, mesmo nessa abordagem pode persistir o problema alocativo e maximizador da teoria neoclássica.

Depois da contribuição de Coase, vem Marschal que também tinhas suas visões sobe empresa, ele abordava o papel da empresa a partir da teoria neoclássica de equilíbrio parcial, delineou também aspectos de uma empresa a partir do ponto de vista institucional. Para ele, depois do seu “nascimento” as empresas só poderiam “sobreviver” se seu fundador (administrador) possuísse as capacidades organizacionais para o enfrentamento das adversidades passíveis de surgirem no mercado, tais como problemas de organização, métodos de produção e/ou comercialização e relacionamento com fornecedores. Depreende-se daí que Marshall já pensava num mercado altamente dinâmico, mutável a partir das iniciativas dos próprios gestores das firmas e das inovações tecnológicas. E nessa perspectiva dele, eram considerados crescentes os rendimentos, apregoando o autor que quanto maior a firma maiores os benefícios em termos de negociação de fatores de produção, além de vantagens subjetivas, como a experiência advinda do próprio crescimento empresarial, refletindo-se em vantagens diversas sobre as diferentes áreas da firma, numa espécie de processo evolutivo, ou seja, a competitividade da firma iria variar positivamente em relação ao seu tamanho.

O pioneirismo na produção não garantiria posição de monopólio à empresa porque as próximas gerações de gestores, após o inicial que fez sobreviver a firma, seriam selecionados hereditariamente e não teriam necessariamente as mesmas capacidades gerenciais para a manutenção do negócio, uma vez que os teóricos observavam o século XIX, onde a empresa e sua administração ainda tinha origem e sucessão no meio familiar.

Já, diferente da visão neoclássica da firma, a versão gerencialista rejeita a maximização do lucro como padrão de comportamento da firma. Sua característica básica é a separação entre a posse e administração da empresa, onde passa a existir agora a figura do gerente que representa os donos. Essa característica admite que os interesses dos proprietários não são os mesmos do gerente, porque este último não tomará necessariamente as ações que aumentem o lucro da firma, já que poderá buscar aumentar sua parcela de mercado, incorrendo (ou não) em riscos, vez que pode não ter muito a perder, ou seja, os interesses pessoais da gerência irão predominar sobre os interesses da empresa. Para Penrose a firma decorre de um processo orgânico, que cresce e acumula conhecimento no processo produtivo que lhe é característica individual, fazendo com que cada empresa seja uma experiência única, dependente da sua trajetória de crescimento, ou seja, a partir dos problemas e soluções com que vai se deparando. Nessa perspectiva, tem-se o seguinte: O conhecimento em questão não é apenas o formal, mas também tácito, aprendido a partir da realização das atividades, comum aos envolvidos na mesma empresa, que trabalham em equipe a partir de uma sintonia exclusiva do processo de aprendizagem e na empresa impera hierarquia e divisão do trabalho. Sua principal diferença quanto aos gerencialistas é que ela enxerga a possibilidade de os objetivos do gerente poderem ser vistos dentro de uma perspectiva ampla, que estaria condizente com o crescimento da empresa.

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