Resumo de Investigação cientifica

Introdução        

        A problemática sobre o consumo de bebidas alcoólicas por lado dos adolescentes não é um fenômeno social novo, pois é um cresultado da formação histórica da estrutura da sociedade de hoje. A preocupação do senso comum é de relacionar a adopção de comportamentos que conduzem ao crime e ao desvio dos jovens com a deglutição de bebidas alcoólicas, sem se ter em consideração os vectores sociais, econômicos, antropológicos e culturais que andam à volta destas intensões ou acções.

        Diante deste efeito e à luz de investigações e políticas públicas feitas em outros países que antecedem, de maneira igual, desta mesma problemática, procuramos encaminhar algumas rastos de investigação científica para estudos sobre as causas e possíveis consequências do alcoolismo na adolescência em Angola.

        O objectivo desta reflexão não se focaliza simplesmente na ideia de que os adolescentes consomem excessivamente as bebidas alcoólicas, mas sim, sobre os
choques deste fenômeno nas estruturas da sociedade, com distinção às famílias que são
consideradas seu embrião. Pode-se considerar que a adopção deste comportamento
socialmente desviante pelos adolescentes pode de igual modo ferir os valores morais,
culturais e sociais e também comprometer o progresso denso da sociedade.

        O primeiro passo de nosso trabalho corresponde à definição do que é
adolescência.

        O segundo envolve a definição de perspectivas temáticas que podem permitir
traçar as possíveis causas e efeitos do alcoolismo entre os jovens.

1. Definição de Adolescência

A palavra adolescente provem do latim “adolescere”, significa crescer ou
desenvolver, mas, para além de crescimento e desenvolvimento este conceito indica
especialmente um período de transição da infância para a idade adulta.

Ligadas a esta transição em seu papel social, estão as mudanças fisiológicas e
hormonais provocadas pela puberdade, caracterizada pelo "despertar da sexualidade e da
liberação de hormônios responsáveis pelo desenvolvimento de características físicas e
sexuais distintivas" (Rossi, 2007, p. 15).

Este fase de transição é variavel. A psicologia aponta para três estágios 
da adolescência (Pré-Adolescência, Adolescência Menor e juventude) que serão apresentados de forma resumida no quadro a seguir.

Podemos, então, definir a adolescência como um período de transição que possui
complexidades sociais, fisiológicas e psicológicas, em que o indivíduo em formação deve
abandonar a infância para entrar no mundo adulto.

Em Angola, os adolescentes de hoje nasceram no final da década de 1990 e
início dos anos 2000. Período histórico em que o país encerrava a guerra e entrava no
período de paz, e que pode ser considerado como um período de transição social marcado,
também, pelo avanço do capitalismo e pelo processo de globalização no mundo.

A globalizacão aproxima os cidadãos, transmite experiências e os leva a fazerem comparações entre a sua realidade e a dos outros pontos do mundo, pois,
também à nível da aplicação das Tl'Cs muitas foram as representações sociais feitas à
volta desta temática, como diz Beck (cit. por Curran e Seaton, p.302), "a televisão isola e uniformiza ", fazendo com que esta dicotomia seja profundamente dependente da intensidade e das tendências que este órgão optar.

Do nosso ponto de vista, esta é uma questão de fundo da ocorrencia histórica e
social angolana de extremo interece para a abordagem sobre o tema do alcoolismo na
adolescência como veremos a seguir.

1. Perspectivas Temáticas sobre o Alcoolismo na Adolescência em Angola

O consumo de álcool na nossa sociedade é visto de forma incerta. Por um
lado, é censurado como consumo de uma substância tóxica que provoca diversos
transtornos e desvios sociais, porém, por outro, é estimulado pelas propagandas e em
diversas ocasiões dentro do próprio convívio social e familiar.

Nas principais cidades de Angola, fundamentalmente na sua capital, Luanda, é
fácil observar a maneira como o álcool está amostra, em quase todas as esquinas há
bebidas alcoólicas à venda; o pior é que não há espaços definidos objectivamente para
estas vendas. Além disso, o álcool como droga permitida e com estes estímulos, toma-se uma droga de fácil acesso e compra tanto para adultos quanto para menores de idade. Diante desta
cena aparecem algumas perspectivas temáticas que poderão alimentar o debate científico

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