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A Introdução ao Construtivismo

Por:   •  15/4/2015  •  Resenha  •  1.307 Palavras (6 Páginas)  •  276 Visualizações

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Introduzindo o que é Construtivismo nas RI.

 O Construtivismo surgiu pela primeira vez nas RI em 1989 na publicação do livro de Nicholas Onuf intitulado “World of our making – Rules and Rule in social theory and international relations”, e também no artigo publicado em 1992 por Alexandre Wendt chamado “Anarchy is what states”.

A publicação deste ensaio abalou profundamente o campo de estudos das RIs. Através de uma análise epistemológica da disciplina, o autor, Wendt, propõe uma terceira via para o entendimento das relações interestatais e do funcionamento da sociedade internacional. Dessa forma, o autor pretende estabelecer uma ponte entre as abordagens realista e liberal, criando, assim, um novo modelo: o construtivismo social.

  O título dessas duas contribuições originais é destacar sua premissa básica: vivemos em um mundo que construímos, no qual somos os principais protagonistas, e que é produto das nossas escolhas. Este mundo em permanente construção é construído pelo que os construtivistas chamam de agentes. Vale dizer: que não se trata de um mundo que nos é imposto, que é predeterminado, que não podemos modificar. Podemos mudá-lo, transformá-lo, ainda que dentro de certos limites. Em outras palavras o mundo é socialmente construído.

  O construtivismo acabou levando o debate acadêmico nas RI de volta ao que muitos consideram sua origem primeira: O chamado Primeiro Debate, que Edward Halett Carr definiu como entre idealistas e realistas. A natureza do debate não é mais sobre metodologia, mas sim sobre ontologia, isto é, sobre a natureza daquilo que deveríamos estar estudando.

   O construtivismo reflete o debate agentes/estruturas, próprio não somente às RI, mas a outras ciências sociais.

   O construtivismo é uma das abordagens teóricas de maior destaque das Relações Internacionais e obteve grande repercussão na década de 90. Trata-se de uma perspectiva holista (sociedade constrói o agente) e subjetivista (interação entre agentes), o que remete à discussão agência-estrutura protagonizada por muitos de seus membros.  

   Os construtivistas negam a antecedência ontológica tantos aos agentes quanto a estrutura, e afirmam que ambos são coconstruídos. Essa negação pode ser apenas uma adaptação das ideias apresentadas e defendidas por Anthony Giddens na sociologia. Contribuiu largamente para a interpretação da teoria sociológica clássica e desenvolveu críticas àquilo que identificou como limitações teóricas do materialismo histórico.

DEFININDO O CONSTRUTIVISMO:

  O desenvolvimento do construtivismo ocorreu em meio a um debate intenso nas ciências sociais em geral. Um outro debate que estava dominando o estudo das RI era sobre a antecedência ontológica dos agentes e da estrutura.

  Alguns dos temas e dos desafios com os quais autores construtivistas da década seguinte acabaram lidando foram levantados por Lapid, em 1989, como sendo os temas com os quais o pós-positivismo deveria lidar para suprir as insuficiências do positivismo nas RI.

   Em meados da década de 90, nenhuma revisão da bibliografia minimamente aceitável na área das relações internacionais, e nenhum curso – de graduação ou pós-graduação – sobre teoria das RI enquadrado nos padrões mínimos de qualidade podia se permitir deixar de fora o construtivismo.    

  Foi nesse contexto, por exemplo, que Stephen Walt incluiu o construtivismo, ao lado do realismo e liberalismo, como uma das três abordagens teóricas dominantes das RI. No mesmo ano, Robert Keohane, Peter Katzenstein e Stephen Krasner dividiram a disciplina em dois grupos: os chamados racionalistas, na linha definida pelo próprio Keohane em seu anteriormente discurso que virou artigo em 1988, e os construtivistas. Segundo Katzenstein, Keohane e Krasner, o construtivismo que havia conseguido, até então, se estabelecer como um interlocutor do racionalismo era o construtivismo positivista, constituído em bases científicas; em suma, o construtivismo apresentado e defendido por Wendt . O que queremos destacar aqui é o contraste entre a ausência de qualquer menção ao construtivismo em artigos e contribuições influentes do final da década de 1980 e sua presença imponente e indiscutível no final da década de 1990.

  Knud Erik Jorgensen afirma que o construtivismo é mais uma metateoria do que propriamente uma teoria. Segundo ele, Jorgensen afirma que o construtivismo pode ser considerado uma metateoria, na medida em que contribuiu a lançar o chamado debate pós-positivista, na medida em que trouxe às RI conceitos importantes da Teoria Social e na medida que questionou o próprio conceito de teoria e teorização nas RI. No entanto, o construtivismo não diz nada sobre eventos internacionais ou quaisquer outros fenômenos internacionais e peca, por isso em se afirmar como uma teoria das RI. Jorgensen afirma por outro lado, que o construtivismo pode ser entendido como uma filosofia, e faz uma distinção entre duas posições construtivistas: o realismo construtivo e o idealismo construtivo. Segundo o realismo construtivo, o conhecimento que temos em relação ao mundo é socialmente construído, mas o mundo existe independentemente desse conhecimento que formulamos em relação a ele. Segundo o idealismo construtivo, não apenas o conhecimento que temos sobre o mundo é socialmente construído, como o próprio mundo não independe do nosso conhecimento.

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