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ANÁLISE CRÍTICA EUA: ESTRATÉGIAS BILATERAIS-REGIONAIS COM PEDS VERSUS ACORDOS MULTILATERAIS NO ÂMBITO DE CTI E ECONOMIA INTERNACIONAL

Por:   •  11/6/2018  •  Resenha  •  1.857 Palavras (8 Páginas)  •  224 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Gabriel Calazans Medeiros

Gabriel de Paula Vieira

ANÁLISE CRÍTICA EUA: ESTRATÉGIAS BILATERAIS-REGIONAIS COM PEDS VERSUS ACORDOS MULTILATERAIS NO ÂMBITO DE CTI E ECONOMIA INTERNACIONAL

JOÃO PESSOA

AGOSTO /2017

Gabriel Calazans Medeiros

Gabriel de Paula Vieira

ANÁLISE CRÍTICA EUA: ESTRATÉGIAS BILATERAIS-REGIONAIS COM PEDS VERSUS ACORDOS MULTILATERAIS NO ÂMBITO DE CTI E ECONOMIA INTERNACIONAL

Trabalho apresentado ao Curso de Relações Internacionais da Universidade Federal da Paraíba, a ser utilizado como um dos módulos da disciplina de Estados Unidos nas relações internacionais ministrado pelos professores Henrique Zeferino de Menezes e Augusto Wagner Menezes Teixeira Júnior.

     

JOÃO PESSOA-PB

2017

        Desde a revolução industrial no século XIX tornou-se crucial a materialização do conhecimento técnico-científico em aplicação econômica, com finalidade de obter cada vez mais inovações tecnológicas, visto que havia uma relação diretamente proporcional entre as mesmas e a capacidade de aumentar e melhorar a produção industrial que, consequentemente, implicava em uma maior obtenção de dividendos na atividade industrial e a expansão para mercados exteriores. A maior capacidade de inovar permite, dessa maneira, uma maior competitividade no mercado internacional. Portanto, o grau científico e tecnológico dos países, é um princípio vital a ser considerado no estabelecimento de sua inclusão e integração no cenário econômico global. Por conseguinte é perceptível a presença de tais elementos na relação dos EUA e Países em Desenvolvimento( PEDs) no regime internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação( CTI).

“Os países em desenvolvimento recém-industrializados são vistos, desde os anos 1960, como uma ameaça à proeminência tecnológica dos Estados Unidos. As mudanças, empreendidas nos anos 1980, nas políticas de ciência, tecnologia e inovação norte-americanas, se relacionam à necessidade de enfrentar os desafios por eles impostos (choque externo nos termos de Sabatier e Weible), embora a crise econômica interna também tenha contribuído para o estímulo ao aumento da participação e da proeminência do setor privado (choque interno) no financiamento de tais políticas.”( COSTA, 2013, p.20)

Entretanto, gradualmente os Estados Unidos vem perdendo competitividade nessa área. É evidente a multiplicidade de atores que influenciam e participam do motor dinâmico das políticas de CTI norteamericanas( empresas, políticos, cientistas, militares, entre outros), contudo, tal conjuntura não é a principal causa desse fenômeno, já que a diluição de responsabilidades, sobreposição de coordenação e funções, bem como a entropia das políticas de ciência, tecnologia e inovação, são melhor designadas ao modelo de desenvolvimento econômico e político dos EUA.

“Desta forma, a contínua perda da competitividade dos Estados Unidos se relaciona mais com aspectos estruturais da Economia Política Internacional do que com falhas no desempenho das políticas públicas voltadas para ciência, tecnologia e inovação empreendidas recentemente no país.”( COSTA, 2013, p.20)

As políticas CTI do país e suas adaptações no contexto da crise econômica dos EUA, mediante um panorama de convergência e cooperação tecno-científica entre os países industrializados, assim como a emergência dos PEDs no regime de tecnologia e inovação, foram o grande desafio que os Estados Unidos encarou nos anos 80.

“As políticas de inovação constituem um elemento importante na trajetória do desenvolvimento e poder dos Estados Unidos. Elas foram centrais no momento de afirmação do país como potência, bem como no contexto do pós-guerra e na crise dos anos 1970-1980, conjuntura em que cresciam os questionamentos em torno da perpetuação da supremacia norte-americana.”( COSTA, 2013, p.16) 

Neste período, os países em desenvolvimento sofreram fortes pressões provenientes da casa branca,  que designou uma classificação entre os países de acordo com  indicadores de diferentes níveis e tipos de desenvolvimento. Tal modus operandi estadunidense foi refletido nas suas estratégias bilaterais-regionais e na ação de organizações multilaterais ( Banco Mundial, GATT ou Acordo Geral de Tarifas do Comércio, FMI, entre outros) e particularmente em assuntos econômicos, como na questão de dívidas externas e acerca do comércio internacional. A principal evidência de tal atuação pode ser comprovada na inclusão das cláusulas de comércio de serviços e bens de alta tecnologia e propriedade intelectual, na Rodada Uruguai do GATT, quando foram incorporadas às políticas comerciais dos PEDs.

Tais repercussões após os anos 80, contribuíram para uma transformação considerável no Sistema de CTI norte-americano, o qual cedeu cada vez mais espaço, liberdade e financiamento ao setor privado, o qual se tornava um ator de extrema importância em tais políticas, mesmo com a permanência do governo como a vanguarda e figura central de tal sistema de inovação complexo e sofisticado. Além disso, posteriormente o governo norteamericano passa a apostar em setores como biotecnologia, nanotecnologia e energia limpa, áreas nas quais os PEDs ainda não possuem muita expertise.

Além disso, segundo o que é possível entender a partir do pensamento de Shadlen, mediante as formas que os PEDs podem se inserir na economia internacional, é pertinente pontuar dois fatores-chave: A relação com a OMC e acordos bilaterais.  Existem vantagens para países em desenvolvimento ao optarem por  acordos com organizações como a OMC, pelo fato de, nessa condição, existir a oportunidade de se criar políticas industriais que proporcionem um deslocamento voltado mais para o centro na relação centro-periferia acerca de vantagens comparativas, diminuindo em algum grau o nível de exploração por parte dos países mais desenvolvidos. São apontadas várias desvantagens para os PEDs, quando estes optam por acordos bilaterais, isso porque reforça uma condição legítima de exploração de um país do Norte (desenvolvido) sobre um País pertencente ao Sul global (PEDs), exploração essa, que os impede de desenvolver a capacidade de melhorar sua relação com o mercado internacional.

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