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Os Estudos Politicos, Raymond Aron

Por:   •  15/8/2020  •  Resenha  •  2.688 Palavras (11 Páginas)  •  272 Visualizações

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Ao iniciar o texto o autor  se atenta a palavra “teoria” que irá orientar a primeira parte de seu texto, Aron comenta sobre a falta de rigor na descrição que esse termo possui, e isso se dá graças a impaciência com o progresso. De fato  dentro da ciência política existe um estigma que a vê subdesenvolvida quando comparada a ciência econômica, pois é dado um valor pela quantidade de saber não pelo pensamento crítico em relação a ele. Deste modo os  especialistas se preocuparem com o status epistemológico e assim é colocado a grande questão “o que é uma teoria das relações internacionais?

A signficaçao mais utilizada da palavra teoria é uma que se encontra no modelo obtido nas ciências físicas, estas possuem termos definidos com rigor derivados de preposições de um sistema hipotético-dedutivo, cuja a base se encontra na matemática ( o mais utilizado entre sociólogos e cientistas políticos). Tais teorias advém da realidade observada, o que guia tal sistema são as premissas consideradas necessariamente evidentes e verdadeiras ou as relações mais abstratas. Isto é, essa teoria é confirmada temporariamente mediante os sentidos ou instrumentos.

Como mencionado anteriormente existe uma certa superioridade, em relação a elaboracao teorica, da economia política - Isso acontece graças a um debate incessante entre teórico e empírico. Dentro dela existe o que os cientistas chamam de economia pura, ela se assemelha ao sistema hipotético-dedutivo, mas pode ser concebida como uma simplificação do real. Isso acontece pois tanto o mercado quanto os indivíduos têm os atributos determinados pelo cientista econômico. Entretanto muitos dos ensinamentos da economia pura são essenciais à estudiosos para eles não cometerem falhas sérias ao se prender a descrição ou  pesquisa empírica. Ao mesmo tempo não é correto os teóricos retirarem de seus esquemas uma doutrina de ação, pois não dá para se provar através da economia pura a preeminencia do liberalismo sobre o socialismo por exemplo. A teoria pura se utiliza de um sistema indefinido, isto é, a sociedade global para assim criar um sistema econômico definido. Ela também utiliza de um ator fictício que idealmente seus comportamentos de desvio desapareceriam com a massa e seus atos efetivos se ajustarem as previsões dessa teoria, porém não é o que acontece.

O autor então explica alguns ensinamentos da teoria keynesiana que podem ser utilizados para a delimitação da disciplina de relações internacionais. Primeiramente quando se elabora a teoria de um subsistema, para delimita-lo e especificá-lo é necessário sua definição. Em seguida vem a permuta entre esquemas simplificados e observações renovadas. Bem como é essencial a estabilidade de dados não factuais estudando as flutuações de curto prazo e  estudos tanto empíricos quanto estatísticos. Enfim, os conhecimentos empíricos e o saber teórico não dão permissão ao economista a impor uma ação determinante, apesar de em muitas situações possa ajudar a impedir alguns cenários de certo modo assustadores e indicar os possíveis resultado de ações governamentais.

Podemos ver dois modos de determinar o campo próprio das relações internacionais.O primeiro deles procura a individualidade desse campo, ou a diferenciação das relações internacionais entre coletividades politicamente organizadas de todas as outras relações sociais, isso não é relativo à visão modernista ou tradicionalista. Pois os dois usam como base  conceitos gerais não específicos das relações internacionais, por exemplo potência e conflito, cuja a política internacional os apresenta como espécies do mesmo gênero. O segundo modo pressupõe a utilização de conceitos advindos de outros campos de estudos. No meio dos estudos das ciências sociais existem divergências conceituais da ideia de potência, concluindo que ela em si não é uma teoria científica mas uma filosofia ou ideologia, de qualquer modo não pode ser provada falsa nem considerada hipótese científica.

Aron conclui que o que ele acredita constituir especificidade das relações internacionais é a legalidade e a legitimidade do recurso da força armada por parte dos atores. Sendo essa única das relações  que admite o caráter normal da violência para assim justificar seu pensamento de “selva internacional”. Tanto pactos quanto as nações unidas não tem sucesso em acabar com traço específico do sistema internacional, isto é, o estado de natureza, o qual se opõe ao estado civil. Na ordem internacional não há um nada maior que a soberanias dos países, ou seja, não existe uma entidade superior para “supervisionar” os países e puni-los caso fosse preciso. Caso alguma entidade como as nações unidades tomassem esse papel isso levaria a um grande conflito. Apesar da igualdade soberana a diplomacia mundial nunca conseguiu definir o “crime internacional” por excelência.

Porém ainda existe o questionamento se essa característica que distingue as R.I.( relações internacionais) é o suficiente para fundamentar uma teoria científica. O autor então expressa sua opinião afirmando que sim, é possível transformar essa ideia central em uma fórmula mais satisfatória para os cientistas.

Para Weber o estado é o monopólio legítimo da violência. Assim, se imaginarmos que a sociedade se compõe pela falta de uma instância que possua esse monopólio tal teoria não pode ser comprovada por uma conta matemática, contudo, considerá-la falsa seria um erro pois caso a sociedade internacional adquirir o monopólio verificamos que as relações entre estados terão seu domínio específico desaparecido  - observado no curso do período histórico. Tal definição teórica permite a descrição do subsistema considerado, pois, em primeiro lugar apesar da delimitação real ser mais difícil do que a conceitual, ela existe. A ausência de instâncias políticas e territoriais organizadas faz com que a distinção entre tipos de conflito entre grupos seja flutuante. Outro lugar onde se encontra o problema em diferenciar subsistemas nas sociedades arcaicas a partir de conceitos formulados nas sociedades complexas é na economia política.

Outro fator que afirma a legitimidade da  definição teórica é a possibilidade de  compreender outros elementos do subsistema. Para explicar a dinâmica internacional são necessárias algumas variáveis que se comprovam existentes na medida  em que admitimos a ideia central de uma sociedade sem monopólio de violência legítima. Deveras a distinção entre os atores internacionais dá uma dupla importância ao espaço geográfico; primeiro o meio dentro do qual as relações entre os atores se desenvolvem e o terreno que cada um deles se encontra. E para serem considerados atores dentro de um mesmo sistema é preciso que cada um deles leve em conta todos os outro ao tomar atitudes e decisões.

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