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Resenha "Repensando as Relações Internacionais"

Por:   •  12/11/2017  •  Resenha  •  1.057 Palavras (5 Páginas)  •  1.558 Visualizações

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Resenha do 2º capítulo da obra “Repensando as Relações Internacionais”

Marcella Vianna (RA: 17226900)                                               Data: 31/10/2017
Disciplina: Teoria das Relações Internacionais I

O autor Fred Halliday, foi um britânico engajado no meio político e acadêmico, lecionou na London School of Economics (LSE) de 1985 a 2008, e obteve destaque no campo das relações internacionais por sua postura crítica. O irlandês estudou em Oxford e graduou-se em Estudos Orientais pela School of Oriental and African Studies (SOAS), localizada na Universidade de Londres. Faleceu em Barcelona, no dia 10 de abril de 2010, aos 64 anos, por causa de um câncer. Halliday também possuía uma posição crítica e interesse quanto a questões sociais, como por exemplo, defendia a questão da emancipação feminina, e a revista Amálgama o define como “um dos poucos intelectuais para quem o desgastado epiteto “cidadão do mundo” genuinamente se aplicava”. Foi autor de diversas obras, entre elas, “Repensando as Relações Internacionais” que será aqui resenhada.  

Neste capítulo, o autor discorre sobre as relações internacionais do ponto de vista marxista, e a tentativa de inserir o materialismo histórico como uma forma alternativa de analisar as relações internacionais, pois ele compreende o marxismo como mal aproveitado e subestimado dentro do campo das relações internacionais, sendo essa a tese principal da obra, e sendo o marxismo a perspectiva teórica pela qual a obra é guiada.

O materialismo histórico foi elaborado por Marx e Engels, e visa explicar a história da sociedade através dos fatos materiais, principalmente econômicos e técnicos. Nele, há a comparação entre a sociedade e um prédio, no qual as fundações (chamadas de infraestrutura) são uma analogia para as forças econômicas da sociedade, e o prédio em si (superestrutura) representa as ideias, costumes, e instituições. As relações na sociedade interligariam-se através da força de trabalho, e ao renovar as forças, a sociedade renova seu modo de produzir, modificando as relações sociais.

Halliday desenvolve sua teoria acerca do papel do materialismo histórico nas relações internacionais, e segundo o autor, apesar de o marxismo exercer influência sob outras ciências sociais, e assim como definiu Gramsci, ao ponto de o marxismo ter se tornado “o senso comum de nossa época”, seu papel nas relações internacionais é bastante reduzido. Existem diversas pesquisas e tentativas de introduzir o marxismo e o materialismo histórico nas relações internacionais de forma mais ampla, essas tentativas se intensificaram a partir dos anos 70, quando o marxismo passou a ocupar um espaço maior dentro da literatura acadêmica das RI, à medida que se tornava perceptível que poderiam ser relevantes abordagens teóricas, provenientes do marxismo, chamadas de “estruturalismo”. Porém, essa integração ainda se encontra em seu prelúdio.

A razão para tal é porque, ao contrário de outras ciências sociais, o materialismo histórico nunca obteve destaque nas relações internacionais. Muitos autores tentaram torná-lo irrelevante, ignorá-lo, ou subestimar sua importância, como Martin Wright fez em sua obra International Theory, ao mencionar Marx apenas 4 vezes, e dentre as quais 3 se repetiam acerca da visão da força como a parteira da história, e não incluía Marx como teórico em suas categorias de “revolucionismo”. Tal fato ocorre por ignorarem os principais pontos teóricos do marxismo, pois a maior parte da literatura de RI desconsidera o capitalismo, que é o centro da análise social moderna da teoria marxista.

Os motivos para isso possuem dois lados: por um lado, as Relações Internacionais como disciplina, foi desenvolvida majoritariamente em universidades do Reino Unido e dos Estados Unidos, locais que não possuem vínculos fortes com o marxismo através de meios institucionais ou teóricos. Por outro lado, o materialismo histórico tampouco produziu uma contribuição significativa o suficiente para as RI, pois a maior parte atende a interesses políticos de seus autores repetindo um padrão de leituras do marxismo. Ademais, a discussão marxista fica muito restrita à questão do imperialismo.

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