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ESCOLA DE ANTIOQUIA

Por:   •  29/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.218 Palavras (9 Páginas)  •  2.376 Visualizações

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FACULDADE BOAS NOVAS – FBN

CIÊNCIA TEOLOGICA

ESCOLA DE ANTIOQUIA

Manaus

2016

NOME DOS INTEGRANTES DA EQUIPE

ESCOLA DE ANTIOQUIA

Manaus

2016

Introdução

Neste trabalho apresentaremos uma breve história da escola de interpretação que surgiu em Antioquia na Síria, por volta do terceiro século, e a sua grande influência na hermenêutica. O conteúdo aqui disposto traz algumas informações sobre a cidade, sua origem. Aborda também, de forma resumida o olhar teológico de interpretação entre a escola de Antioquia. Apresenta os principais fundadores da escola e o que pensavam sobre a intepretação da Bíblia. Nós últimos parágrafos deste trabalho são apresentados alguns princípios de interpretação que diferencia a escola de Antioquia das demais.


1. A Escola de Antioquia (Siria)

1.1 Origem

Antioquia situava-se na província da Síria e era sua capital. Naquele período foi reconhecida como a terceira maior cidade do Império Romano e só perdia em importância para Roma e Alexandria no Egito. Sua proeminência na região era devida à sua localização, que se encontrava no entroncamento entre as estradas da Ásia Menor e as do Oriente e ficava a apenas sete quilômetros do mar Mediterrâneo. Por ser uma cidade cosmopolita, encontravam-se ali muitas religiões e tradições filosóficas Tirando Jerusalém, nenhuma outra cidade tinha tanta ligação com o início do Cristianismo como Antioquia. Um exemplo é que, depois de haver muitas conversões na cidade, a igreja de Jerusalém enviou Barnabé para lá, o qual levou Saulo consigo. Além disso, foi nesta cidade que ocorreram diversos sínodos e concílios. E, em 325 A.D., o Concílio de Niceia a proclamou sede do patriarcado do Oriente, o terceiro, depois de Roma e de Alexandria. Nela encontramos figuras como Inácio, Teófilo e outros. Em Antioquia surgiu uma escola de interpretação que rejeitava o método alegórico desenvolvido pelos alexandrinos. Essa escola apareceu como uma proposta alternativa ao método desenvolvido na cidade egípcia. Eles rejeitavam a alegoria alexandrina e enfatizavam o sentido histórico e literal das Escrituras.

1.2 Fundador da Escola de Antioquia

A escola de Antioquia teve como fundador Luciano de Samosata (240-312 AD). Este teólogo cristão, por volta do III e início do IV séculos, na cidade de Antioquia da Síria, deu origem a uma escola de interpretação bíblica que ficou conhecida pela erudição e conhecimento das línguas originais. A escola surgiu em oposição ao método alegórico da escola de Alexandria, que já existia desde 150 A.D.

Uma informação interessante sobre a contribuição deste teólogo, embora alguns não concordam, é que foram atribuídos a Samosata estudos comparativos de manuscritos do Novo Testamento, o que é conhecido por recensão, e ainda a uniformização dos textos gregos de sua época. Este trabalho deu origem ao texto Bizantino ou Sírio. Este texto tem sido utilizado pela igreja por muitos anos. Devido a ser um cristão de muitas convicções, Samosata sofreu torturas e fome e, por se negar a comer carne sacrificada aos deuses romanos, morreu martirizado.

A escola de Antioquia ficou conhecida por sua abordagem histórica e literal na interpretação das Escrituras. Seus líderes incentivavam o estudo das línguas bíblicas originais (hebraico e grego) e foram autores produtivos que escreveram vários comentários sobre as Escrituras. Para eles, o que ligava o Antigo e o Novo Testamento eram a tipologia e as profecias, em lugar da alegorização alexandrina. Ao interpretar literalmente, eles não excluíam a linguagem figurada.

2. Principais Representantes

Para um entendimento das ideias da escola de Antioquia, é importante verificar seus principais defensores e o que pensavam a respeito da interpretação das Escrituras. Embora houvesse outros nomes, nesta pesquisa serão abordados os mais proeminentes.

2.1 Deodoro de Tarso (350-392)

Deodoro foi um respeitado mestre e um dos primeiros líderes da escola antioquiana de interpretação. Ele tornou-se bispo de Tarso a partir do ano de 378. Ele escreveu um tratado cujo título era: “qual é a diferença entre contemplação e alegoria”? Deodoro defendeu o conceito de “teoria”, também chamada de “contemplação”, que era um método interpretativo e identificava o sentido espiritual de um texto, mas que estava ligado, inerente à sua estrutura histórica. A exemplo disso, ele nos deixou comentário dos Salmos onde interpretação cristologica moderada de Antioquia reflete-se claramente. Ali vemos em ação o princípio antioquiano de não atribuir a um texto do Antigo Testamento uma interpretação cristológica que não possa ser provada e demonstrada pelo Novo Testamento. Comentando o Salmo 22, Deodoro nega que o mesmo seja messiânico, pois a descrição literal dos sofrimentos do autor do Salmo não combinam com os sofrimentos de Cristo. O Salmo 24 também não é messiânico, mas refere-se ao judeus que voltaram do cativeiro babilônico.

Deodoro foi o mestre de outros dois pais da escola de Antioquia que se tornaram grandes proponentes da mesma: Teodoro de Mopsuéstia e João Crisóstomo

2.2 Teodoro de Mopsuéstia (350-428)

Teodoro de Mopsuéstia nasceu em uma família rica, o que lhe permitiu receber uma excelente formação. Ele estudou por 10 anos com Deodoro de Tarso, foi ordenado presbítero em Antioquia, em 383, e tornou-se bispo de Mopsuéstia, na Cicília, em torno de 392.

Teodoro de Mopsuéstia tornou-se notável exegeta antioquiano e fez fortes objeções às falhas da escola de Alexandria e sua interpretação alegórica. Ele também defendia os princípios da teoria em oposição à alegoria. Reconhecia tanto o sentido histórico dos textos proféticos do AT, como a significação tipológica de alguns deles. Alguns consideram Teodoro de Mopsuéstia o maior intérprete da Escola de Antioquia. Em um de seus livros, intitulado “Da Alegoria e História Contra Orígenes”, ele pergunta: “Se Adão não era de fato Adão, como a morte foi introduzida na raça humana?” Ele é conhecido como o príncipe da exegese primitiva e ao comparar trabalhos exegéticos que ele fez sobre algumas epístolas paulinas, afirmou-se ter semelhanças com comentários modernos. Escrevendo sobre este grande exegeta, o historiador Earle E. Cairns diz que:

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