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A economia Política do turismo no Terceiro Mundo

Por:   •  26/5/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.490 Palavras (6 Páginas)  •  678 Visualizações

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Universidade de São Paulo-FFLCH  Regionalização de Espaço Brasileiro(2016)

THE POLITICAL ECONOMY OF TOURISM IN THE THIRD WORLD (A economia Polítca do turismo no Terceiro Mundo), Stephen G. Britton

Grande parte da literatura sobre a contribuição do turismo no desenvolvimento é focada em análises de custo-benefício, comentário imprecisos dos efeitos socioculturais do turismo, ou questões mais técnicas como predições de fluxo de turistas, fatores determinantes da localização de hotéis, e o impacto regional nos gastos com turismo.No entanto, a maioria destas pesquisas possuem uma deficiência em comum.Discussões acerca do turismo são típicamente separadas dos processos históricos e políticos que determinam o desenvolvimento (de Kadt 1979).

        Para entender sua ligação, é necessário entender como a indústria do turismo se manifesta;quem se beneficia do desenvolvimento do turismo e o entendimento das estruturas econômicas e políticas dentro de países subdesenvolvidos.A teoria conhecida como teoria da “dependência” ou “subdesenvolvimento” evoluiu como um meio alternativo de conceitualizar a natureza dos processos de desenvolvimento em economias de Terceiro Mundo (Lehman 1979).Enquanto é incorreto visualizar esta literatura como uma teoria singular coerente, seus achados podem ser concisamente estatados.

        Países de terceiro mundo sofrem de uma série de distorções estruturais comuns na sua organização social e econômica.Sua história é típicamente exposta a formas de dominação colonial ou imperialista.Esta dominação é diretamente atributável à expansão do mercantilismo europeu e então capitalismo.Países periféricos foram articulados com núcleos de economias capitalistas de forma a terem formas de produção e organização social designados a serem incorporados aos requisitos políticos e econômicos das potências coloniais.Essa “dependência” envolve a subordinação da autonomia econômica nacional a ceder aos interesses internacionais e classes privilegiadas locais ao invés de outras prioridades no desenvolvimento do mesmo.

        Países subdesenvolvidos promovem o turismo como meio de gerar mais contato com o internacional, aumentar oportunidades de emprego, atrair capital para desenvolvimento, e melhorar independência econômica.A estrutura desses países, no entanto, podem acabar perdendo vários destes benefícios.Com a grande crescimento no volume de turistas depois de 1950, a indústria de viagens evoluiu de forma a atender a demanda por viagens recreacionais.A consequência disso foi que tais viagens acabaram por tomar uma crescente forma “padrão”.A introdução de pacotes de viagens no meio da década de 60 trouxe consigo as conflitantes necessidades psicológicas dos turistas por novidades e ao mesmo tempo segurança em ambientes estranhos (Cohen 1972), assim como a latente tendência de constituir o turismo individual como repetitível e comercializável.Dessa forma, a indústria do turismo passa a se instalar em países subdesenvolvidos de acordo com a demanda de turistas ou pela extensão de interesses externos já presentes no país em questão.

O turismo como indústria não uma entidade simples e funcional no senso convencional.Ao invés disso, é uma variedade de atividades ou componentes que juntos formam o “produto” turismo.Os mais importantes desses componentes são: Linhas aéreas, venda de pacotes e tours e franquias de hotéis.Companhias externas de turismo também monopolizam a perícia gerencial da indústria, habilidades de marketing, recursos financeiros e contatos intra-industriais (IUOTO 1976:36-64,70-1,77-8).A competência aparente de mercado dessas companhias metropolitanas as oferece ajuda de governos do país de destino, cooperação e subsídios(Hiller 1977:116).Das perspectivas de um país de Terceiro mundo, integração com o capital estrangeiro parece tanto beneficial e necessário.

        No entanto, existem informações (ESCAP 1978:40) que onde pacotes de viagem consistem de uma linha aérea estrangeira, mas incluem hotel local e outros servições, tais países de destino recebem em média 40-45% do preço pago pelos turistas em seu país de origem.Se tanto a linha aérea e hotéis são de companhias de fora, meros 22-25% do preço será destinado ao país de destino.

        Simplificando, pode-se dizer que a nível internacional, este tipo de estrutura de indústria assegura de destinos de Terceiro Mundo tenham um papel passivo e dependente no sistema internacional.Companhias multinacionais diretamente servem, e parcialmente criam, a demanda e o meios pelos quais turistas consomem produtos de turismo do Terceiro Mundo.Países de destinos, em contrapartida, são os recipientes de turistas.Eles providenciam as atrações ambientais, novidades e fundamentos superficiais para férias no exterior.

        De acordo com a história dos países em questão, podem haver grandes diferenças nas formas de desenvolvimento do turismo dos mesmos.Existem países de Terceiro Mundo que não experienciaram colonialismo.E há um número bem maior dos que, enquanto colônias, eram fracamente articulados econômicamente com potências metropolitanas, apesar de terem possível utilidade estratégica.Tais países aparentam ter performance econômica pior que os que experienciaram o colonialismo, podendo dizer que, apesar do lado sombrio do colonialismo, em sua totalidade ele é uma força essencialmente modernizadora.

        Tais países fracamente integrados com esferas de influência imperialistas (geralmente países pobres em recursos ou muito isolados) sofrem de forma paradoxal.Devido a não terem sido recipientes de capital estrangeiro e tecnologia, eles são incapazes de realizar nem uma forma distorcida de capitalismo dependente.Assim, eles permanecem marginais a economia mundial.

        Selecionando três países ilhas do Pacífico que representam diferentes graus de incorporação na economia mundial, pode-se demonstrar diversos atributos importantes da indústria do turismo internacional.

        Fiji é um clássico exemplo de uma economia estruturalmente independente, sendo no século XIX um país fornecedor de materiais industriais.Em 1874, o grupo de ilhas é anexado e se torna uma colônia britânica.A economia do país é então amplamente controlada por interesses industriais Anglo-Australianos e Austro-Asiáticas.Em sua independência, em 1970, companhias internacionais possuiam 94% do capital social de Fiji, e eram responsáveis por 75% da formação do capital fixo bruto em todas indústrias.

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