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O HOLOCAUSTO BRASILEIRO

Por:   •  22/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.478 Palavras (10 Páginas)  •  300 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS

CAMPUS BETIM

HOLOCAUSTO BRASILEIRO, de DANIELA ARBEX

Ana Flávia Pinto Assunção

Camilla Costa Gonçalves

Eyshila Sara Evelyn Costa Nunes

Nicolas Moreno Alves Medeiros

Betim/Minas Gerais

2018


Ana Flávia Pinto Assunção

Camilla Costa Gonçalves

Eyshila Sara Evelyn Costa Nunes

Nicolas Moreno Alves Medeiros

HOLOCAUSTO BRASILEIRO, de DANIELA ARBEX

Trabalho apresentado ao Curso Integrado de Automação, da disciplina de Língua Portuguesa, como requisito parcial para aprovação na disciplina do 3º ano de 2018.

Avaliador: Aline Alves Arruda


SUMÁRIO

Daniela Arbex e o Holocausto brasileiro ................................... 1.4  

Sobre o título “Holocausto brasileiro” ....................................... 1.5

Contexto histórico ........................................................................ 1.6

Histórias narradas por Daniela Arbex ....................................... 1.8

Análise da situação do Hospital Colônia de Barbacena e Hospitais psiquiátricos atuais ..................................................................... 1.10

Afinal, quem são os loucos? ..................................................,..... 1.12

Referências Bibliográficas .......................................................... 1.13 


 Daniela Arbex e o Holocausto brasileiro

Daniela Arbex, nascida na cidade de Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, é formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), atua como jornalista, escritora e documentarista. Arbex lançou um de seus maiores sucessos, Holocausto brasileiro, no ano de 2013, mesmo ano em que mais tarde conquistou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), com sua então recente obra lançada.

Eliane Brum, jornalista que formulou o prefácio da obra, inicia apresentando uma breve consideração sobre o trabalho desempenhado pelo repórter: “O repórter luta contra o esquecimento. Transforma em palavra o que era silêncio.”, a partir dessa ótica entende-se a finalidade do livro. Há a busca por tentar revelar acontecimentos do dia a dia dos pacientes do Hospital Colônia de Barbacena que deixam transparecer as atrocidades legitimadas pelo Estado brasileiro no período de constância do manicômio.

O livro revela a história de um dos acontecimentos mais brutais que a sociedade brasileira viveu e por muitos anos preferiu não relembrar a denunciar episódios de até dezesseis óbitos por dia em períodos em que o hospital estava lotado, resultando em 60 mil mortes, aproximadamente.

Histórias de pacientes sem diagnósticos psiquiátricos são as mais comuns e pelos motivos mais banais. Alguns eram mandados para Barbacena por serem tímidos, outros por serem usuários de narcóticos, meninas grávidas por terem sido estupradas, enfim, uma infinidade de pessoas que por não se adequarem a normatização proposta pela sociedade ou por sofrerem algum tipo de violência não poderiam, segundo o julgamento da sociedade, retornar às suas atividades diárias. O local era majestosamente um depósito de pessoas, ignorando por completo suas particularidades e dores. Assim, o livro revela-se uma obra de abundante sensibilidade.


Sobre o título “Holocausto brasileiro”

O acontecimento que revela muito sobre o título da obra foi apresentado na página treze do livro:

Em 1979, o psiquiatra italiano Franco Basaglia, pioneiro da luta pelo fim dos manicômios, esteve no Brasil e conheceu o Colônia. Em seguida, chamou uma coletiva de imprensa, na qual afirmou: “Estive hoje num campo de concentração nazista. Em lugar nenhum do mundo, presenciei uma tragédia como esta.

Basaglia foi um dos tantos precursores que auxiliaram nas denúncias contra o sistema manicomial brasileiro do século passado. Sua comparação com o genocídio em massa vivido na Segunda Guerra Mundial, inicialmente, pode apresentar-se agressiva, no entanto, ao concluir a leitura do Holocausto brasileiro, há a percepção de que não há adjetivo mais cabível, houve a perpetuação por longos anos de princípios que segregavam e agrediam a excelência do indivíduo enquanto cidadão. Evidência disso são os relatos dos próprios pacientes do colônia, que revelaram como habituais as muitas mortes, sejam elas pelo descompromisso do Estado em cumprir seu papel instituindo-se enquanto entidade de cuidados ou na imprudência de profissionais, legitimados pelo conhecimento da psiquiatria, em permitir a aplicação de eletrochoques e realização de lobotomias, em prol de uma “ordem social”.


Contexto histórico

A proliferação de instituições sociais, como o Hospital Colônia de Barbacena, por todo país ocorreu a partir do decreto n.82/1841, que permitiu a inauguração, em 1852, do primeiro hospital em modelo manicomial do Brasil e da América Latina, o Hospício Dom Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro.

A doutora em enfermagem pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Letícia de Oliveira Borba, delineou a maneira como os pacientes eram medicalizados dentro da perspectiva do manicômio:

Ao longo dos anos, a assistência psiquiátrica esteve atrelada ao tratamento restrito ao interior dos grandes hospícios, com internação prolongada e manutenção da segregação do portador de transtorno mental do espaço familiar e social. O foco de atenção não era a pessoa, mas a doença. Os portadores de transtorno mental eram marginalizados e desprovidos de autonomia, não sendo vistos como indivíduos ativos na sua terapêutica.4 À instituição hospitalar cabia a responsabilidade de eliminar os sintomas da desordem psíquica. Para o tratamento utilizavam recursos que iam desde a internação, técnicas de hidroterapia, administração excessiva de medicamentos, até aplicação de estímulos elétricos ou o uso de procedimentos cirúrgicos. O objetivo das instituições psiquiátricas era utilizar dispositivos que caminhassem na direção da correção do que sinalizava “anormalidade”.

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