A GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA: AS RELAÇÕES POLITICO-PEDAGÓGICA DO COLETIVO DOCENTE E SEU GESTOR

1.0 INTRODUÇÃO

De acordo com a legislação, alimentação escolar compreende todo alimento oferecido no ambiente escolar, independentemente da origem, durante o período letivo. Suas diretrizes incluem: o emprego de uma alimentação saudável e adequada, por meio do uso de alimentos variados e seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e melhoria do rendimento escolar, em conformidade com a faixa etária e estado de saúde; a educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem, abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida; o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos para a aquisição de gêneros alimentícios produzidos em âmbito local e de preferência pela agricultura familiar e empreendedores familiares rurais, priorizando as comunidades tradicionais indígenas e de remanescentes de quilombos (BRASIL, 2009).

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), implantado em 1955, garante, através da transferência de recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas e filantrópicas. O PNAE tem por objetivo contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, bem como o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos, por meio de ações de educação alimentar e nutricional e oferta de refeições que atendam as suas necessidades nutricionais durante sua permanência na sala de aula. Atualmente, o valor repassado pela União, por dia letivo, é de R$ 0,22 por aluno. No caso de estudantes das escolas indígenas e localizadas em comunidades quilombolas, o valor per capita é de R$ 0,44. Estes recursos são destinados à compra de alimentos pelas secretarias de Educação dos estados e do Distrito Federal e pelos municípios.

A elaboração do cardápio escolar deve ser realizada por um nutricionista habilitado, com o acompanhamento do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), e este cardápio deve ser planejado para que possa suprir, no mínimo, 30 % das necessidades nutricionais diárias dos alunos das creches e escolas indígenas e das localizadas em áreas remanescentes de quilombos, e 15% para os demais alunos matriculados em creches, pré-escolas e escolas do ensino fundamental, respeitando os hábitos alimentares e a vocação agrícola da comunidade. A aplicação de testes de aceitabilidade é indispensável sempre que houver a inclusão de um novo produto no cardápio.

Objetivo desta prática foi avaliar o cardápio da merenda da Escola Estadual Mário Batista, além de desenvolver atividades educativas em nutrição visando a promoção de hábitos alimentares saudáveis.

2.0 METODOLOGIA

No dia 6 de Novembro do presente ano foi realizada uma visita a Escola Estadual Mário Batista, onde avaliou-se a qualidade nutricional do cardápio da merenda servida aos alunos, observando se a mesma atendia ao mínimo estabelecido de 15% (equivalente a 350 Kcal) das necessidades nutricionais diárias destes alunos, bem como a quantidade protéica mínima de 9 g . Em seguida, foram desenvolvidas atividades de educação em nutrição com as crianças em sala de aula, onde foram abordados a importância de uma alimentação saudável, os grupos de alimentos de acordo e sua função no organismo (construtores, reguladores e energéticos), e a pirâmide alimentar e seus grupos de alimentos com suas respectivas porções. Por fim foi entregue a cada um dos alunos um folder contendo os dez passos para uma alimentação saudável e a pirâmide alimentar para que os mesmos para que os mesmos e seus pais pudessem ler e compreender a importância de uma alimentação saudável para o crescimento e desenvolvimento do organismo, bem como para um melhor rendimento escolar das crianças.

3.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após conversa com a merendeira responsável pela preparação da merenda da escola, a mesma nos relatou que é servida “merenda doce” (iogurte, arroz-doce, entre outros) três vezes na semana, ás segunda, quarta e sexta-feiras, e “merenda salgada” (canja, farofa, cachorro-quente, etc.) nos outros dias da semana, às terça e quinta-feiras. Segue abaixo o cardápio do dia com respectiva análise de macronutrientes e valor energético:

• Cardápio - 06/11/2009

- Pão francês (1 unidade)

- Manteiga (1 ponta de faca)

- Leite com achocolatado* (1 copo de 200 ml. Obs.: não totalmente cheio ≈ 165 ml)

* Preparação do Leite com achocolatdo:

- ≈ 30 litros de leite (5 pacotes de 200 g de leite em pó integral);

- 1 kg de açúcar;

- 800 g de achocolatado em pó (2 pacotes de 400 g)

Logo, 165 ml de leite com achocolatado contém aproximadamente:

- 5,5 g de leite em pó integral;

- 5,5 g de açúcar; e

- 4,4 g de achocolatado em pó.

Tabela 1. Análise de macronutrientes da refeição.

Alimento Quantidade

(g / ml) Carboidratos

(g) Proteínas

(g) Lipídios

(g)

Pão francês 50 28,7 4,65 0,10

Manteiga 6 0,02 0,04 4,86

Leite integral em pó 5,5 2,09 1,49 1,45

Açúcar cristal 5,5 5,47 0,00 0,00

Achocolatado em pó 4,4 3,99 0,15 0,04

TOTAL 40,27 6,33 6,45

• Valor Calórico