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A Infancia Na Sua Atualidade

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Por:   •  16/5/2013  •  1.613 Palavras (7 Páginas)  •  1.014 Visualizações

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A infância na atualidade

Discute-se a concepção do "ser criança" na sociedade atual trazendo, dados de uma pesquisa feita por Angela Nobre de Andrade em seus trabalhos que trouxe indicações da criança estar sendo tida como um "ainda não", algo que se tornará sujeito um dia (quando adulto), pois esta tem sido vista como uma extensão dos pais, ou seja, não tem direitos próprios.

A autora complementa dizendo que as crianças têm sido consideradas como "menores" ou "ainda não cidadãos" e ressalta que, "a infância como realidade social, tem frequentemente permanecida afastada e excluída das reflexões sobre problemas sociais e qualidade de vida", pois "a moratória infantil (o ainda não) faz com que a criança esteja sempre em lugar de objeto em um processo macrossocial encaminhado a uma futura sociedade ideal". Ou seja, deixar de ser criança no presente porque tem que ser algo no futuro, e sobre isto vemos duas realidades infantis uma em que a criança fica atribuída a ter muitas formações escolares (cursos) para prepará-las para o futuro na sociedade; ou muitas atribuições (afazeres) para adquirir o perfil social que é "ser ativo", atribuído de muitas tarefas o que acaba tirando o prazer da infância, pois estas crianças passam a não ter tempo para o brincar.

Questionar como a escola pensa a infância, e como ela lida com as questões de trabalhar com a valorização, com a questão de a criança ser preparada para viver na sociedade, mas de uma forma que não tire o prazer e seu momento presente de ser criança. Será que a educação tem sido pensada no sentido de respeitar e valorizar a criança no presente?

Com a perspectiva de entender como a escola a tem concebido, foi analisado a questão da infância que os referenciais curriculares nos trazem. E a partir desta análise, foi observado que o objetivo é a formação das crianças para o amanhã e isto porque a ideia de escolarização surgiu na perspectiva de fazer a criança se preparar para "ser" no futuro.

Segundo José Geraldo M. Guimarães, "a educação no contexto da modernidade tem como perspectiva formar os adultos de amanhã, os artífices da futura sociedade". Será que a educação tem sido pensada só nesta perspectiva, será que não se pensa na infância em si na questão de contemplar as capacidades, as percepções das crianças, os olhares destas para as questões da vida?

Ao analisar a questão da educação infantil nos referenciais curriculares, diz que "a educação infantil é situada na LDB como primeira etapa da educação básica, e tem como finalidade propiciar o pleno desenvolvimento da criança". Observa-se então, que o objetivo não é só formar para vir a ser e sim fazer com que a criança se desenvolva no presente. Se desenvolver não seria ter voz e ser considerado alguém ativo, com sua produção e seu modo de pensar?

Hoje observamos não só na educação infantil, mas nas séries seguintes a questão do considerar o conhecimento que a criança já tem, ou seja, conhecimentos do âmbito social de seu contexto, pois ela como participante da sociedade em que vive aprende e é influenciada por esta em seus conhecimentos e vivências portanto, tem conhecimentos, não é alguém vazio até porque a criança aprende com o mundo dos adultos e ressignifica a realidade, o aprendizado que viveu a "seu modo" para melhor entendê-los.

De acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, “as crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio, e isto porque, através das interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circunda, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que vivem as relações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos”. (p.21)

A criança tem que ter a oportunidade de "ser" no presente para "ser" no futuro e um dos objetivos que os referenciais curriculares (1998) colocam é de a criança desenvolver sua independência, a confiança em suas capacidades (p.63). Isto é considerar a criança como um ser atuante, como alguém que pode e não como alguém que por ser criança não tem voz.

Desta forma, analisando as concepções dos referenciais vemos que este apresenta aspectos de valorização à infância na qual a criança é compreendida como alguém atuante, que possui uma cultura, um jeito de ser próprio. Com isto, a prática educativa deve buscar compreender um ensino que alcance esses objetivos, onde valorize esses aspectos da infância que os Referenciais curriculares trazem, mas isso será possível a partir de uma nova perspectiva de reconhecer a criança como produtora e não somente como produto a ser formado.

O conselho infantil nos mostra outro olhar na infância e isto é algo que nem todos os envolvidos no âmbito da educação têm, ou seja, nem todos percebem a infância como algo presente, a criança como alguém que tem suas percepções, suas escolhas e sua cultura. Muitas das vezes o que permanece no ambiente escolar é um olhar a infância como algo que tem que ser formado e que nada sabe que não sabe se expressar, e acaba não ouvindo a criança, e vendo esta com o papel de "executora" do que os adultos que tudo sabe dizem; o que acabam trazendo uma infância sem valor e sem a percepção do que a própria criança acredita ser; é uma desvalorização ao olhar da criança, a sua cultura. Algo que influencia a própria aprendizagem escolar, pois a criança sendo percebida e tratada desta forma acaba limitada, o que influencia muito seu convívio em sociedade, pois a criança não consegue "ser" por ter sido tratada como alguém que "não é" e que um dia "será".

Elaine de Paula considera a infância como uma categoria social ou estrutural, não significa afirmar que as crianças estejam descoladas da sociedade, que tenham total autonomia no processo de socialização ou que suas produções ocorram sem interlocução com o mundo social dos adultos. Mas é necessário compreender que elas

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