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ANÁLISE DO DESEMPENHO SÓCIO AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO EM UMA ORGANIZAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS

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Por:   •  26/3/2015  •  8.053 Palavras (33 Páginas)  •  509 Visualizações

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1 Introdução

Ao longo da história a responsabilidade social vem ganhando seu espaço na economia mundial, mas só se tornou recorrente quando vinculada ao contexto empresarial. Nos Estados Unidos e na Europa o conceito social era uma doutrina que passou a ser adotada nas empresas como uma forma de conduzir os negócios de forma corporativa, através dessa ação a sociedade passou a cobrar maior responsabilidade social das empresas, gerando uma necessidade de controle na forma de relatórios sociais e balanços.

Segundo o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE, 2012) em meados dos anos 60, nos Estados Unidos e na Europa, algumas empresas ligadas ao conflito da guerra do Vietnã, sofreram boicotes sobre seus serviços e produtos em função do repúdio da população aos fatos. A sociedade passou a cobrar uma postura ética dessas organizações, fazendo com que as empresas prestassem contas dos seus objetivos sociais. O controle desses relatórios denomina Balanço Social. Esta idéia só começou a ser adotada no Brasil na década de 70, contudo foi somente à partir dos anos de 80 que surgiram os primeiros Balanços Sociais e em 90 a responsabilidade social ganhou grande impulso através de ações de institutos de pesquisas, entidades não governamentais e empresas que apoiavam a causa.

Atualmente o uso do Balanço Social deixou de ser uma opção no mundo corporativo, as organizações atualmente não vêm se preocupando somente em gerar lucros, ou manter uma qualidade de produtos ou serviços, hoje, através da ação social, as empresas mantém uma estratégia de sobrevivência na economia. É uma maneira de conduzir os negócios de uma maneira co-responsável, proporcionando a possibilidade de novos projetos, em novas áreas com diversos públicos e clientes.

O Balanço social tem se tornado um instrumento de gestão, onde é possível esclarecer as organizações quanto a natureza de seu lucro. Acolhe as normas e as práticas voltadas a sustentabilidade, como fator inicial.

Há alguns ambientes onde é importante implementar a Responsabilidade Social, e de certa forma a área da educação se torna o local ideal para o desenvolvimento dessa conscientização. Através dos educadores é possível transmitir aos alunos a importância da prática desses valores sociais e do uso do Balanço Social nas Instituições. Hoje saber o quanto as Instituições utilizam a ferramenta para tomada de decisões é um fator importante para a gestão.

Diante deste contexto surge a pergunta: Como uma Instituição de Educação Básica sem fins lucrativos, mensura e avalia suas ações sociais com base na metodologia do Balanço Social?

É com base nos pontos abordados que o objetivo principal da pesquisa é verificar as formas de mensuração e avaliação das ações sociais em uma Instituição de Educação Básica. Como objetivos específicos têm-se: a) verificar as ações sociais praticadas; b) identificar as formas de mensuração; c) verificar as formas de avaliação; d) analisar os indicadores sociais com base nas técnicas de análise de balanço.

Este estudo se justifica pela grande necessidade de se utilizar a metodologia do Balanço Social nas Instituições de Ensino de Educação Básica, para mensurar e avaliar as ações sociais praticadas, proporcionando a utilização dessa ferramenta no processo de gestão. A justificativa tem-se também pela grande necessidade de se utilizar a ferramenta dentro das Instituições de Ensino de Educação Básica sem fins lucrativos, que proporciona não só o aprimorando da qualidade social e ambiental da Organização, mas também o desenvolvimento econômico, e pode ser utilizada como uma ferramenta na tomada de decisões.

O presente artigo não tem a pretensão de identificar inconsistências de dados, interferir nas tomadas de decisão da Instituição, ou propor soluções. Espera-se que a pesquisa possa trazer algum auxílio na gestão da Instituição e conhecimento à respeito do tema proposto.

Este trabalho têm aderência a linha de pesquisa Controladoria, Contabilidade e Finanças do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Metodista do IPA.

2 Referencial Teórico

Neste capítulo, são apresentados assuntos que englobam o Balanço Social. Para a conceituação deste trabalho, foram abordados definições da literatura já existente.

2.1. Responsabilidade Social

Desde os tempos mais antigos até meados dos anos de 1930, o aumento do lucro era a grande ferramenta da gestão organizacional, sendo que o lucro empresarial independia do contexto ambiental e social das organizações. Em 1930, as organizações adicionaram na sua gestão os gestores profissionais ou administradores, o que provocou maior preocupação social com os stakeholders (acionistas). Para Ashley (2005), até os anos 30, as empresas desconheciam a responsabilidade social e as informações empresariais, além de guardar segredo de seu desempenho financeiro onde a lei obrigava a divulgar somente algumas poucas informações das empresas. Permaneceu assim até a metade dos anos 60, quando os problemas ambientais começaram a ser questionados internacionalmente.

A partir de 1960, a maneira com que os gestores administravam mudou devido às pressões oriundas dos vários movimentos sociais e atividades pertinentes ao emprego, proteção ambiental e proteção ao consumidor. Estas mudanças, além de violentas, se tornaram permanentes. Em 1990, com as grandes organizações sendo o centro do poder econômico, a preocupação com os stakeholders tornou-se uma variável a mais nas decisões empresarias. Ao contrário do que ocorriam até meados de 1930, as organizações não consideraram mais prioridade especial os seus acionistas. (MEGGINSON, Mosley e Pietri Jr, 1998).

Com a globalização, o Estado que era o centro do poder econômico e era responsável pela gestão das políticas econômicas e provia os recursos para o fortalecimento do tecido social e consequentemente para o desenvolvimento social, acabou cedendo espaço às organizações privadas. Assim, o espaço nacional antes administrado pelo Estado, passa a perder competência e consequentemente as empresas privadas iniciam a construção de espaços regionais e locais como alvos estratégicos de negócios (FURTADO in Melo Neto e Froes, 1999).

Segundo Furtado (1999), diante de um entrecho globalizado, surge a visão da racionalidade social, que com o abandono da sociedade e o enfraquecimento do suporte dado a ela pelo Estado, tenta unir o Estado e as empresas privadas em nível global às necessidades da sociedade. A racionalidade social surge de forma a atenuar a racionalidade globalizante, tentando diminuir

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