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Crítica de Adorno à indústria cultural

Por:   •  4/5/2017  •  Resenha  •  780 Palavras (4 Páginas)  •  310 Visualizações

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Constatações da atualidade da crítica de Adorno à indústria cultural

Aluno:

Professor:

Na sociedade pós-moderna, há uma problemática importante a ser debatida no que tange a produção cultural. Esse debate faz-se necessário frente à transformação radical dos símbolos artísticos culturais em mercadoria, assim como tudo na sociedade capitalista industrial e econômica. Nesse contexto, a obra de Theodor Adorno amplia esse debate ao designar essa situação da arte criando o termo indústria cultural.

Adorno mostra como a indústria cultural é um mecanismo essencial para o capitalismo. O texto de Rafael Cordeiro Silva sintetiza a contribuição da obra de Adorno acerca desse debate, levantando a dicotomia entre o pessimismo adorniano (configurado como a morte total da arte enquanto a lógica for capitalista), ou atualidade (na qual a essência do conceito de indústria cultural seja atemporal e irrestrita).

Em uma primeira análise a crítica de Adorno à indústria cultural, percebe-se o aspecto de mercadoria que a arte assume. A indústria cultural se desenvolve concomitantemente a lógica capitalista a partir da ressignificação da realidade, em que essa nova realidade gira em torno na geração de capital. A produção cultural não é imune a essa lógica, originando, portanto, um setor econômico altamente lucrativo: o entretenimento. Nesse setor, assim como os demais setores do modo de produção capitalista, a indústria cultural produz novos fetiches.

Com o auxílio da publicidade, o “fetichismo cultural” é fomentado intensamente, levando a arte para a esfera do consumo. Com uma sensibilidade crítica, essa dinâmica é facilmente notável a partir de ligeiras percepções do cotidiano. Basta perceber que a todo tempo temos contato com uma enxurrada de propagandas sobre o seriado do momento, o próximo (e sempre imperdível) capítulo da novela, o novo filme daquela trilogia... Essa divulgação massiva é suficiente para gerar bastante capital. Por exemplo, a repetição midiática incessante de um trailer é suficiente para garantir o sucesso de bilheteria de um filme: o filme de maior bilheteria da história (2,8 bilhões de dólares), Avatar, possuía um quadro semanal de divulgação dentro programa Fantástico meses antes de ser lançado. Dessa forma, todas as mercadorias culturais são impostas e massificadas, e incutidas no subconsciente da população como um desejo de consumo, aumentando numerosamente a produtividade de capital.

O surgimento desse “fetichismo cultural” advém do início do século XX, com a alavancada dos novos meios de comunicação, como o rádio, cinema e televisão. Adorno assistiu esse fenômeno nesse estágio inicial. Desde então, elaborou sua crítica acerca da conjuntura que a produção cultural artística estava inserida. Entretanto, esse contexto não é apenas conjuntural. A indústria cultural é inerente à estrutura capitalista. Portanto, a indústria cultural será perpetuada enquanto a ordem sistêmica for capitalista. Sendo assim, a crítica de Adorno à indústria cultural faz-se extremamente atual.

Um segundo aspecto, destacado por Cordeiro Silva na crítica de Adorno, da importância da indústria cultural para o capitalismo é a morte do papel da arte enquanto exercício de racionalidade.

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