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Gravidez Na Infancia

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Por:   •  3/11/2013  •  633 Palavras (3 Páginas)  •  269 Visualizações

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A taxa de gravidez em meninas entre 10 e 14 anos de idade aumentou 3,2% em São Paulo, saindo de 3.278 gestações em 2006 para 3.386 em 2007, conforme os dados mais recentes da Fundação Seade. Esse crescimento ocorre em contraponto às adolescentes de 15 a 19 anos, que cada vez menos têm aparecido nas estatísticas das maternidades paulistas. Para os especialistas, a constância das gestações na infância tem relação com a violência sexual, crime também em ascensão no Estado - com avanço de 33,2% no primeiro trimestre de 2009.

Todo ano, há 3,5 mil garotas que entram nas estatísticas de gestação precoce, uma média de três por dia. O índice não cede em São Paulo. Desde 1995, elas respondem por 0,6% de todos os partos feitos no Estado - porcentual inabalável na série histórica. Já as mães entre 15 e 19 anos, que há 14 anos respondiam por 18,4% das paulistas, hoje são 15,7%. Mesma tendência de queda no período foi registrada na parcela entre 20 e 24 anos (de 30,3% para 26,5%).

Os dados da Secretaria de Segurança Pública endossam que os menores de idade são as vítimas preferenciais dos criminosos. Durante o ano passado, apenas nas delegacias da mulher do Estado, foram registrados 3.194 estupros e atentados violentos ao pudor. Do total, 2.413 foram contra crianças e adolescentes, o que representa 75% dos crimes.

"Nós não temos tido sucesso em reduzir a gestação nas idades mais baixas e isso é um problema mundial", afirma o médico Jefferson Drezett, especialista em abuso sexual. "Ainda que tenhamos exemplos de meninas de 12 anos que engravidaram do namoradinho de 13, não dá para fechar os olhos para a parte dos casos que reflete estupros, na maioria domésticos."

A relação entre crime sexual e gravidez na primeira faixa etária fértil será debatida em dois eventos nesta semana. Um deles acontece hoje e é realizado pela Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR). O outro ocorre a partir de sexta-feira, no seminário da Fundação Abrinq. "Queremos trazer o olhar da saúde, da educação e da Justiça e criar ferramentas para combater um problema que persiste há anos", afirma a gerente da Fundação Abrinq, Denise Cesário.

Foi no banho que Ana (nome fictício), aos 11 anos, chamou a mãe para tentar entender o que acontecia. O leite que saía dos seios, ainda em formação, revelou a gravidez fora de hora. O padrasto da menina era o culpado. Os abusos começaram numa época em que a pouca idade prevenia a gravidez. Com quase 4 meses de gestação, ela conseguiu fazer o aborto legal (amparado pela Justiça), no Hospital Pérola Byington, unidade que oferece mais evidências sobre a ligação entre estupro e gravidez infantil.

"A vinculação entre abuso e gravidez fica evidente nos serviços de aborto legal. São as menores que figuram entre a maioria das pacientes", afirma Margareth Arilha, diretora executiva da CCR, que acredita ser necessária atuação mais efetiva no pré-natal das meninas para avaliar a situação em que a gestação ocorreu. No Pérola, dos 705 abortos realizados desde 1995 até 2008, 27% foram em meninas de 12 a 17 anos. A rotina do ambulatório é mais reveladora: dos 2.330 acolhimentos feitos no ano passado, 47% eram em menores de 12 anos. Um dado da entidade é que em 16% dos casos o abuso só é revelado com a gestação. "Pensar

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