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Identidade e Cultura na Pós Modernidade de Stuart Hall.

Por:   •  24/5/2016  •  Resenha  •  1.348 Palavras (6 Páginas)  •  1.025 Visualizações

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Apresentação: A obra escrita por Stuart Hall e editada pela DP&A, tem tradução de Tradução Tomás Tadeu da Silva, Guacira Lopes Louro, está na 11ª. Edição. O autor é um jamaicano que viveu e trabalhou na Inglaterra, tendo a oportunidade de vivenciar diferentes culturas, experiência que o incentivou a construir suas reflexões acerca da identidade, considerando os estudos culturais. Hall faleceu em 2014, mas deixou muitas obras, cuja leitura é instigante e esclarecedora acerca de fenômenos e problemas atuais.

Especificamente através do livro “Identidade e Cultura na pós modernidade”, o autor explora algumas questões sobre a identidade cultural na modernidade tardia, e através de diversos apontamentos ele questiona se existe uma crise de identidade cultural, também afirma como esta se dá e quais os acontecimentos recentes que contribuíram para tal, além de suas conseqüências. O autor ainda analisa alguns aspectos do conceito de sujeito e as contradições a ele inerentes, a partir da observação do lugar que este ocupa no mundo e para si mesmo, ele ainda afirma uma posição favorável quanto ao entendimento que há uma fragmentação nas identidades modernas. Sobre o argumento das transformações na sociedade século XX, aponta que tais transformações estão mudando ou deslocando o sujeito de seu espaço na sociedade, culminando numa crise de identidade para os indivíduos.

No primeiro capítulo do livro, “A identidade em questão”, o autor traz definições sobre

identidade/sujeito e as mudanças que ocorrem em tais definições ao longo da modernidade. Partindo de três concepções sobre identidade a saber: 1- Sujeito do

Iluminismo: concepção de sujeito humano centrado, racional, unificado, consciente, sujeito individualista. 2- Sujeito Sociológico: ele está envolvido na complexidade do mundo moderno, o sujeito sociológico não é autossuficiente, sua identidade é formada na interação com a sociedade e 3- Sujeito pós-moderno: que não possui uma identidade fixa, mas é transformado cotidianamente podendo possuir diversas identidades, utilizando-as conforme os sistemas ao seu redor, produzindo então a crise da identidade.

Desse modo, o autor mostra as transformações sofridas pelos sujeitos ao longo dos tempos e afirma a existência do sujeito do mundo moderno como descentralizado e contraditório. Trabalhando as mudanças ocorridas nas modernidades, o autor dialoga com Gidsens, Marx, Harvey e Laclau, para afirmar que as sociedades estão em mudança constante, característica que as distingue das sociedades tradicionais.

Neste sentido, o autor chama a atenção para o processo de descontinuidade da sociedade e sobre as diferentes posições assumidas por este sujeito moderno, o que promoveu sua ruptura com o passado. Assim o individuo moderno é marcado por uma sociedade plural, portanto que produz diferenças.

A partir de tais questionamentos Hall, apresenta no segundo capitulo: “Nascimento e morte do sujeito moderno”, argumenta sobre a forma como o sujeito entra na modernidade e ao mesmo tempo como ele se despede deste período. Para Hall este sujeito é individualista, herança do humanismo renascentista em que o homem era o centro do universo, dominado pela razão. Mas tal visão não conseguia relacionar o sujeito as estruturas sociais, a medida em que a sociedade se torna mais complexa, coletiva e social, com transformações econômicas, políticas que modificam também a identidade do do individuo e ele passa a ser localizado e definido dentro desta estrutura social.

Neste ponto, o autor trabalhará a questão dos descentramentos do sujeito. Ele relaciona cinco avanços das ciências humanas na modernidade tardia, que acarretam no falecimento do sujeito da época moderna. Cita que os cinco avanços foram: as tradições do pensamento marxista, que motivaram os questionamentos sobre o papel do sujeito na sociedade; também a descoberta do consciente por Freud, que tem a identidade como algo móvel a partir dos processos conscientes e inconscientes do sujeito; também o trabalho desenvolvido pelo lingüista Ferdinand de Saussure, que afirma que nossas afirmações carregam significados, portanto, ecos de outros sujeitos e não somo donos de nossas firmações; cita também o trabalho de Foucault sobre o sujeito disciplinado sendo produto das instituições coletivas na modernidade; e o quinto avanço foi o feminismo e os movimentos sociais que marcaram a década de 60, que destacavam a identidade social de cada grupo, o feminismo proporcionou questionamentos sobre as identidades sexuais e de gênero.

Considerando estes cinco avanços, Hall demonstra a efetiva descentralização do sujeito e da sua identidade na modernidade. Consoante a esta questão o autor propicia reflexões sobre a identidade cultural nacional e seus deslocamentos gerados pelo advento da globalização. Reflexão presente nos próximos capítulos 3 “As culturas nacionais como comunidades imaginadas”, onde para o autor a identidade nacional é uma das principais fontes de identidade cultural, algo que o sujeito introjeta desde o nascimento, como se fosse de sua essência. Segundo Hall, as culturas nacionais constroem identidades na medida em que produzem sentidos sobre a “nação” com os quais nos identificamos, como por exemplo, os símbolos, a língua, tradições etc. Também segundo ele as identidade culturais parecem neutras e as critica neste ponto, sob o argumento que podem ocultar as diferenças existentes na mesma nação como gênero e etnia. Cabe satlintar que a própria trajetória do autor

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