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Resenha: A identidade cultural na pós-modernidade, de Stuart

Por:   •  19/1/2021  •  Resenha  •  1.710 Palavras (7 Páginas)  •  295 Visualizações

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                                           FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FAE                                                                                    FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO II

                                                                                        Tatiane Campos de Paula Castro

A presente resenha tem como finalidade discorrer sobre os textos propostos no curso de Filosofia da Educação II, cujo objetivo deste é apresentar um debate filosófico na contemporaneidade e suas implicações. Para isso, analisaremos dois textos da bibliografia básica do curso, onde sintetizamos os conteúdos e os conceitos teóricos abordados, e na parte final discorreremos nosso posicionamento crítico.

Síntese biográfica dos autores

Stuart Hall (1932 - 2014), teórico cultural jamaicano que vivia na Inglaterra, desde 1951, suas pesquisas contribuíram para os estudos da cultura assim possibilitando um debate político. Estudou em Rhodes no Merton College, na Universidade de Oxford, onde obteve o seu mestrado (M.A.). Trabalhou na Universidade de Birmingham e tornou-se o personagem principal do Birmingham Center for Cultural Studies. Entre 1979 e 1997, Hall foi professor na Open University.[1]

Chantal Mouffe (1943), é uma cientista  política belga,  seus trabalhos são voltados para teorias políticas combinados com a filosofia. Estudou na Universidade Católica de Louvain, na Universidade de Paris e na Universidade de Essex. Ensina atualmente teoria política na Universidade de Westminster, na Inglaterra.[2]

Resumo descritivo: A identidade cultural na pós-modernidade, de Stuart

O livro de Stuart Hall, é dividido em seis partes em seus dezesseis capítulos, que aborda as discussões referente a constituição-deslocamentos e fragmentação das identidades culturais na pós-modernidade. As rupturas foram determinantes no surgimento de novas identidades na contemporaneidade. Na primeira parte, Stuart introduz a temática “Identidade em questão”, estabelecendo as três concepções de identidades: o sujeito na perspectiva individual (Iluminista), o sujeito que interage com as culturas (sociológico) e o sujeito na pós-modernidade que vive em um mundo globalizado.

Na segunda parte, Stuart emerge em um universo de análise do sujeito descentrado-deslocando-se, esta explanação é baseada em obras e outros teóricos. Estes elaboraram as ideias de rupturas que se relacionam aos aspectos do sujeito cultural, enfatizando-as no processo da modernidade tardia. Na medida em que avança, o autor apresenta na terceira parte, um questionamento em relação a identidade cultural e suas transformações, assim como seus deslocamentos na globalização. No texto, Stuart discorre sobre a nação, equiparando-a às comunidades imaginadas, que residem nas memórias do passado e vinculam ao desejo coletivo de perpetuação da herança. Refere-se às culturas nacionais como desconstrução da identidade unificadora que estão em constantes e profundas divisões e diferenças internas, contrastando com o poder cultural, fundamentando as nações modernas como híbridos culturais.

Na quarta parte, Stuart contextualiza os efeitos da globalização para trabalhar os três aspectos das identidades. Tais efeitos provocaram fissuras e mudanças significativas na homogeneização das identidades globais. Primeiro aspecto refere-se a desintegração das identidades locais, o segundo, ressalta o reforço das identidades particularistas e locais de resistência, e o último, declínio das novas identidades híbridas. O afrouxamento das sólidas identificações com a cultura nacional, o reforço de diversos laços e a lealdade cultural que permeia em todos os níveis do Estado.

Na quinta parte, o interesse se volta para a origem da identidade pelo local que se fragmenta no global, pontuando que na globalização as identidades fechadas e centradas provocam o efeito de deslocar e contestar na cultura nacional. Nesse sentido, ressalta a pluralização que altera as identidades fixas, que estão suspensas em transição e as desigualdades nos padrões de troca cultural, assim observa-se a oscilação da tradição e tradução.

Stuart, relaciona a deslocamento e fragmentação das identidades com as concepções de uma formação de identidade híbrida. Finaliza, afirmando que a globalização não aparenta produzir os mesmos efeitos globais em todas as identidades, essa persiste em construir o velho nacionalismo. Desse modo, possibilitou o crescimento do fundamentalismo e de movimentos separatistas com a finalidade de unificar o Estado, as identificando com as identidades homogêneas e as diferentes culturas.

Stuart, trabalha com o conceito marxistas na coisificação do sujeito e pulverização das instituições antes sólidas. Aborda Giddens (1990) pela perspectiva das transformações vigentes pela ótica dos símbolos do passado ufanista. A partir de Laccau, para trabalhar a descentralização do sujeito.

Resumo descritivo: Por uma política de identidade nômade por Chantal Mouffe

No início do texto, Mouffe (1999) estabelece uma relação entre a queda do comunismo e a redefinição das identidades. No decorrer do capítulo, baseia seu argumento na ideia de que a identidade é constituída a partir da diferença, enfatiza a necessidade de pensar na multiplicidade dos discursos envolvidos na constituição das identidades, e nas relações de opressão.

 A autora reconhece que o projeto político liberal moderna falha no propósito de entender a lógica social devido a diversidade de identidades presente na sociedade.  Mouffe, faz uma importante distinção dos conceitos de “o político" e “a política" , sendo o primeiro a pulverização da sociedade frente aos conflitos e as desigualdades. O segundo, refere-se às organizações institucionais.

Faz reflexões acerca do amigo/inimigo esclarecendo o conceito de outro, como aquele que nega a minha identidade e questiona a minha existência. Desenvolve análise das identidades como um meio de combate político devido ao caráter relacional dessas. Mouffe entende que a constituição de identidade por meio da exclusão é, portanto, reconhecer a multiplicidade dos elementos que constituem essas identidades. A autora conclui, para que a análise das identidades seja significativa, deve ser situada em um contexto mais amplo dos paradoxos da democracia pluralista. Nesse sentido, a compreensão das relações de identidade/diferença permitiria a desativação do perigo das exclusões.

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