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O INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE FILOSOFIA BACHARELADO FICHAMENTO

Por:   •  4/11/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.552 Palavras (7 Páginas)  •  166 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE FILOSOFIA BACHARELADO

FICHAMENTO

Disciplina: Iniciação ao Conhecimento Acadêmico

Passo Fundo, março de 2020.

Filosofia

Iniciação ao conhecimento acadêmico

Referência:

CIPRIANO, Carlos L.; PASSOS, Elizete S. Introdução à filosofia: aprendendo a pensar. 2 ed. São Paulo: Cortez. 1996.

PG.

TÓPICO

13

Cap.1 O conhecimento: significado, processo e apropriação

O conhecimento parece ser alguma coisa corriqueira que nós não nos perguntamos pelo que ele é, seu processo, origem, forma de apropriação.

14

Se a filosofia é uma forma de conhecimento, cabe em primeiro lugar, saber consciente e criticamente o que ele é. É este o objeto deste texto. Conhecimento abrange os elementos indicados; conceito, passando, sucessivamente por seu processo, sua origem até chegar á questão de sua apropriação.

14

1.1 Uma aproximação conceitual do conhecimento

Toda vez que perguntamos a alguém o que ele entende por conhecimento, a primeira resposta normalmente recebemos, o conhecimento é adquirido com livros e ensinamentos nossos professores. Para responder essa pergunta, devemos dar a atenção ao segundo aspecto, e não ao primeiro, o que é não onde adquirimos o conhecimento.

15

Ouvimos dizer que o conhecimento é a elucidação da realidade, essa afirmação parece ser correta, embora de forma sintética, expressa o sentido do conhecimento.

15

A palavra elucidar tem significado latim que quer dizer trazer à luz, então elucidar é trazer a luz muito fortemente, iluminar com intensidade. A luz do elucidar tem a ver com a incidência da luz da inteligência sobre a realidade, tem a ver com a integilibilidade.

15

Enquanto a realidade por meio de suas se manifestações como misteriosas, impenetrável, opaca, oferecendo resistência ao seu desvendamento.

16

No que se refere o conhecimento há quatro elementos a serem destacados, um sujeito que conhece, um objeto que é conhecido, um ato de conhecer, e finalmente um resultado, que é a compreensão da realidade ou conhecimento propriamente dito.

16

O sujeito é o ser humano que construiu a faculdade da integibilidade.

16

O objeto é o mundo exterior ao sujeito.

17

O ato de conhecer é o processo de interação que o sujeito efetua com o objeto.

17

O resultado do ato de conhecer é o conceito produzido, o conhecimento propriamente dito.

17

Em síntese o conhecimento é a compreensão /explicação sintética produzida pelo sujeito por meio de um esforço metodológico de análise dos elementos da realidade, desvendando sua lógica, tornando-a inteligível.

18

1.2 Processo de produção do conhecimento

O conceito explicativo da realidade nunca está pronto.

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Para tanto utiliza-se recursos metodológicos de meios de processos de investigação.

19

Ao se deparar com um desafio, o sujeito do conhecimento passa ao desafio de elucidá-lo.

19

Diante do desafio, o sujeito do conhecimento formula respostas plausíveis e procura ver nas manifestações da realidade se a respostas que formulou é adequada ou não.

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Para ilustrar esse processo, vamos lembrar dois casos de pesquisa: a descoberta da febre puerperal pelo médico suíço Iguaz Semelweiss, e a obra de Karl Marx O Dezoito Brumário de Luiz Bonaparte.

20

No exemplo de Samelweiss, 8% das mulheres internadas em trabalho de parto morriam por febre puerperal em1844, chegando a 11,4% em 1846.

21

No segundo serviço do hospital os números eram bem menores 2,3% em 1844 e 2,7% em 1846.

21

Aí estava a realidade e o aspecto oculto da realidade que Samelweiss desconhecia.

21

Samelweiss nota que algumas das mulheres em trabalho de parto no primeiro serviço davam a luz ainda na rua a caminho do hospital e a média de morte era menor que a média do primeiro serviço.

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No começo de 1847, após várias teorias serem descartadas, um acidente deu a Samelwiess a chave decisiva para a solução do problema.

23

Um colega feriu-se no dedo com um bisturi e acabou morrendo vítima de febre puerperal.

23

Samelweiss compreendeu que a matéria cadavérica, introduzida na corrente sanguínea do colega pelo bisturi é o que causara a doença fatal do seu colega.

23

A semelhança da doença fatal do seu colega, fez Samelweiss entender que eles eram veículos que levavam o material infecciosos quando examinavam as pacientes, pois vinham das salas de autopsias de dissecações direto até as enfermarias onde estavam as mulheres em trabalho de parto.

23

Logo o médico raciocinou que se estivesse certo, então a febre puerperal poderia ser prevenida pela destruição química do material infeccioso nas mãos, todos teriam que lavar suas mãos com cal clorada antes dos procedimentos.

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Em 1848 a taxa de mortalidade começou a decair em 1,27% no primeiro serviço e no segundo 1,33%.

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Um segundo exemplo é a construção do conceito de governo bonapartista que vamos lembrar de Marx em sua obra, O Dezoito Brumário. Marx conceitua o bonapartismo como a forma de governo que se dá no mundo burguês-capitalista onde o Executivo tem poder dominante em relação ao Legislativo.

25

De onde Marx retirou esse conceito? Ele construiu a partir do estudo sistemático e disciplinado dos acontecimentos políticos na França entre 1848 e 1852.

25

Primeiramente ele descreve e demonstra que o proletariado é eliminado da cena política.

25

Em seguida o parlamento francês é apagado por sucessivas eliminações de representantes políticos dos segmentos da sociedade restando apenas Bonaparte no poder.

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Karl Marx “leu” os acontecimentos que permitiu uma explicação do que foi o Bonapartismo.

26

O conhecimento surge de um esforço metodológico de investigação, se manifestando como uma forma de compreensão universal dos fatos e acontecimentos.

26

A tarefa de todos nós é sob a aparência dos fatos e dos fenômenos, descobrir a sua essência, o seu verdadeiro significado.

26

Nenhum dos investigadores simplesmente retiraram suas explicações do nada, ambos detinham de uma prévia de consulta e se debruçaram metodologicamente sobre respectivos objetos de estudos.

26

Lúcio lombardo Radice em seu livro Educazione della Mente dizia que o desenvolvimento intelectual, um patrimônio sério e significativo requer de um esforço sistemático, que constituem um trabalho, mesmo sendo um trabalho sério que amamos, de nossa escolha e que jamais deixaríamos. Existem várias exigências complexas, tudo que adquirimos não são sucessões ininterruptas de alegrias, conquistas e criações, o resultado vem com esforços do cotidiano, humilde obscuro e aborrecido.

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 Lúcio quis dizer que em qualquer trabalho desde a criação de um poema, até no trabalho de um cientista existem problemas técnicos, a necessidade de se dedicar muito tempo á aquisição de noções de conhecimento sistemático, do domínio sobre instrumentos.

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Os descobrimentos científicos resultam de uma investigação infatigável e tenaz, do aprendizado daquilo que outros fatigosamente construíram.

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Portanto produção do conhecimento exige trabalho e mais trabalho, esforços repetidamente, atenção e disciplina metodológica para obter resultados significativos, satisfação prazerosa ao investigador, como podemos observar nos exemplos exige dedicação disciplinada de uma proposta metodológicas.

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1.3 A questão de apropriação do conhecimento

Entendemos aqui, por apropriação do conhecimento pelo modo como o sujeito ser humano toma posse de um entendimento da realidade, essa apropriação não significa uma retenção de informações, sim de compreensão do mundo exterior utilizando-as.

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Entendemos assim que o homem se apropria do conhecimento de duas maneiras, a direta e a indireta.

28

A direta o sujeito se apropria cognitivamente da realidade que se dá a partir de enfrentamento direto entre o sujeito do conhecimento e o mundo exterior.

28

Um exemplo de apropriação de compreensão  a ser destacado seria a febre puerperal como vimos anteriormente que matava as mulheres no Primeiro Serviço  de Maternidade  no Hospital Geral de Viena por Semelweiss ,foi direta assim como a descoberta da penicilina por Fleming  que se apropriou de um entendimento novo da realidade salvando várias pessoas, entre outros etc.

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A indireta se apropria da realidade é a compreensão inteligível da mesma que fazemos  por meio de um entendimento já produzido por outro, essa compreensão  da realidade se dá por entendimento que os outros tiveram e nos relatam através de algum veículo de comunicação, qualquer que seja oral, escrito ,pictórico , visual , auditivo  

29

 Essa segunda forma de apropriação do conhecimento é mais utilizada no contexto escolar, especialmente quando se usa o livro como mediador entre sujeito cognoscente e a realidade.

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Através do texto, que no caso serve como “lente de interpretação da realidade”.

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O que importa na apropriação direta ou indireta do conhecimento é a interpretação da realidade.

30

O que importa conhecer não é o texto em si, mas a realidade que ele veicula. Nesse caso a realidade a ser compreendida é o próprio texto, o intermediário para essa situação seria o comentário analítico sobre o texto.

30

O pensamento do educando, não será um pensamento sobre o objeto do conhecimento, mas um discurso feito sobre o objeto.

31

A razão ornamental assemelha-se ao verbalismo. O verbalismo nada mais é que uma articulação de palavras jogadas ao vento.

31

Assim sendo, vale a pena o uso de conhecimentos já acumulados? A apropriação do conhecimento acumulado, como forma de entendimento da realidade é fundamental para o avanço de conhecimentos novos.

31

O conhecimento já acumulado é o legado cognitivo da humanidade, é a partir dele e suas lacunas que temos que avançar.

31

As apropriações diretas e indiretas do conhecimento estão inter-relacionadas e são impositivamente necessárias.

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Cabe a escola, possibilitar e criar condições para que o educando compreenda o mundo por meio dos conhecimentos e habilidades necessárias.

32

O Educando estará se preparando para preencher os quadros de recursos que uma luta pela cidadania vai exigir e também para reivindicar socialmente seus direitos.

32

Com certeza não será o “espontaneísmo” na aprendizagem que conquistaremos a compreensão da realidade e faremos o avanço do conhecimento.

32

É necessário transformar o conhecimento em consciência social como um instrumento básico na luta pela transformação.

32

1.4 Conclusão

32

Após essa reflexão, tomamos contato com três questões que envolvem a discussão do conhecimento.

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Estudamos o que ele é como iluminação da realidade, seu processo de construção e os modos de sua apropriação para compreensão da realidade.

33

Bem compreendidos e assimilados esses elementos, damos um passo fundamental para avançarmos no aprofundamento da questão do conhecimento.

...

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