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Por:   •  10/9/2013  •  1.669 Palavras (7 Páginas)  •  345 Visualizações

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Pela leitura realizada do livro “A Pedagogia da Autonomia”, de Paulo Freire, percebemos claramente a linha de pensamento deste importante educador brasileiro, pois no livro são tratadas todas as principais idéias discutidas pelo autor em suas obras anteriores. Freire inicia seu livro explicitando os principais motivos que considera para analisar a prática pedagógica do professor em relação ao desenvolvimento da autonomia de ser e de saber do educando com que trabalha.

Já em suas primeiras palavras fala da necessidade do professor em respeitar o conhecimento que seus educandos trazem para escola, por se tratar de sujeitos sócio-histórico-culturais, transformadores do seu meio. Paulo Freire defende que o professor deve valorizar esse conhecimento, e procurar desenvolvê-lo cada vez mais. Assim, o professor estará agindo eticamente na sua relação consigo mesmo e com o outro. A essa ética, Freire denomina de ética universal do ser humano e a julga como essencial para a prática docente e, ao mesmo tempo, indissociável da mesma.

A seguir, o autor passa a tratar de três grandes temáticas co-relacionadas, as quais estruturam todo o livro, subdividindo-o em três capítulos.

No primeiro capitulo, intitulado de “Não há docência sem discência”, Freire expõe “alguns saberes fundamentais à prática educativa progressista” (significa dizer uma educação voltada para o saber crítico e não passivo), que segundo ele, origina-se com o fato de o professor não ser apenas aquele que ensina, mas aquele que ensina e aprende também ao ensinar, ao professor estar aberto a apreender também com a realidade de seus educandos. Contudo, Freire destaca que para tanto é necessário que o professor tenha uma metodologia rigorosa, bem como uma consciência clara de seu papel em sala de aula. É então que o autor explica que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Logo, “quem forma se forma e re-forma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”, bem como “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Dessa forma, ele deixa claro que o ensino não depende somente do professor, e a aprendizagem não pode ser vista como algo que é exclusivamente para o educando. Em outras palavras, Paulo Freire está dizendo que "não há docência sem discência, que as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças que os caracterizam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Neste primeiro capítulo, o autor trata sobre vários aspectos do ato de ensinar na prática docente, mostrando que o professor deve ter a consciência da natureza da ética da prática educativa e de que ela é especificamente humana, e, por isso mesmo, ensinar exige rigorosidade metódica, exige pesquisa, ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, exige criticidade, exige estética e ética; ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo, exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação; ensinar exige reflexão crítica sobre a prática educativa e exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural. Todos estes conceitos são denominados por Freire como “alguns saberes fundamentais à prática educativo-crítica ou progressista” e são explicados por ele neste primeiro capítulo, de forma simples e ao mesmo tempo aprofundada. Segundo Freire o professor precisa entender que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. Este é justamente o tema tratado no segundo capítulo do livro. Aqui, o autor expõe uma concepção do pensar certo, pois segundo ele, para o educador saber que ensinar é algo muito maior do que transferir conhecimento é “fundamentalmente pensar certo”. Coloca que isto não é algo simplório e fácil, mas lembra que “sem rigorosidade metódica não há pensar certo”. Ressalta ainda que é necessário ensinar também o educando a pensar certo. Assim como no primeiro capítulo, neste o autor trata sobre vários aspectos do ato de ensinar na prática docente, os quais ele considera como saberes fundamentais ao educador. É dentro destes tópicos que o autor defende a idéia que o professor não deve transferir o seu conhecimento como um dono das verdades absolutas e inquestionáveis, mas ajudar o educando a desenvolver seu pensamento e o conhecimento, o qual ele caracteriza como inacabado, uma vez que o educador é sempre também um aprendiz, pois faz parte da natureza do docente a indagação, a busca e a pesquisa. Esse pesquisar, buscar e compreender criticamente só ocorrerá se o professor souber pensar. Para Freire, saber pensar é duvidar de suas próprias certezas, questionar suas verdades. Se o docente faz isso, terá facilidade de desenvolver em seus alunos o mesmo espírito. Freire afirma também que “é na inconclusão do ser, que se sabe como tal, que se funda a educação como processo permanente” devendo, portanto, “respeito à autonomia e à identidade do educando” exigindo-se desse modo “uma prática em tudo coerente com este saber”. É neste contexto que o autor apresenta uma concepção de aprender co-relacionado à “construir, reconstruir, constatar para mudar”, contudo, lembra que isto “não se faz sem uma abertura do espírito”. Diz ainda que o professor deve ter consciência que o ser humano é um ser condicionado, preso a uma história, uma cultura e a um tempo, por isso pode se dizer que o pensamento, vai sendo desenvolvido ao longo do tempo, e ter consciência que os educandos também estão presos às suas realidades, é necessário que eles reflitam sobre sua própria existência. O autor chama atenção para que haja um respeito pela autonomia do aluno, isto é um imperativo ético. O educador deve considerar que cada pessoa possui particularidades e pensamentos que não podem ser desconsiderados ou mesmo ridicularizados. E Paulo Freire conclui o segundo capítulo evocando para uma convicção de que a mudança é possível e retoma o item “curiosidade” como um fator instigante do saber (conhecimento) e do saber ser.

No terceiro e último capítulo, Freire trata do tema “ensinar é uma especificidade humana”. E, assim nos dois capítulos anteriores discorre sobre alguns saberes que considera fundamentais à prática docente. Inicia afirmando que “ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade”. Segundo ele,

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