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Qualidade De Vida

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Por:   •  10/11/2013  •  7.385 Palavras (30 Páginas)  •  581 Visualizações

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1. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Qualidade de vida no trabalho foi inicialmente representado pela busca de satisfação do trabalhador e pela tentativa de reduzir o esforço físico no trabalho. A partir do século XVIII e XIX, começou-se a estudar de maneira científica pelos economistas Adam Smith, Malthus e depois pelos teóricos da Administração Científica Frederick Taylor, Henri Fayol e Elton Mayo, as condições de trabalho. A expressão QVT só apareceu na literatura no início do século XX na Inglaterra. Foi na década de 60 que o movimento de melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores ganhou impulso. Foi abordado principalmente a segurança e saúde no trabalho, desenvolvimento das capacidades humanas, adequada e satisfatória e compensa pelo trabalho, integração social, entre outros. Na década de 70, a QVT também foi vista como um movimento onde o gerenciamento participativo e democracia industrial foram adotados com frequência. Na década de 80, a QVT ganhou importância como conceito global e como uma forma de enfrentar os problemas de qualidade e produtividade. Nos últimos anos houve muitas perguntas sobre o bem-estar do homem no trabalho sendo que alguns estudiosos afirmaram o duplo caráter do trabalho humano como meio onde o trabalho dá recursos ao homem para adquirir os bens necessários à vida e como finalidade em si, socializando o homem e colocando-o defronte do outro e de sim mesmo.

O termo "Qualidade de Vida no Trabalho" surgiu na década de 50 com Erich Trist estudando os sistemas sociotécnicos. A partir destes estudos as organizações deveriam ser entendidas como uma relação muito estreita entre os sistemas sociais representados pelas pessoas e os sistemas técnicos representados pela estrutura organizacional, o estilo de liderança e a tecnologia. No inicio do século, porém, as organizações estavam muito mais preocupadas com as regras, normas, estruturas e eficiência das pessoas do que com o seu bem estar físico ou psicológico. Com a evolução dos estudos na área social, as exigências das pessoas e o conhecimento das necessidades delas em relação ao trabalho, as organizações passam a investir na melhoria da Qualidade de Vida das pessoas no trabalho, cujo resultado deste investimento é um ambiente mais humanizado, e tem por objetivo, atender tanto às aspirações mais altas quanto às mais básicas, procurando encorajar o desenvolvimento das habilidades e capacidades dos trabalhadores, considerando o espaço no qual o trabalho ocupa na vida das pessoas e, por sua vez, não deve prejudicar a capacidade delas desempenharem outros papéis na sociedade.

De acordo com Rodrigues (1994, p.76), “a qualidade de vida no trabalho tem sido uma preocupação do homem desde o início de sua existência com outros títulos em outros contextos, mas sempre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem estar ao trabalhador na execução de sua tarefa”.

A qualidade total teve bastante influência para o desenvolvimento da qualidade de vida no trabalho, pois das práticas anunciadas pelo sistema de controle da qualidade total, têm-se algumas que devem ser destacadas para melhor análise da influência, tais como:

Maior participação dos funcionários nos processos de trabalho, ou seja, uma tentativa de eliminação da separação entre planejamento execução, promovida principalmente pelos sistemas tayloristas e fordistas;

Descentralização das decisões;

Redução de níveis hierárquicos;

Supervisão democrática;

Ambiente físico seguro e confortável

Além de condições de trabalho capazes de gerar satisfação;

Oportunidade de crescimento e desenvolvimento pessoal.

Estas práticas representam um esforço para a melhoria das condições de trabalho, ou seja, existe um movimento pela melhoria da qualidade de vida no trabalho na filosofia do controle da qualidade total.

Definir qualidade de vida é difícil, pois o termo tem sido utilizado de maneira aleatória e indiscriminada. O conflito está no fato de essa questão ser de cerne subjetivo, ou seja, refere-se ao indivíduo; por isso há diversos pontos de vista. É possível resumir qualidade de vida em modo de viver bem, ou bem-estar. A satisfação na esfera biológica, referente a bem-estar físico, saúde; na esfera psicológica, que diz respeito à autorrealização, autoconhecimento; e também na esfera social, que se refere à interação, à convivência com os demais indivíduos. É claro que, à medida que uma necessidade é satisfeita, logo surgem outras, o que impulsiona o ser humano a sempre buscar melhorias. É o que se chama de motivação, fator fundamental na manutenção da qualidade de vida. Como já foi citado, essa é uma questão essencialmente subjetiva, pois, o indivíduo se considerará satisfeito nesses “campos” de acordo com a realidade em que vive. E por esse motivo, uma definição plena do que é qualidade de vida torna-se complexa. Com relação à qualidade de vida no trabalho, o ser humano a busca desde que começou a trabalhar, ou seja, desde os primórdios. Prova disso é a lei das alavancas, de Arquimedes, que data da Grécia Antiga e tinha como objetivo diminuir o esforço físico de muitos trabalhadores da época. Porém, após a Revolução Industrial, cujos únicos objetivos eram a produtividade e o lucro, a qualidade de vida no trabalho era inexistente, haja vista as péssimas condições às quais os trabalhadores eram submetidos.

Entretanto, essa visão tem mudado nos últimos anos. A economia está globalizada e as empresas, cada vez mais competitivas. E se antes o foco estava no produto, hoje, o foco é a qualidade de produtos/serviços e manutenção de clientes. Para isso, faz-se necessário que as empresas passem a ter uma visão humanizada.

Embora o objetivo seja o mesmo, o lucro, os meios para obtê-lo têm se voltado cada vez mais para o homem, que é quem compõe, de fato, as organizações. Chega-se então ao fator crucial: a qualidade de vida no trabalho, que pode ser resumida, considerando as esferas já mencionadas, em satisfação proporcionada por boas condições de trabalho, físicas e psicológicas, remunerações condizentes com as funções, segurança, benefícios auferidos, relacionamento interpessoal, liberdade de decisões e exposição de ideias, entre outros itens que propiciem o bem-estar do trabalhador.

A era da alta produtividade foi deixada para trás para dar lugar à era do conhecimento, da valorização humana, na qual o capital intelectual é o mais importante para o crescimento da organização. Com o aumento

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