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Qualidade De Vida

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Por:   •  13/11/2013  •  1.932 Palavras (8 Páginas)  •  302 Visualizações

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Qualidade de Vida do Familiar Cuidador de Paciente Portador de Transtornos Mentais

Resumo

O objetivo deste trabalho é conhecer a sobrecarga das famílias cuidadoras dos portadores de transtornos mentais e suas adaptações frente ao inesperado. Este é um trabalho de revisão bibliográfica da literatura por meio de publicações, descritiva de problemáticas enfrentadas pelos familiares cuidadores. Onde serão abordados alguns aspectos como: a sobrecarga financeira, por não poder exercer uma atividade rentável e relacionada aos gastos com medicamentos, a sobrecarga do cuidado, pois este fica sob responsabilidade de uma pessoa, a sobre carga física e emocional representada pela tensão e nervosismo. Qual é a qualidade de vida destes familiares, as redes de apoio e o suporte. Os resultados apontam as dificuldades de manejo da família em situações de crise, a culpa pela doença, a solidão e o desamparo, quando do aparecimento dos primeiros sintomas, os sentimentos, como medo, a tristeza, a vergonha e a raiva, assim como, o afeto e o cuidado presente. Conclui-que o suporte de informações para os familiares amenizaria o sentimento de culpa diminuindo em grande parte o sofrimento dos familiares, assim como, a necessidade de a família ser coparticipe do tratamento e da reabilitação.

Saúde, Familiar, Transtornos Mentais.

Introdução

Com o processo de desinstitucionalização do portador de transtornos mentais para o serviços de saúde, CAPS, os Hospitais-dia e os Residenciais Terapêuticos, os sujeitos que antes viviam enclausurados nos hospitais psiquiátricos, agora podem contar com um tratamento mais próximo de seus familiares e da comunidade onde vivem.

Porém, nossas sociedades bem como as famílias estão pouco preparadas e amparadas, para acolher o portador de sofrimento psíquico, havendo ainda uma lacuna entre o cuidado que se tem e o cuidado que se almeja ter em saúde mental. Por outro lado, muitos são os esforços empreendidos pelos serviços e pelos profissionais da saúde na busca por reverter a lógica de atenção à saúde mental arraigada na nossa cultura, em que prevaleceu por muitos anos, a exclusão e o preconceito.

“A família é o primeiro sujeito que referencia e totaliza a proteção e a socialização dos indivíduos”

Apesar dos possíveis conflitos, a família, no entanto, é única em seu predominante desenvolvimento da sociabilidade, da afetividade e do bem-estar físico dos seres, sobretudo,

durante a infância e a adolescência. Não se pode desvincular o indivíduo do meio em que vive, uma vez que a família, como grupo previne, tolera e corrige problemas de saúde. Desse modo, não se pode separar a doença do contexto familiar, e por ser um elemento tão imprescindível, a família deve ser compreendida como uma aliada da equipe de saúde, atuando como um recurso na promoção do conforto, para o paciente adquirir confiança e assim, investir na sua recuperação.

À medida que ocorrem recaídas no quadro psicopatológico do portador de transtorno mental, algumas famílias vão aprendendo a manejar suas próprias dificuldades, praticamente pelo ensaio e erro. Também aprendendo a manejar alguns sintomas do portador de transtorno mental, tal como a agressividade, outras famílias ainda conseguem prever o início de uma crise psiquiátrica à medida que a enfermidade se estabiliza.

A família é atingida profundamente pelo sofrimento, sentimento que perpassa o seu viver em todos os níveis, tornando-se o companheiro de todas as horas, ao longo da trajetória da doença do familiar.

O sofrimento manifesta-se de diferentes formas e intensidades, deixando marcas profundas na vida da família. O primeiro impacto é experiênciado por ocasião do diagnostico. Que por muitas vezes demanda tempo até ser preciso, a falta de esclarecimentos e informações por parte do sistema de saúde que fornece respostas definitivas sobre a causa e o prognóstico da doença.

Os sentimentos de sofrimento e insegurança são companheiros constantes em todas as etapas do tratamento, e na perspectiva acerca do futuro.

O sofrimento e dor levam a família a assumir, como um ser autêntico, esta realidade existencial.

Quando o elo de união familiar se traduz em afeto e solidariedade, os vínculos familiares são reforçados, conferindo energia para enfrentar a caminhada imposta pela doença.

Ao assumir o cuidado do doente podem emergir sentimentos e emoções latentes, provocando desequilíbrio e sofrimento. A partir daí, surge uma nova dinâmica no modo de ser da família, e ela adquire forças para aceitar e ajudar seu familiar portador, aprendendo a conviver com a doença.

A família desenvolve estratégia e possui uma maneira peculiar de cuidar que, ás vezes, não se constitui na melhor forma, mas é a maneira como ela se articulou para conseguir viver, uma vez que cuidar do portador de transtorno mental não é tarefa fácil, principalmente no quadro avançado de cronificação.

Com a agudização da sintomatologia clínica, a família vivencia um processo de intenso sofrimento e, por vezes de desespero, agravados pelas dificuldades que surgem no transcorres desta trajetória como consequência da doença, tais como: sentimento de impotência e o adiantamento de planos e expectativas referente à vida pessoal o que abala e afeta, profundamente, o universo familiar.

Desse modo, a pessoa responsável pelo cuidado passa a organizar sua vida em torno da doença e as suas necessidades pessoais são passadas para o segundo plano.

A convivência com o sofrimento psíquico é percebido pela família como difícil, pois muitas vezes não sabe como agir frente aos comportamentos adotados pelo familiar com transtorno mental.

Cuidar de um familiar que sofre psiquicamente envolve uma relação que, por vezes, assemelha-se à relação estabelecida com crianças, sustentada por uma atitude de tolerância e paciência. O familiar responsável pelo cuidado demonstra preocupação e vigília quanto à administração correta dos psicofármacos, tomando para si a responsabilidade de atentar para os horários e a dosagem dos medicamentos, pois tem medo do uso inadequado que o portador de sofrimento psíquico possa fazer do mesmo, colocando sua vida em risco.

O cuidado prestado pela família visa preservar a vida de seus

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