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Resenha: História da Educação de Surdos

Por:   •  23/1/2018  •  Resenha  •  1.285 Palavras (6 Páginas)  •  2.011 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE GEOGRAFIA E CARTOGRAFIA

GONÇALVES, Arlete Marinho. História da Educação de Surdos  Belém, PA. p10-p38.

Rafael de Oliveira Castro Rodrigues ²

RESENHA

A autora começa sua obra mostrando que as identidade das pessoas Surdas no mundo foi constituída baseada em um histórico de exclusão que se mostra presente desde a Idade Antiga. Essa exclusão foi marcada pelo preconceito, estereótipos e estigmatização acerca dessas pessoas.

A partir disso, apresenta-se o histórico da escolarização dessa parcela da população ao redor do mundo.

Iniciando sua explanação pelo continente europeu, a autora mostra que alguns profissionais, como médicos, educadores e fonoaudiólogos, tiveram grande importância na formação da identidade das pessoas surdas. Por muitos anos essas pessoas foram renegadas ou abandonadas pela família e pela sociedade. Muitas vezes a própria Igreja inflamava o processo de exclusão das pessoas surdas assim como ciganos e outros grupo.

1 Resenha apresentada à disciplina de Libras, ministrada pelo Prof. Dra. Arlete Marinho Gonçalves.

2 Discente do curso de Bacharelado em Geografia pela Universidade Federal do Pará, portando número de matrícula 201408440024. E-mail: oliveiracrodrigues@gmail.com.

Após um período de tempo, a Igreja começa a olhar essa parcela da sociedade com compaixão, “explicando” sua existência como sendo um instrumento de Deus para que os humanos fizessem caridade e para alertar sobre comportamentos julgados como adequados. Isso faz com que os Surdos passem a ser vistos como “coitadinhos” ou “ameaça”.

Somente na Idade Moderna os Surdos tiveram acesso à escolarização, assim como à leitura e escrita. A partir disso, a autora apresenta um quadro onde sintetiza os intelectuais e as metodologias utilizadas pelos mesmos para trabalhar na escolarização dos Surdos.

Dentre esses pensadores, chama-se atenção para as contribuições de L’Epeé que teve um papel fundamental na valorização da língua sinalizada dos Surdos. Ele criou uma linguagem internacional para que houvesse a inserção das pessoas surdas na sociedade. Isso levou, em 1971, na França, a promulgação de uma lei que reconhecia às pessoas surdas os mesmos direitos garantidos ao restante da sociedade. Nesse contexto, houve a difusão de ideias para criação de escolas para pessoas Surdas na Europa.

Ocorreu, em 1815, um encontro sobre metodologias para Surdos na Inglaterra que despertou, que despertou interesse em levar esses aprendizados sobre os gestos para as américas.

A partir do avanço da medicina e das técnicas de cirurgias auditivas, profissionais passaram a se preocupar com a fala dos Surdos. Assim nascem os estudos sobre aparelhos receptores de sons. Assim, chegaram à conclusão que existiam diferentes níveis de surdez e que as escolas para surdos deveriam separar seus alunos em turmas por grau de audição ainda restante. Nesse ponto a história da população surda muda de momento, agora focado na integração dessa população.

Assim, o oralismo é a denominação dada às abordagens que incentivam a fala e a amplificação auditiva que rejeitam o uso da língua gestual. Todavia, experiências negativas que tentaram chegar à cura da surdez também se fizeram presentes na época. Experimentos com eletricidade, sanguessugas etc. tornaram os tratamentos extremamente dolorosos e nocivos, além de ineficazes. A partir disso, surge a discussão da melhor forma de se educar alunos Surdos. Métodos orais, de fonoaudiologia e de leitura labial foram experimentados e aperfeiçoados. Isso levou a um ponto em comum que foi extremamente decisivo na inserção das pessoas surdas na educação: a adoção de métodos orais articulados com gestos. Porém, nem tudo foi positivo para as pessoas Surdas nesse período. No segundo Congresso Internacional de Surdos, um presidente inimigo da linguagem gestual foi eleito. Já no seu discurso de posse ele diminuiu os sinais mímicos e defendeu o oralismo. Já no século XX, o primeiro presidente da Associação Nacional do Surdo, Robert McGregor, se opôs a esses atos de inferiorização da língua manual e das marginalizações das quais os Surdos eram vítimas constantes. Um descontentamento dessa parcela da sociedade naquele contexto era referente a sua falta de representatividade no Congresso que discutia justamente sobre a condição deles. Ironicamente, quem decidia o futuro da língua dos Surdos não era nenhum Surdo, e sim pessoas externas a essa realidade.

No contexto brasileiro, a escolarização dessa população sofreu influência europeia e norte-americana. Se inicia com a vinda do educador francês Ernest Huet, que era Surdo. Veio a pedido de D. Pedro II, que objetivava trazer novas técnicas para alunos Surdos filhos de membros da nobreza. O Instituto Nacional de Surdos-Mudos foi criado em 1857, decorrente dessa relação. Huet não era adepto do método oralista. Trouxe experiências do gestualismo, que mais tarde ficou conhecida como Libras no Brasil. Apesar disso, em alguns casos, o método oralista foi empregado, principalmente em tratamentos onde o indivíduo ainda tinha resíduos auditivos, mas com cautela.

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