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Resenha Livro Pedagogia da Autonomia

Por:   •  25/8/2019  •  Resenha  •  1.072 Palavras (5 Páginas)  •  322 Visualizações

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RESENHA DO LIVRO:

“Pedagogia da Autonomia. Saberes Necessários à Prática Educativa” – Paulo Freire.

Em “Pedagogia da Autonomia”, Paulo Freire discute os saberes necessários para uma prática educativa progressista, perpassando diversas discussões sobre ética, curiosidade e outros preceitos fundamentais a uma educação verdadeiramente crítica. Assim sendo, Freire divide sua obra em três capítulos que englobam, em sentido geral, os princípios fundamentais à docência. Ressalta que tais ideais são essenciais aos educadores progressistas, mas alguns são básicos até mesmo à docentes conservadores. Além disso, destaca que sua fala não é, em momento algum, imparcial.

No primeiro capítulo, intitulado “Não há docência sem discência”, o autor traz à tona reflexões sobre a impossibilidade de ensinar sem aprender. Para formar alunos críticos e autônomos, é necessário que o educador crie possibilidades para que os mesmos produzam e construam seus conhecimentos ao lado do docente. Para tanto, é necessário que o educador transforme a curiosidade de senso comum que os alunos já possuem em uma curiosidade epistemológica. Ou seja, cabe a ele reforçar a criatividade e a rebeldia dos alunos para que aprendam não a repetir o que lhes foi dito, mas a questionar e pensar sobre os assuntos de maneira metódica e científica.

Para incentivar esse ‘pensar certo’ em seus alunos, o professor precisa também ‘pensar certo’ e ser sujeito de sua própria aprendizagem. Ele deve ser um exemplo a ser seguido pelos educandos. Isso demanda do educador muita ética e respeito pelos saberes que seus alunos trazem de sua casa, mas também a criticidade para levá-los além. É fundamental essa construção ser dialógica e baseada no respeito, sem quaisquer tipos de discriminação.

Para o professor, esse ensino exige reflexão crítica permanente sobre sua prática docente. Exige, também, que tanto o educador quanto os educandos se reconheçam enquanto seres sociais e históricos, pensantes e transformadores que podem intervir na sua realidade e, acima de tudo, curiosos o bastante para ‘pensarem certo’, ou seja, de forma crítica. O ensino e a aprendizagem, portanto, nunca vêm de um lugar neutro; a neutralidade não existe, já que nenhum ser humano é esvaziado de conflitos ou dono de uma verdade destacada de suas próprias ideologias e inserções culturais e sociais.

O segundo capítulo da obra trata do tema “Ensinar não é transferir conhecimentos”, o qual expande o conceito de que o ensino proposto por Freire vai muito além de treinar e memorizar. Formar educandos exige curiosidade, criticidade e a percepção de que somos sempre inacabados, mas que devemos fomentar a esperança e a possibilidade de mudança. Ao mesmo tempo, sempre temos que reconhecer nossos condicionamentos, que não são de forma alguma algo determinado que não podemos repensar, mas que são parte de nós enquanto seres humanos. Como educadores, é fundamental ir além de discursos conformistas e derrotistas que destroem a curiosidade.

Para os docentes outro ponto fundamental deste capítulo é o respeito à identidade e aos saberes que o educando traz consigo, bem como o respeito ético à sua autonomia. A um só tempo, professores extremamente autoritários ou permissivos também ferem a ética profissional. É necessário ter um bom equilíbrio entre a autoridade e a liberdade.

Outros valores necessários ao bom educador progressista incluem: humildade, tolerância, esperança, alegria, convicção de que a mudança é possível, curiosidade, postura dialógica, abertura à debate de ideias. Ele nunca pode se isentar de sua responsabilidade de reconhecer suas próprias ideologias e de demonstrá-las sem impô-las aos educandos, isso é, respeitar a autonomia deles para escolher suas próprias ideologias.

No capítulo três, Freire discute que “Ensinar é uma especificidade humana”. É necessário ao professor que busca formar educandos críticos e pensantes firmeza e segurança em suas convicções e decisões, sem desrespeitar as liberdades e sem se fechar a possibilidade de se rever. Ensinar exige, também, competência profissional sem silenciamento do outro. Demanda generosidade sem omissão. Não é possível,

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