Resenha - O que é conhecimento?

O objetivo central do texto é apresentar os principais aspectos da epistemologia - reflexão geral em torno da natureza, etapas, limites e etapas do conhecimento humano -. Dividido em sete partes, o autor discute introdutoriamente os tipos de conhecimento e as condições necessárias e suficientes. Em outro momento, o autor apresenta três requisitos para o conhecimento: A crença, a verdade e a justificação.  Finalmente, no último momento, enfoca na teoria CVJ e seus contraexemplos.

Na primeira parte, intitulada “Tipos de conhecimento”, SOBER (2008) analisa o que é conhecimento e os três sentidos desse conceito, que para ele são: Conhecimento proporcional, conhecimento por contato e conhecimento por aptidões.

O conhecimento proporcional, no qual temos proposições que sempre afirmam ou negam algum fato. Um tipo particular de sentença que tem como objetivo afirmar ou negar um predicado de sujeito. Outro sentido é o de conhecimento por contato, diferentemente do proporcional, tem como objeto de conhecimento uma pessoa e não uma proposição. Refere-se ao saber de estar na presença de uma pessoa. Por último, temos o conhecimento por aptidões que é adquirido nas ações, o “saber fazer”, baseado na empiria de Aristóteles.

O autor, porém, utiliza apenas o conhecimento proposicional para continuar a construir seu texto.

Na segunda parte, intitulada “Condições necessárias e suficientes”, o autor aborda a definição de conceitos e deixa claro que “uma definição é uma generalização” (SOBER, 2008, p. 2, grifo nosso). Ao definir, se especifica as condições necessárias e suficientes de conceito.  Dois tipos de erros podem acontecer em uma definição: ser muito abrangente ou muito restritiva.

Na terceira e segunda partes do texto – “Dois requisitos para o conhecimento: Crença e verdade” e “Terceiro requisito: Justificação” – o autor aborda os três requisitos para o conhecimento: A crença, a verdade e a justificação.

A crença é o estado psicológico em que um indivíduo detém e sustenta uma opinião, uma proposição, uma convicção, uma pretensão de verdade. A verdade se justifica como uma correspondência entre aquilo que uma proposição afirma ou nega sobre um sujeito e aquilo que tal sujeito realmente é, isto é, aquilo que ocorre na realidade exterior. De acordo com SOBER (2008) o conhecimento tem elementos objetivos ( a verdade da proposição independente da mente do sujeito) e elementos subjetivos (a crença do sujeito que enuncia a proposição). Isto é, o conhecimento requer tanto um elemento subjetivo, como um elemento objetivo. Para que alguém tenha conhecimento de que uma proposição é verdadeira, este alguém tem que acreditar que proposição é verdadeira (CRENÇA) e a proposição tem que corresponder com a realidade externa (VERDADE).

A justificação, terceiro requisito apresentado, é explicada, pois o conhecimento requer uma justificação racional com dados de apoio. É necessário um conjunto de proposições ou premissas das quais se extrai uma conclusão usada para aprovar ou refutar uma conclusão. A abordagem escolhida pelo autor é feita de maneira superficial e insuficiente e conceitos como argumento dedutivo, indutivo e abdutivo são deixados sem explicação própria.

Em seguida, o autor aborda de modo sucinto a teoria CVJ, que afirma que ter conhecimento é resultado de crenças verdadeiras justificadas. Porém, logo após, SOBER (2008) cita o filósofo Edmund Gettier e seus contraexemplos, que se comprovados, dementem a teoria CVJ.