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Resenha sobre Montesquieu

Por:   •  28/4/2019  •  Resenha  •  1.355 Palavras (6 Páginas)  •  189 Visualizações

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         A obra As Etapas do Pensamento Sociológico escrita pelo Frances  Raymond Aron e publicada em 1967, faz por meio sistemático um apanhado geral de significativos nomes e conceitos sociológicos, o mesmo faz conexões  entre diferentes sociólogos combinando definições, termos e uma explicação completa de conceitos relevantes. Logo, obra se inicia com Charles-Louis de Secondat, ou simplesmente  Barão de Montesquieu. Apesar de o mesmo não ser considerado um dos fundadores da sociologia Aron retrata sua importância para a sociologia. Assim, definir Montesquieu não foi uma tarefa fácil para Aron uma vez que o mesmo é multifuncional, suas habilidades vão de jurista a quase romancista, isso poderia explicar a amplitude de suas obras, principalmente no que se refere a coleção “O espírito das leis”. Por isso, fazer um apanhado sobre seus conceitos significam mergulhar nos primórdios da sociologia.

         A principal fonte de Aron em relação a Montesquieu foi o plano de “O Espírito das Leis” o mesmo pode ser dividido em algumas partes sendo a primeira parte os treze livros iniciais que desenvolvem a teoria do bem e definições de governo, que mais tarde autodenominaríamos de sociologia política, a segunda parte é eminente a natureza e sua influência sobre o gênero humano, sendo analisados dois principais conceitos solo e clima, por conseguinte vemos a terceira parte que é a atuação do comércio, número de habitantes, moedas e até mesmo religião no que abrange as categorias leis e costumes do homem. Dessa forma, conjunto da obra pode ser classificado como a composição de dois modos de ponderar a humanidade, duas formas de olhar a existência.

Preliminarmente Aron aponta que Montesquieu tinha como desígnio básico, torna a história inteligível, ou seja, seu desejo era compreender o percurso da história. Desse modo, a sua busca era colocar ordem onde não havia, tal processo é próprio da sociologia e a partir dessa busca que muitas contribuições foram feitas para a formação do pensamento sociológico. Aron usa essa característica para fazer um paradoxo, entre duas palavras “diversidade” e “ordem” fazendo uma análise das mesmas dentro do conjunto da obra, levando ao leito a outro sentido literal. Assim, Aron chega a ideia de que é necessário analisar os acidentes e acasos e tentar buscar sua origem real. A diversidade tem uma ordem, assim a ordem tem uma diversidade e ainda acrescenta a afirmação de que é “possível organizar a diversidade em hábitos”. Assim compreendemos que apesar de supostamente diferentes os conceitos se interligam e contribui para ordem natural das coisas que pode ser explicado pela sociologia.

Outro conceito abordado são as modalidades de governo, sendo o primeiro a república que tem como principio a virtude, Montesquieu descreve que a república apenas tem progresso à medida que seus habitantes são virtuosos, o autêntico, governo republicano segundo o mesmo é aquele que o povo tem poder soberano, em seguida vemos a abordagem da monarquia sendo seu princípio a honra, nesse modelo de governo apenas um governa, mas há leis deliberadas, o que em tese protege o interesse do povo e por último temos o despotismo, onde assim como a monarquia apenas um governa, porém, existe a ausência de leis e o seu princípio é o medo, o autor considera que  o despotismo seja inevitável em uma monarquia a parti de do momento que a mesma se torna grande em território.

Aron faz uma ligação de ideias  e parte do ponto central do Pensamento de Montesquieu e fazendo a distinção entre os governos moderados e não moderados, usando como base a constituição da Inglaterra e faz a seguinte observação que embora os governos tenham ações e virtudes dessemelhantes o objetivo principal é o mesmo, ou seja, a permanecia no poder, Aron também faz considerações de estudos de Montesquieu sobre as formas de poder e acaba atribuindo um terceiro poder que está interligado ao legislativo e executivo, esse poder seria o de julgar e embora exerça grande influência não está representado por nenhuma profissão ou instituição apenas ao senso critico individual. E coerente apontar que Montesquieu fazia afirmações   sobre o equilíbrio de poder social e liberdade na perspectiva de uma sociedade aristocrática, afirmando que o bom governo era os moderados e os mesmo só teriam esse atributo ao serem reprimido.

A exploração da sociologia política de Montesquieu oportuniza desenvolver as fundamentais questões da sociologia geral. A explicação do comportamento social através do meio de governo é um grande avanço sociológico seguido pelo estudo do meio geográfico para explicar as ações humanas. Então depois de passar por causas políticas e físicas o estudo começa a tomar parte das causas sociais, sendo analisado da perspectiva econômica da vida coletiva e também analisando os meios de produção e por fim investigando a influência da religião. Assim, então temos varias formas de análise da sociedade podendo ser elas físicas ou morais.

Outra dimensão da obra apresentada por Aron é a relação entre leis costumes e hábitos no processo sociológico, sendo a primeira distinção, que diferente das leis os costumes e hábitos foram estabelecidos culturalmente. Desse modo, enquanto as leis censuram o cidadão de uma região delimitada geopoliticamente,   os costumes por vezes (remete) a todo o ser homem, outra forma de distinção apresentada é de que enquanto os hábitos estão ligados ao  interior, os costumes estão ligados ao exterior, ao que a sociedade representa, aquilo que é socialmente transferido.

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