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TECNOLOGIAS DIGITAIS NAS ESCOLAS DO CAMPO, POTENCIALIDADES E DESAFIOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Por:   •  20/5/2022  •  Artigo  •  4.944 Palavras (20 Páginas)  •  203 Visualizações

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TECNOLOGIAS DIGITAIS NAS ESCOLAS DO CAMPO, POTENCIALIDADES E DESAFIOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Bartolomeu dos Santos Costa[1]

Rafaella Christiane Andrade[2]

Carolina Pereira Aranha[3]

 

Resumo  

As tecnologias da informação e comunicação (TICs) tornaram-se indispensáveis na vida dos indivíduos. Na educação não é diferente, no entanto, a falta de acesso à internet e/ou equipamentos necessários na rede pública de ensino, dentre outros fatores dificulta seu uso enquanto ferramenta pedagógica. Mesmo assim, é possível encontrar publicações que versam sobre experiências com as TICs em sala de aula no meio urbano. Nos perguntamos assim, sobre tais experiências empreendidas em escolas do campo, tendo em vista suas especificidades e falta de acesso mais acentuada. Por isso, nesse trabalho apresentamos uma revisão sistemática, para a identificar e caracterizar experiências que abordam práticas educacionais com o uso de tics/tidics na educação básica no campo publicadas entre 2008 a 2020 em forma de artigo, trabalhos completos publicados em anais de eventos científicos, TCC de programas de pós-graduação lato sensu e capítulos de livro, disponíveis na Revista Brasileira de Educação do Campo e no Google Acadêmico. Notamos a partir deste trabalho que tais experiências reforçam as potencialidades do uso das TICs/TIDICs nas escolas do campo, principalmente no que se refere ao trabalho inter e multidisciplinar e à inclusão digital, ao mesmo tempo que evidenciam ainda mais os desafios que vão desde a resistência dos envolvidos à falta ou dificuldade de acesso, em especial à internet.

Palavras-chave: Educação do Campo; TICs; TIDICs; Educação Básica; Experiências.

Abstract

Information and communication technologies (TICs) have become indispensable in the lives of individuals. In education it is no different, however, the lack of access to the internet and / or necessary equipment in the public school system, among other factors, makes it difficult to use as a pedagogical tool. Even so, it is possible to find publications that deal with experiences with TICs in the classroom in the urban environment. Thus, we ask ourselves about such experiences undertaken in rural schools, in view of their specificities and more accentuated lack of access. Therefore, in this work we present a systematic review, to identify and characterize experiences that aproach educational practices with the use of TICs/TIDICs in basic education  published between 2008 to 2020 in the form of an article, complete works published in annals of scientific events , TCC of lato sensu graduate programs and book chapters, available at Revista Brasileira de Educação do Campo and Google Scholar. We note from this work that such experiences reinforce the potential of the use of TIC / TIDICs in rural schools, especially with regard to inter and multidisciplinary work and digital inclusion, while also highlighting the challenges that range from the resistance of those involved to the lack or difficulty of access, especially to the internet.

Keywords: Rural Education; TICs; TIDCs; Basic Education; Experience.

INTRODUÇÃO

As mais de duas décadas o Brasil já reconhece a relevância da inserção das TICs nos processos de ensino aprendizagem em seus documentos oficiais relacionados à Educação, reconhecimento esse evidenciado pela implementação de programas que buscaram fomentar tal inserção, como o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO), criado em 1997 e o Programa Um Computador por Aluno (PROUCA), lançado em 2012.

É inegável a presença crescente das TICs na sociedade contemporânea, assim como a necessidade de que estas componham o processo de ensino-aprendizagem. No entanto, o acesso às tecnologias da informação e comunicação no Brasil não é igualitário.

Em 2014 foi instituída uma lei que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no país, a Lei 12.965/14, a qual estabelece dentre outras coisas que o:

[...] uso da internet no Brasil tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão, bem como: I - o reconhecimento da escala mundial da rede; II - os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da cidadania em meios digitais; III - a pluralidade e a diversidade; IV - a abertura e a colaboração; V - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e [...] o uso da internet no Brasil tem por objetivo a promoção: I - do direito de acesso à internet a todos; II - do acesso à informação, ao conhecimento e à participação na vida cultural e na condução dos assuntos públicos [...] (BRASIL, 2014, grifo nosso).

Mesmo assim, o direito de acesso à internet a todos(as) e consequentemente o exercício da cidadania em meios digitais ainda não configura a realidade do país, que possui significativas diferenças de acesso à internet por regiões,, sendo a região sudeste aquela que possui o maior percentual de acesso que corresponde à (73%), seguida da região sul com 69%, e da região centro-oeste com 64%, em seguida a região norte com 63% e por último, a região nordeste com 57% dos domicílios conectados (CETIC.br, 2018). 

Quanto o acesso aos aparelhos/equipamentos digitais o cenário de desigualdade se repete, de modo que as regiões norte e nordeste ocupam os últimos lugares, com 19% e 17% de acesso, respectivamente (BEZERRA, 2020, p. 6). E, apesar de termos tido um crescimento no número de domicílios com computador, entre 2005 e 2015, este percentual vem caindo, tendo chegado somente a 42% em 2019 (BEZERRA, 2020, p.6).

Os tablets e notebooks seguem a mesma linha, sendo possível notar diferença quando nos referimos aos smartphones, de modo que, apesar das regiões norte e nordeste ainda possuírem os menores percentuais, a diferença entre as regiões é sutil em comparação aos dados citados acima, chegando nessas duas regiões, respectivamente a 90% e 88% (CETIC.br, 2018).

Evidencia-se, portanto, a urgência da democratização digital, precipuamente, pela necessidade e demanda na área da educação, na qual há uma evidente desigualdade tanto no meio urbano como, e, sobretudo, no meio rural, ou seja, nas escolas do campo.

Apesar da falta de acesso tanto à internet quanto aos aparelhos/equipamentos, escolas do campo empreendem experiências que exploram tais ferramentas no ambiente escolar, buscando, além do fomento da inclusão digital, direito de todos(as), um processo de ensino aprendizagem conectado com o mundo sem deixar de lado as especificidades defendidas e requeridas pelo Movimento da Educação do Campo.

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