Vigilancia sanitaria

1. APRESENTAÇÃO

O presente trabalho se constitui parte do processo de avaliação do curso de Especialização em Gestão de Vigilância Sanitária fruto de uma parceria firmada entre o Ministério da Saúde e o IEP/Hospital Sírio Libanês com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) e da Fundação Dom Cabral (FDC).

Trata-se de uma reflexão de todo processo de construção/aprendizagem, desenvolvidos ao longo de dez meses, partindo do pressuposto do novo método de metodologia ativa, através de aprendizado baseado em problemas (PBL) e aprendizado baseado em equipe TBL, tendo com referencial as observações, construções, discussões, troca de experiências e pesquisas teóricas durante todo esse processo.

2. INTRODUÇÃO

Fui informada sobre o curso de especialização em Gestão em Vigilância Sanitária do IEP-HSL por uma colega de trabalho e decidi me inscrever porque como atual gestora da Vigilância e Proteção a Saúde do município de Simões Filho, sentia a necessidade imperiosa de aprofundamento no conhecimento específico nessa área.

Como sempre fui apaixonada por Saúde Pública, me identificando de imediato com a Vigilância Epidemiológica, busquei aprofundar meus conhecimentos nessa área, cursando Especialização em Pneumologia Sanitária, (com enfoque no programa de tuberculose - Fundação Hélio Fraga-RJ), Especialização em Saúde Pública, sendo membro do primeiro curso da Bahia pela Faculdade São Camilo (sempre com foco em Vigilância epidemiológica) e Curso de Extensão em Gestão de Serviços Públicos pela UFBA. Possuo também várias capacitações em imunização, rede de frio, eventos adversos pós-vacinal, Curso Básico em Vigilância Epidemiológica, dentre outros.

Fui convocada, através de contato telefônico pela facilitadora, em 16 de Setembro de 2013, após duas semanas do início do curso, sentindo certo desapontamento, pelo fato de não ter sido convocada em primeira instância.

Quando iniciei o curso com o processo já iniciado, não fui informada sobre a metodologia do curso e tive que conviver certo período com essa falta de informação, demorando um tempo para me sentir confortável e adaptada ao mesmo. Termos como Metodologia Ativa, TBL, AAD, EAD, Portfólio, OT, SP, projeto aplicativo, narrativas, viagem eram completamente desconhecidos e aumentava ainda mais minhas dúvidas e angústias com relação ao curso.

Como todos esses conceitos me tornariam ao final do curso uma gestora em Vigilância Sanitária?

Nunca havia feito um curso à distância, como também a metodologia ativa foi algo novo e tive muitas dificuldades em me adaptar a esse novo método de ensino. Abandonar os velhos conceitos, com textos prontos, onde o professor/especialista é o detentor do saber, do conhecimento e incorporar um novo processo de construção/ conhecimento, baseado num processo de ensino – aprendizagem em que o aluno vai construindo e desconstruindo seus conceitos foi um desafio bastante desafiador e proveitoso.

A falta de conhecimento e adaptação a nova metodologia do curso; excesso de trabalho, responsabilidade e cobrança no atual cargo que exerço aliado ao momento pessoal (problemas de saúde minha e meus pais) me fizeram pensar em abandonar o curso por diversas vezes. Confesso que passei por um conflito interior muito grande, não conseguia me concentrar, acompanhar e me dedicar ao curso da forma como desejava e sou comprometida com tudo que faço; e sendo recomendada por médicos de que deveria abandonar porque não teria condições emocionais para concluir o curso, e que esse conflito interno só iria agravar meu problema de saúde.

Nesse sentido, foi fundamental o apoio, incentivo de algumas colegas do grupo afinidade e colegas de trabalho, para que persistisse no curso, mesmo com todas as dificuldades e problemas que hora atravessava, decidi ir tentando até quando fosse possível, já que os momentos de encontro com o grupo afinidade eram sempre muito ricos em troca de experiência, prazerosos e alegres.

3. DESENVOLVIMENTO DO APRENDIZADO

Por viver em busca constante da excelência em saúde, este novo conceito de ensino em metodologia ativa foi bastante estimulante, pois me proporcionou uma reflexão crítica sobre a experiência, me favoreceu uma maior retenção de conhecimento; uma aprendizagem profunda e não superficial; estimulou-me a utilização dos conhecimentos e experiências prévios; e um novo olhar em cada campo, não apenas nos fundamentos científicos e nos métodos da prática, mas nas relações profissionais com o público e com o Estado.

A pesquisa sobre o processo de trabalho da Vigilância Sanitária me proporcionou fazer um diagnostico da VISA municipal, sendo constatados alguns avanços, por pura iniciativa dos profissionais, apesar da falta de priorização da mesma pelos gestores.

Com relação à estrutura da Vigilância Sanitária, o município possui Código sanitário, Termo Administrativo para aplicar a Legislação Sanitária, a Lei municipal que cria a VISA, veículo para uso exclusivo, RH capacitado, existência do Código Sanitário, existência de uma gratificação para fiscal, gerente e coordenação. Nos quesitos equipamentos, recursos humanos de nível superior, infra-estrutura de suporte para fiscalização necessário se faz investimento e implementação desses itens.

Quanto ao processo de trabalho da VISA, apesar de todas as dificuldades, as vigilâncias sanitária, epidemiológica e do programa de zoonoses têm uma boa comunicação, articulação e estão sempre realizando ações conjuntas, como exemplo em investigações de surto de DTA, em atendimento a queixas e demandas do MP e da comunidade. Faz-se necessário ainda, uma maior integração com os outros programas, em especial com o de Saúde do Trabalhador, para uma ação conjunta em empresas e Indústrias.

Existe planejamento das ações incluídas no Plano Municipal de Saúde, SISPCTO, PPI, boa articulação com a Vigilância Sanitária Estadual, boa comunicação e articulação com outras Secretarias (Finanças, SESP, Infra Estrutura, Meio Ambiente, prioritariamente), Ministério Público; e em fase de implantação a informatização dos processos de trabalho e uso de cadastros informatizados de estabelecimentos, com a criação de um sistema único integrando a VISA municipal, Secretaria de Finanças, Meio Ambiente e Secretaria de Infra Estrutura. Ainda em fase de negociação a aplicação dos recursos advindos das taxas e multas em conta especifica da VISA.

O