A Construção Textual

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O sentido e significado de tudo ao nosso redor é algo pessoal, cada indivíduo possui sua forma de enxergar o mundo e interpretar as situações, não é diferente com os significados das palavras, cada pessoa atribui sua concepção e estando certo ou errado, este pensamento percorre por toda sua existência. Isso acontece com o termo Cultura, cada pessoa tem sua percepção a respeito, segundo DAOLIO, J. (2005) ao termo é atribuído diversos significados, essas diferenciações já são formas de representar as culturas existentes, cada indivíduo se expressa de acordo com o que vive.

As diversidades culturais passaram a fazer parte do cotidiano, nos deparamos com culinárias diferentes, religiões de todos os tipos, os indivíduos se diferenciam uns dos outros de acordo com o seus costumes, convivência familiar e com a sociedade em que vive, crescemos com esses costumes e na necessidade de habitar em outro local, interferimos na cultura desse novo lugar e também somos interferidos.

Esse contexto sociocultural nos permitiu conhecer as Artes Marciais, segundo PEREIRA, R.G.A. (2015) o homem lutava com o intuito de sobreviver, participava das guerras e ia para matar ou para ser morto, caçavam animais de grande porte e também se divertiam através das lutas. Essa prática passou a fazer parte do contexto cultural daqueles homens, o autor relata que a primeira tentativa de sistematizar as lutas foram na Índia e na China, as regiões orientais carregavam essa característica de mestres das artes marciais, os guerreiros utilizavam também espadas de todos os tipos. Após um tempo, proibiram o uso de espadas e outras modalidades foram existindo, de curto, médio e longo alcance. De acordo com AGUIAR, J.O. (2009) as artes marciais possuíam ligação com a religião Budista, nos mosteiros eram realizados meditações e os mestres aprimoravam seus golpes, como se fosse um treino buscando a efetiva realização da virtude.

No Brasil, a Capoeira é uma evidência marcante da cultura relacionada ao contexto histórico da origem dessa modalidade, criada no tempo dos escravos com a intenção de se divertirem, conviverem uns com os outros, faziam rodas de Capoeira, utilizando instrumentos e musicalidade, atualmente tornou-se um patrimônio cultural praticado em diversas regiões do país. Segundo PARIZOTTO, P.G.G. et al. (2017) há dificuldades no Brasil de se regularizar a situação institucional das Artes Marciais, existem incoerências sobre qual profissional pode ministrar aulas das modalidades existentes, muitas vezes a própria prática do indivíduo se torna título para essa prática, muitos constroem academias e sem uma instituição que possa responder legalmente por esses espaços, dificulta a fiscalização e monitoramento dos mesmos. Segundo AGUIAR, J.O. (2009) após os avanços tecnológicos, a visibilidade para as artes marciais cresceu em grande demanda, os filmes com a presença de guerreiros com habilidades impressionantes passaram a chamar atenção do público, procurando pela prática seja por hobby ou por aperfeiçoamento para participação em campeonatos.

Atualmente, os cursos de graduação em Educação Física possuem a disciplina de Lutas em sua grade curricular, não é possível aprofundar na prática por ser pouco tempo, mas se consegue ter uma noção do que ministrar nas escolas. Segundo DAOLIO, J. (2005) a Educação Física Escolar apresenta uma prática que visa o ser humano não apenas em aspectos físicos como também em aspectos culturais, ou seja, os discentes apresentam características socioculturais que podem ser exploradas nas aulas. Por ser uma disciplina que confere mais liberdade aos alunos, o professor apresenta práticas corporais pouco exploradas pelos mesmos, possibilitando a oportunidade de conhecerem novas culturas. As lutas, a dança, as artes circenses são experiências que podem ser trabalhadas nas escolas, possuindo cada conteúdo suas singularidades, estimulam esses alunos ao movimento do corpo e exploração da mente. Segundo OLIVEIRA, R.C. e DAOLIO, J. (2014) o professor deve ser cauteloso ao elaborar suas aulas, observando a participação dos alunos como um todo, não desenvolvendo esse velho pensamento de que nas aulas de Educação Física se pode fazer qualquer coisa, o que o aluno está com vontade. Os autores intitulam esse comum acontecimento como “pedacinhos”, ou seja, a turma se subdivide em pequenos grupos dispersos pela quadra, fazendo o que lhe mais agrada.

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