BUTCHER BILLY: O POP ART REVISITADO

LUCIENE DE ALMEIDA TENÓRIO

BUTCHER BILLY:

O POP ART REVISITADO

Ensaio de conclusão da disciplina de Estética I, apresentado ao curso de pós-graduação em História da Arte do Instituto de Educação Continuada da PUC Minas sob orientação da Prof. Maria Eugênia Dias de Oliveira.

BELO HORIZONTE

2020

INTRODUÇÃO

No proposto ensaio apresenta as semelhanças entre o trabalho do artista gráfico Butcher Billy e do artista visual Andy Warhol, não só nos aspectos relacionados ao Pop Art, mas também na forma como comercializa e usa as plataformas disponíveis para impactar seu público. O ensaio realiza um breve panorama histórico do movimento Pop Art e sua manifestação nas artes visuais, mais especificamente na arte de Andy Warhol. Exposto o contexto teórico do Pop Art é feita a análise da obra de Butcher Billy e as referências do Pop Art e de Andy Warhol no seu trabalho, tanto esteticamente quanto no comercialmente.

O POP ART E ANDY WARHOL

O Pop Art surgiu na década de 1950 no Reino Unido, em meio a transformações político e sociais que compreendiam o fim da Segunda Guerra Mundial e a ascensão industrial norte-americana. O Pop Art foi ganhar destaque mundial apenas em 1961 no Reino Unido com a exposição “Jovens Contemporâneos” tendo os artistas David Hockney (nascido em 1937), Peter Blake (nascido em 1932), Patrick Caufield (1936-2005) e Derek Boshier (nascido em 1937). Em 1962 foi a vez dos Estados Unidos terem suas primeiras exposições com artistas expoentes do Pop art como Roy Lichtenstein (1923-1997), Tom Wesselman (1931-2004) e Andy Warhol (1928-1987). O Pop Art era composto por artistas que embora tivessem formação nas belas artes queriam criar um trabalho com referências da cultura de massa, algo que dialogasse com o grande público, uma arte sexy, efêmera e glamorosa.

“ O Pop Art era, entre outras coisas, um esforço para superar a distinção entre belas artes e arte popular, entre o elevado e o baixo, o nobre e o vulgar, sendo o segundo tipo exemplificado pelas imagens de histórias em quadrinhos ou pelos logos de arte comercial.” DANTO, C.Arthur. O abuso da beleza. p.03

        Além de cruzarem a fronteira do consumo de arte além da elite das galerias, os artistas do Pop Art foram importantes para definirem o papel do artista e do seu produto numa época onde a tecnologia já permitia a reprodução em larga escala. Andy Warhol teve um papel fundamental nesse aspecto da visão do artista como empreendedor, o artista que tem completo domínio do processo desde a criação da peça, divulgação até o momento da venda.

“O Percurso sonhado por Andy Warhol passar do status de artista comercial ao de artista de negócios esta completo, No caminho, fechou-se também a definição de arte contempor6anea, fora da subjetividade, fora da expressividade na qualidade de sistema de signos circulando dentro de redes.” CAUQUELIN, Anne. Arte Contemporânea: uma introdução. p.120

A OBRA DE BUTCHER BILLY

Bily Mariano da Luz a.k.a Butcher Billy, é um artista visual brasileiro nascido em 1978 na cidade de Curitiba-PR. Tem formação acadêmica como Programador Visual pela PUC do Paraná, trabalhou muitos anos em agências de publicidade como diretor de arte. Butcher Billy começou a criar no seu tempo livre para ciar conteúdos imagéticos, peças gráficas conectando passado e presente através de rostos conhecidos da cultura pop, seja da música, do cinema, games e dos quadrinhos.

1. O abandono da estética:

Assim como a obra de Andy Warhol o trabalho de Butcher Billy é de fácil compreensão e consumo do público geral, pois toma emprestado signos que fazem parte da comunicação de massa. Ele busca imagens que já existem e faz uma releitura acrescentando itens que remetam a diversas linguagens, repetindo as imagens e criando um ready-made.

Figura 01: Ready-made Eleições presidenciais brasileiras 2014.

[pic 1]Fonte: https://www.behance.net/butcherbilly

Figuras 02 e 03: Ready-made Ian Curtis, vocalista da banda Joy Division.

[pic 2]   [pic 3]

Fonte: https://www.behance.net/butcherbilly

1. Rede de comunicação:

Butcher Billy tem experiência com o sistema publicitário assim como Warhol e construiu online sua persona artística, e através dela conquistou seu público, ele começou a publicar seus mash-ups nas redes sociais, relacionando seu trabalho inicialmente apenas com o público que consumia os artistas retratados foi criando uma cadeia de divulgação até chegar em grandes empresas, como Netflix, Rolling Stones, jornais internacionais como o The Guardian e Los Angeles Tomes até finalmente chamar atenção de galeristas pelo mundo e expor pelo mundo, Miami, São Francisco, Lisboa, Dubai, Londres e Paris. Assim como Andy Warhol o artista brasileiro construiu seu próprio caminho entre sua arte e o público alvo, tornando-se um artista disputado tanto pelo público de baixo poder aquisitivo que compra tshirts com suas estampas, livros e vinis, quanto por consumidores de galerias que compram grandes painéis e telas numeradas.