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Resenha Crítica Sobre o Texto “Os diferentes processos de encenação e as diferenças acepções do encenador”

Por:   •  18/9/2022  •  Resenha  •  1.283 Palavras (6 Páginas)  •  137 Visualizações

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA ARTE[pic 1]

ESCOLA DE TEATRO E DANÇA

LICENCIATURA EM TEATRO

DISCIPLINA TEORIA DO TEATRO

PROFª. VALÉRIA ANDRADE

Discentes: Élcio Lima, Thyago Rosário e Joey Barros

Resenha crítica sobre o texto “Os diferentes processos de encenação e as diferenças acepções do encenador”, de Walter Lima Torres Neto

O texto tem por objetivo principal de discussão, a encenação teatral no Brasil e Portugal, demonstrando a relação entre as diversas modalidades de procedimentos utilizados pelos profissionais que atuam na coordenação de um espetáculo, seja ele, diretor, ensaiador e diretor.

É importante destacar nesse primeiro momento que, por muito tempo, no início do século passado, era muito comum ter a direção teatral como aquela que buscava trazer à tona  uma atuação de forma mais idêntica possível ao proposto no texto dramático utilizado para o espetáculo. O que se buscava eram elementos que mais se adequassem à dramaturgia utilizada. Mas será que este é o método ideal? E na atualidade, este princípio de direção teatral ainda é usado com frequência?

Esse aspecto utilizado anteriormente, torna engessado o papel do diretor, tendo em vista que não se tem espaço para a aplicação de seu ponto de vista e análise a respeito da peça. Além disso, esta dramaturgia teria dificuldades para se manter atualizada, pois com a ausência da intervenção do coordenador teatral no processo de criação de espetáculo, o mesmo há de sofrer principalmente com o fator tempo, pois, na medida em que a sociedade evolui, muitas formas de pensar e agir mudam igualmente. Então cabe ao diretor, fazer adaptações e releituras de obras sobre sua assinatura, fazendo mudanças que se adequam também à sua leitura e entendimento da obra, trazendo consigo diversas possibilidades de intepretações e releituras sobre o mesmo espetáculo, o que se torna muito interessante. Nesse aspecto tem-se uma negociação criativa entre diretor e obra. Se observa muito essa prática atualmente.

Logo, a direção, diante do que foi exposto anteriormente, tem como principal dever a problematização a respeito do que se propõe em cena, inserindo fatores que podem ser analisados e debatidos por quem observa. Portanto, esta é uma das vias das linguagens artísticas que é capaz de transmitir ao público alvo[a] situações como problemas sociais, fatos políticos, dentre outras temáticas, por meio daquele espaço poético utilizado, contribuindo principalmente para formar um público de seres pensantes.

A dinâmica e criação teatral está resumida em três aspectos: proposta, apresentação e estímulo. O diretor moderno, em [b]primeiro momento analisa o trabalho que será utilizado e idealiza como pode ser realizado. Após esse momento, este passa a sua concepção a uma equipe de agentes criativos previamente escolhidos, onde estão [c]incluídos cenógrafos, figurinistas, atores, etc. Nesse momento, se tem uma negociação teatral a respeito de conceitos utilizados pelo o [d]diretor. Os agentes podem concordar, discordar ou propor alternativas para a concretude da obra. O diretor é quem vai conduzir todo o processo de criação mediante as atividades de sua equipe de agentes[e]. Por conta disso se tem a ideia que [f]o diretor moderno é necessariamente influência para o trabalho colaborativo dos demais agentes criativos na montagem.

Por muito tempo se esteve preso à ideia de que o bom espetáculo deveria seguir à risca a ideia de seu autor, ou seja, manter inalterado [g]elementos como o tempo da narrativa, seu contexto histórico, cenografia, músicas coerentes com a trama, enfim, quanto mais realista, melhor. Essa percepção era reforçada, principalmente pela crítica especializada, que acabava influenciando no gosto popular e na procura por determinados espetáculos. Há que se considerar ainda a intervenção de outras linguagens como o cinema e a televisão que acabam por influenciar na ideia de realismo da cena, afinal, sendo culturas hegemônicas, moldam o olhar do espectador pra esse[h] viés.

Neto compartilha sua experiência ao ser convidado a ministrar aulas de direção teatral e se deparar com uma bibliografia deveras “mastigada" do que seria a função de um diretor. Interessante observar que ele não lhes tira o mérito de conteúdo Interessante [i]em termos de exercícios e jogos, mas teme[j] pela sistematização do processo já que “há de se ver sim que essas publicações refletem uma cultura particular, um pensamento próprio que se quer aplicativo com resultados calculados e imediatos"(NETO, p.39). [k]Em outras palavras, publicações dessa natureza têm suas qualidades, mas podem incorrer no risco de se tornar parâmetro para jovens diretores iniciantes, tornando o processo de criação uma receita de bolo a ser seguida para funcionar e entregar um trabalho que atenda as expetativas de uma plateia já bitolada em seu modo de ver e interpretar as coisas.[l]

A partir dessa experiência o autor relata as dificuldades encontradas e torna a apontar a questão da influência da cultura televisiva no imaginário daquilo que se espera de um diretor de teatro, resvalando e sempre tendendo ao realismo, o que não é de todo um problema, mas limita a criação. E assim são apontadas três nomenclaturas: ensaiador, diretor e encenador. Importante salientar que a ideia de hierarquia entre essas nomenclaturas não existe, todas fazem parte de um objetivo comum que é entender e traduzir o processo de criação da cena como obra de arte.

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