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A Ciência, Tecnologia e Sociedade

Por:   •  12/7/2019  •  Resenha  •  2.118 Palavras (9 Páginas)  •  121 Visualizações

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Samuel Victor Leite da Silva, Noturno B

R.A: 11201920533

Era dos extremos: o breve século XX. Hobsbawm, Eric. (Cap VXII)

        Este breve comentário sobre a obra do autor Eric Hobsbawm, visa passar com certa clareza de palavras as intenções que ele tinha de passar aos seus leitores no capítulo XVIII, que em grande volume se trata da interpretação dos modos como a tecnologia é pensada, reinventada e colocada em prática na nossa sociedade.

        Em primeira instância iremos dividir nossa sociedade em duas partes, a parte intelectual que são os cientistas e a parte não intelectual, que são os cidadãos comuns,         veja, a responsabilidade que podemos atribuir a esses dois grupos é diferente – e o principal motivo não é econômico – mas sim a detenção de conhecimento que cada grupo tem. Pensando dessa forma podemos entender que a um se atribui a criação de meios que facilitem as atividades diárias daqueles – segundo grupo – que irão tomar a mão-de-obra dessas atividades. Ou seja, cabiam aos cientistas as inovações que seriam de uso da sociedade comum. Outrora, alguns desses meios criados são capazes de substituir o trabalho humano como uma forma de gerar desempregados, mas como esse tema não é tratado por nosso autor, não nos cabe essa discussão, já que em determinada parte de sua fala ele ainda cita um trabalhador comum usufruindo da tecnologia, que ao invés de tomar seu trabalho, facilita-o.

        Durante sua dissertação, é possível que observemos que a noção do que a ciência representa a nível social por nosso autor é de uma ligeira admiração e apoio, pois trata a facilidade como algo bom e de grande progresso.

“A cobrança nos caixas dos supermercados na década de 1990 tipificava essa eliminação do elemento humano. Não exigia do operador humano mais que reconhecer as cédulas e moedas do dinheiro local e registrar a quantidade entregue pelo cliente. Um scanner automático traduzia o código de barras do artigo num preço, somava todos os preços, deduzia o total da quantia entregue pelo cliente, e dizia ao operador quanto dar de troco.” (Era dos extremos: o breve século XX. Hobsbawm, Eric. Cap VXII).

        Cabe a nós, compreender que como dito por mim em forma de analogia acima, as duas partes, os intelectuais e os comuns são encontrados nessa passagem posta, pois, vemos que os conhecimentos dos cientistas influenciaram completamente na profissão da pessoa comum, então se compreende implicitamente que há uma relação entre as duas classes. Outra parte da analogia que se faz interessante para compreensão da fala do autor, são as responsabilidades diferentes atribuídas a cada grupo, o nível do conhecimento é diferente e assim deve sempre ser, para que as relações se mantenham vivas e necessárias. Pois, como já é de se imaginar, quando pensamos nos níveis de técnicos em determinados assuntos, sempre há quem precise deles, veja, quando estamos em uma situação da qual não temos total controle, existe, ou, deve existir alguém ou alguns que saibam e possam lidar com a situação. Pois, quando se espera por algo do qual se tem contato e conhecimento, torna-se uma ocasião não caótica, passível de controle imediato, entretanto, quando estamos lidando com algo que está acima de nosso conhecimento, não é possível que tenhamos controle, para tal é necessário um intelectual capaz de controlar e resolver o problema.

        Então, conseguimos ver o que o autor coloca em seus textos quando diz que não há necessidade de um conhecimento raso de nada e quando ele existe, torna-se em sua essência irrelevante, isso pode ser justificado por essa fala no livro:

“Para fins práticos, a situação do operador de check-out do supermercado representava a norma humana de fins do século XX; os milagres da tecnologia científica de vanguarda, que não precisamos entender nem modificar, mesmo que saibamos, ou julguemos saber, o que está acontecendo. Outra pessoa o fará ou já fez por nós. Pois, mesmo que nos suponhamos especialistas num ou noutro campo determinado — ou seja, o tipo de pessoa que pode consertar o aparelho se der problema, ou projetá-lo, ou construí-lo —, diante da maioria dos outros produtos diários da ciência e tecnologia somos leigos ignorantes sem compreender nada. E mesmo que não fôssemos, nossa compreensão do que é que faz a coisa que usamos funcionar, e dos princípios por trás dela, é em grande parte conhecimento irrelevante...” (Era dos extremos: o breve século XX. Hobsbawm, Eric. Cap VXII).

        O que quero lhes dizer é que não importam certos níveis de conhecimento caso eles não sejam de todo práticos. Observe, para Eric a beleza está na forma como todo o conhecimento é colocado em prática, a empregabilidade das invenções, a utilidade das máquinas no meio da sociedade, parece complexo, mas ao todo não é. A forma como devemos enxergar é essa: Ao colocarmos a ciência em sua maior utilidade, ela irá proporcionar a nós o maior envolvimento entre, avanço e luxo. “Foi visivelmente o que aconteceu com a agricultura, construção civil e medicina, e na verdade com uma vasta gama de atividades que proporcionavam aos seres humanos suas necessidades e luxos” (Era dos extremos: o breve século XX. Hobsbawm, Eric. Cap VXII), exemplificado através das palavras do próprio autor, podemos também analisar o que ele passará a tratar como o uso da ciência e tecnologia.

        Debruçado em conceitos e fatos históricos, Hobsbawm passa a narrar aos seus leitores, como os avanços no ramo da tecnologia foram ganhando novos interessados e patrocinadores, ora, em conceito de história sabemos bem que as grandes guerras mundiais geraram outros nichos de estudo e mercado econômico, haja visto que ao passar dos anos, tecnologias antes aplicadas nas guerras passaram a ser úteis na vida de cidadãos comuns, pois, estudos realizados durante os confrontos nos geraram conteúdo para outros novos estudos. Vejam, é possível colocar em pauta tantos exemplos que eu acabaria fugindo das palavras do autor, mas o fato é que seu objetivo está em demonstrar a capacidade de resiliência da tecnologia e da ciência, pois nos mostrando que ela pode servir para nos trazer saúde, curar doenças, mudanças corporais e até mesmo saciar nossos prazeres, criando luxos e padrões de vida nada naturais, ou seja, como dito, ela é capaz de se moldar sem se quebrar e continuar o fazendo sempre que nossos conhecimentos sejam ampliados.

        O que é muito importante colocar em pauta para que seja possível a melhor compreensão do leitor às palavras do autor é colocar em exposição alguns fatos, até então estamos falando da primeira metade do século XX, dado que ao falarmos das grandes guerras, a Segunda Guerra Mundial tem seu compreendido por 1945, onde entraremos mais tarde – para falar do mais importante avanço tecnológico – também salientar que a vida ao redor do globo não possuía um padrão, estamos passando por conflitos históricos dos mais variados, sejam eles do início do século XX ou do final do século XIX, ou seja, não podemos nos confundir com o que vivemos hoje no século XXI. Pense da seguinte forma, as várias sociedades recebem de formas diferentes as mudanças da tecnologia e algumas delas se quer recebem algum tipo de mudança, então, para que não haja confusão faz-se necessário salientar tais fatos, pois para que possamos entrar em mais uma parte de suas falas é preciso que entendamos isso.

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