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A LEITURA E ESCRITA DE TEXTOS ACADÊMICOS

Por:   •  5/6/2017  •  Resenha  •  1.403 Palavras (6 Páginas)  •  232 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DISCIPLINA: LEITURA E ESCRITA DE TEXTOS ACADÊMICOS

PROFESSOR RONEI GUARESI

FERNANDA SANTOS OLIVEIRA

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS

RESENHA

Vitória da Conquista, 20 de abril de 2017.

A REVOLUÇÃO DOS BICHOS

Fernanda Santos Oliveira [1]

        

           A Revolução Dos Bichos (2007) de George Orwell se passa na Granja Solar, inicialmente pertencente ao Sr. Jones, um fazendeiro tirano que fazia maus-tratos aos seus animais. As condições vividas pelos animais como a falta de alimentação adequada e o excesso de trabalho trazem críticas à realidade entre as sociedades rurais e até urbanas.  São esses maus-tratos que despertam um sentimento de revolta entre os bichos. Liderados pelos porcos nos quais são descritos como astutos e inteligentes, uma revolução é formada e os humanos que ali habitavam foram expulsos de forma truculenta.

Após a revolução bem-sucedida, a Granja Solar se transformou em uma pequena sociedade com novas regras e paradigmas sempre se contrapondo ao homem. Um lema bastante abordado no livro e também usado como um lembrete entre animais era: “Quatro pernas bom, duas pernas ruim!” (Orwell, 1945, p.37) isto reforçava a união entre os bichos e o “nacionalismo” que era destacado na canção Bichos da Inglaterra cantado a cada dia, saudando a bandeira, memórias de falecidos e batalhas travadas contra os homens. Assim como : (Ibidem, p.15) “Todos os hábitos do Homem são maus. E principalmente, jamais um animal deverá tiranizar outros animais. Fortes ou fracos, espertos ou simplórios, somos todos irmãos. Todos os animais são iguais”. Reforçando ainda mais os discursos idealistas para o objetivo do bem comum.

Com a liderança dos porcos, tarefas foram divididas em prol da organização da granja já que a responsabilidade passara para os próprios bichos. Podemos identificar a relação da hierarquia presente nos mais inteligentes que tomam a frente com autoritarismo e esperteza. A persuasão é presente sendo passada por Garganta. Ele era o orador de Napoleão que mais tarde toma o poder de forma corrupta e planejada. As formas de convencer os bichos eram bem arquitetadas. O uso das artimanhas não podia faltar ao porco Garganta. Ele utilizava as regras impostas à granja que eram os sete mandamentos contra os bichos, sendo que grande parte não sabiam ler ou escrever. Alguns eram exceções, como Quitéria uma Égua que sabia ler algumas palavras e que sempre estava esperta em relação às mudanças ocorridas na granja, todavia, não escapava da ótima persuasão de Garganta e da presença ameaçadora de Napoleão e seus cachorros.

“Repetiu inúmeras vezes: “Tática, camaradas, tática!”, saltando à roda e sacudindo o rabicho, com um riso jovial. Os bichos não estavam muito certos do significado da palavra, mas Garganta falava de modo tão persuasivo, e três cachorros – que por coincidência estavam com ele – rosnavam tão ameaçadores que eles aceitaram a explicação sem mais perguntas” (Ibdem,p.51).

Bola-de-Neve, um dos porcos no poder, tem um projeto de construção de um moinho, mas Napoleão é contra. Uma eleição é formada para decidir o líder e por quantidade de votos Bola-de-Neve vence. Contudo, Napoleão arma uma cilada onde o exila de forma agressiva com seus capangas que eram os cachorros. Bola-de-Neve foi considerado como um traidor e sendo acusado muitas vezes de ser o mandante de vários acontecimentos trágicos discorridos na história. O moinho que antes era considerado algo ruim para Napoleão foi construído após as eleições.  Os animais, que antes desconfiaram dessa atitude inesperada, logo foram influenciados e enganados por Garganta. A construção do moinho foi contra as regras dos sete mandamentos e com a ideologia que antes foi implantada naquele local. O trabalho cansativo o racionamento de comida, foi criando a imagem do porco Napoleão como um ditador sendo cruel e impassível em relação aos que são contra o seu poder e aliados do traidor Bola-de-Neve. Napoleão começou alianças com alguns humanos a fim de conseguir materiais para sua construção, e venda de alguns materiais que existiam na granja formando assim um comércio. A dinastia do porco Napoleão continua até o final do livro, revelando a semelhança entre as organizações governamentais humanas sendo retratadas nos animais. Porcos aparecem andando sobre duas patas, ingerindo álcool, dormindo em camas e usando vestimentas do seu antigo proprietário e sempre abusando do seu poder em beneficio próprio. A ditadura de Napoleão foi rude, sem intolerância para os traidores. Trotsky e Leon,(1977) dizem: “Comunico-lhes, membros do Governo Provisório, que vocês estão todos presos”. O discurso intimidador trouxe com outras palavras e contexto a ação de eliminar seus traidores na granja.

A obra foi publicada pelo socialista George Orwell o qual, inspirado pelo contexto histórico, fez uma conexão e uma sátira à ditatura stalinista em plena União Soviética. Com o mundo dividido em uma tensão armamentista, econômica e territorial Orwell fez a tentativa de publicá-la em algumas editoras. A publicação foi recusada inúmeras vezes por editoras que se sentiram desconfortáveis, pois era clara a comparação entre os personagens fictícios e os personagens reais. Por exemplo, Napoleão seria Josef Stalin (com a ambição do poder, com conquistas territoriais trazendo orgulho à pátria, mas um homem com desejos que era acima da sociedade. O ditador dizimou milhares de pessoas por fome e traidores do estado), Bola-de-Neve seria Leon Trotsky (um revolucionário oposto a Stalin que lutava pelo bem comum). Os cães fazem uma breve alusão às forças letais da URSS como a NKVD na Segunda Guerra. A ditadura de Napoleão foi rude, sem intolerância para os traidores. Mais tarde sua obra serviu de inspirações para adaptações cinematográficas como A Revolução dos Bichos (1954) dirigida por Joy Batchelor e John Halas e em 1999 dirigido por John Stephenson.

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