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Analise semiotica filme "Marley e eu"

Por:   •  23/3/2016  •  Artigo  •  2.492 Palavras (10 Páginas)  •  286 Visualizações

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MARLEY E EU - UMA DISCUSSÃO SOBRE VALORES SIMBÓLICOS SOCIAIS

Carla Niz

Carla Rocha Iann

RESUMO

Bóris Schnaiderman e Erving Goffman encontram suas teorias nesse ensaio sobre valorizações dos elementos sociais. Refletimos sobre como o sujeito valoriza alguns quesitos e símbolos sociais e como isso o faz pertencer a uma determinada classe ou casta. Paralelamente a isso, trouxemos como objeto a obra de John Grogan intitulada ‘Marley e Eu’. Selecionamos essa obra como objeto de análise pois ela apresenta essas valorizações sociais através de seu protagonista que contrasta com a valorização de outros fatores por conta de seu animal de estimação. Marley é um cachorro e, logicamente, não compartilha dos mesmos valores e padrões de significação, mesmo assim, postos ao lado um do outro, dono e cachorro, a comparação e o nível de realização torna a obra um motivo de autoanálise e reflexão sobre os valores pessoais.

PALAVRAS-CHAVE: Valores; sociedade; classe; indiferença.

INTRODUÇÃO

        Através dessa análise, visamos apresentar algumas narrativas de ‘Marley e Eu’ de John Grogan. Vamos tentar entender os valores sociais na qual o protagonista passa e porque elas se configuram como elementos sociais importantes e mesmo através dessa valorização, qual é o valor que é dado pelo animal de estimação para isso.

        O problema que nos motiva a desenvolver o trabalho é o seguinte: Os valores morais estabelecidos pelas esferas sociais tem real valor para a vida particular de uma família? Como a existência de um animal de estimação pode alterar esse processo?

        Para compreender com se dá esse procedimento, primeiramente estudaremos alguns conceitos estabelecidos por Bóris Schnaiderman e Erving Goffman. Os autores da semiótica russa e das integrações sociais nos vêm nos trazer relevantes questões e ponto de vista que nos permitem chegar a uma linha de raciocínio comum no referente aos padrões de valorização social, e posteriormente esses valores serão contrastados com a realidade apresentada na obra de Grogan.

DESENVOLVIMENTO

        Há sabido que as relações humanas são permeadas por diferentes classes sociais, estas são variadas de acordo com posicionamento político, poder financeiros, sistema de colocação social, herança parental e muitos outros fatores.

        O homem se comporta em meio a sociedade selecionando, por opção ou imposição, à essas camadas sociais. Ele cria valores e morais na qual ele sustenta seu existir como membro de uma organização, e sua firmação nesse espaço garante sua existência.

“Assim, cada tipo de cultura representa uma hierarquia de códigos extremamente complexa. É preciso indicar ainda um ponto importante: peculiarmente substancial dos textos culturais é sua mobilidade semântica: um texto pode fornecer a seus diferentes “consumidores” informações diferentes. Sem penetrar na análise da natureza deste interessante fenômeno, que torna os textos culturais profundamente diferentes dos textos nas linguagens naturais e, ainda, nas linguagens científicas, apontemos uma de suas causas: toda a hierarquia de códigos que compõe este ou aquele tipo de cultura pode ser decifrada por meio de uma estrutura de código idêntica, ou por meio de uma estrutura de código de outro tipo, apenas em parte inferindo com a que foi utilizada pelos criadores do texto, ou ainda por meio de uma estrutura complemente alheia a ela.” [SCHNAIDERMAN, “Semiótica Russa”: pag. 35 - Editora Perspectiva: 2010]

        Quando referirmo-nos a um homem posto frente à sociedade, significa ele, como objeto, preocupado com sua aparência social, ele sustentando uma imagem e empenhado na preocupação com como ele visto pelos outros.

        Este fragmento dos estudos russos nos apresenta o processo de reconhecimento, ente semelhantes de um mesmo segmento social, e entre membros de sistemas diferentes.

        Cada segmento de cultura apresenta os signos que justifica como valorosos. Se determinada sociedade acredita no valor de determinados signos, (objetos, pessoas, sentimentos, etc.), o membro que deseja fazer parte desse grupo precisa obrigatoriamente compartilhar dessa adoração.

        Assim como seu oposto. Um membro não pode ser aceito como integrante desse grupo social caso tenha nem si valores opostos, que denigram as imagens e sejam incompatíveis com valores grupais.

“Deste modo, todo o material da história da cultura pode ser examinado sob o ponto de vista de uma determinada informação de conteúdo e sob o ponto de vista do sistema de códigos sociais, os quais permitem expressar esta informação por meio de determinados signos e torna-la patrimônio destas ou aquelas coletividades humanas.” [SCHNAIDERMAN, “Semiótica Russa”: pag. 32 - Editora Perspectiva: 2010]

        Por cada uma dessas segmentações compreende-se as rebeliões humanas. É uma questão puramente de incompreensão do ponto de vista de outro grupo social.

        Para cada estudo, ou ainda, cada produto da cultura humana é destinada para um grupo, (amplo, com alcance em várias camadas, ou muito segmentado). Quando temos, por exemplo, um livro de ficção, ele vai ser direcionado para um padrão de consumidores em potencial. Podem ser para adolescentes, para senhoras donas de casa ou para chefes de família. Indiferente a isso, ele pode ser consumido por quem o desejar, mas as pessoas que não aceitam, (não compartilham), dos valores e dos significados da história do livro, não vão considera-lo como importante.

        Códigos sociais são aqueles elementos que são compartilhados como condensadores de valores. Para uma classe financeira, identificada como classe média, entende-se como prioridade, por exemplo, ter o poder financeiro de adquirir um carro novo por ano. Logo, entre todos os membros, ativos e preocupados com esse código social, é importante que eles cumpram essa regra, e mantenham-se atentos para que os outros membros também a pratiquem. Afinal se essa regra é um dos pilares desse grupo, o não cumprimento desta, faz com que o sujeito seja excluído do grupo social.

“Quando um indivíduo chega a presença de outros, estes geralmente, procuram obter a seu respeito ou trazem à baila a que já possuem. Estarão interessados na sua situação socioeconômica geral, no que pensa de si mesmo, na atitude a respeito deles, capacidade, confiança que merece, etc.” [Goffman, “A representação do eu na vida cotidiana”: Pag. 11 - Editora Vozes: 1975] 

        Esses valores sociais compartilhados são formas de identificar os homens, inclusos em grupos ou desconhecidos uns aos outros. É um fenômeno natural da condição de ser humano-social, identificar-se com seus semelhantes, e essas formas de identificação, nada mais são que esses valores simbólicos que nos referimos até aqui.

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